Minha Vida Em Horizonte

Capítulo Oitenta E Nove - Surpresa Em Ver...?

Débora

- Eu já amamentei eles. Não é fome. Digo sonolenta fazendo movimentos frenéticos no meu colo, segurando o Brian

- Então o que é amor. Eles estão chorando muito. Logo agora, as 02 da madrugada. Daniel faz os mesmos movimentos no colo que eu faço, segurando a Ellen .

- O Brian está com cólicas. Agora a Ellen deve ter acordado por conta do choro do irmão. Coloco a mão no abdómen do George sentindo ele.
Abraço ele contra meu peito mantendo contacto com a pele, caminhando com ele por todo o quarto.

Enquanto faço isso o Daniel acalma a Ellen com os movimentos no seu colo. Me observa ele após a Ellen pegar no sono

- E aí amor? O Brian já está calmo? Indaga com a Ellen nos braços, enquanto me encara massageando a barriga do George no sentido circular

- Sim. Ele já está dormindo. Sussurro baixo encarando o lindo Brian no meu colo

- Que bom
Agora já podemos dormir! Me encara sorrindo, colocando o Brian no berço

- Estamos precisando. Sorrio abraçando - o de lado, onde caminhamos juntos até à nossa cama.

Nesses três meses que se passaram, está sendo muito difícil descansar.
É choradeira pra lá, pra cá, todas as noites.
Mesmo com a tia Ísis e minha mãe nos ajudando, não tem alterado nada. Pois os meninos choram mais de noite, principalmente na madrugada.

Nunca fui de me importar muito com a aparência, mas tenho que admitir que a minha ultimamente anda horrível.
Não tenho tempo de cuidar do cabelo; meu rosto anda com olheiras ; ando cansada, exausta, enfim, irreconhecível. Mas isso não me importa, sei que é só uma fase e vai passar.

* * *

Com o apoio da minha família, dos amigos e principalmente do Daniel, que tem ajudado muito e tem exercido muito bem seu papel de pai, de director da empresa e de marido, já tenho pensado em mim, no meu físico, na minha carreira.

Também, os meninos já estão grandinhos, já conseguem ficar poucas horas sem minha presença.
Eles choram menos principalmente quando estão de frente a TV, vendo a galinha pintadinha, que lhes deixam calmos e bem alegres.

Por isso que dão menos trabalho ultimamente, pois eles já demonstram que amam ver a galinha pintadinha, e eu também passei a gostar por estar a assistir ao lado deles.

É tão fofos vê - los, os dois juntos, calmos, com os olhos brilhando, grudados em frente à TV

- Tudo apostos para a festa de amanhã dos nossos meninos. Daniel diz entrando na cozinha

- Ah, que bom. A festa de um ano dos nossos anjinhos deve ser linda e inesquecível. Sorrio com a mão que cortavam os legumes

- O que você está preparando, amor? Indaga se aproximando de mim

- Estou preparando o jantar. Cruzo meus olhos com os dele sorrindo

- Aiê?. E eu posso saber o que está cozinhando?

- Não. Eu não vou te dizer.
Você vai descobrir com o seu paladar.

- Haha, amor. Gargalha
- Está me lembrando do primeiro dia que você provou minha comida, lembra?

- Claro que eu me lembro. Como eu vou me esquecer daquele dia, daquela tempestade, daquele beijo, o nosso primeiro beijo. Encaro - o sorrindo

- Que depois a Erica nos interrompeu. Gargalhamos
- Nós ficamos tão atrapalhados, nervosos...

- É, principalmente você amor
- Sim, é que eu estava adorando estar ali com você, e lá chegou ela me irritando com seus interrogatórios.
Agora eu estou com você e estarei por toda minha vida, sem ela no meu caminho. Sorri beijando meus lábios demoradamente

- Bom, vou te deixar cozinhar, enquanto arrumo a bagunça que os anjinhos fizeram.
Agora que eles tentam andar é bagunça atrás da outra.

- Ah, vai mesmo. Mas vamos contar que você está adorando essa bagunça, pois você também faz com eles.
Sorrimos felizes

Quem diria que de uma paixão de aluna e professor ia resultar esse amor indestrutível.

Eu pensei que não teria nada com o Daniel, que aquela paixão que acendia por ele ia acabar, mas na vida tudo é possível. Pois o amor fala mais alto.

Apesar de tudo o que aconteceu entre a gente, lá no fundo eu não perdia as esperanças de que ele seria o homem que iria construir minha família e envelhecer ao seu lado.

Tudo está lindo, bem decorado com o tema da galinha pintadinha. Nada melhor que esse, no 1° aniversário dos meus anjinhos. Também, galinha pintadinha é do agrado dos dois.

Todos os convidados estão aqui, se deliciando dos bolinhos, doces, salgados, e outros aperitivos saborosos, partilhando a mesma felicidade com a gente.

A festa está a correr muito bem, eu e o Daniel junto com o Brian e a Ellen, recebemos felicitações, brindes, votos de muita saúde, felicidades, enfim, muita coisa boa.

Largo a Ellen no seu carinho, e o Daniel faz o mesmo com o Brian no outro carinho, deixando eles nas mãos da babá que contratamos, nos direccionando ao outro lado do jardim para saudar o resto dos convidados.

- Dona Débora! Aproxima - se a Nirce eufórica e muito nervosa

- O que foi Nirce? Aconteceu alguma coisa?! Encaro-a preocupada

- Sim, aconteceu
Eu nem sei como dizer para a senhora, mas melhor eu te falar logo

- Fala logo Nirce. Está me deixando preocupada!!

- O Brian e a Ellen sumiram

- O quê? Como assim sumiram?! Espanta o Daniel preocupado

- Eu não sei como. Eu só me distanciei deles pra pegar um copo de água, e quando eu voltei para o jardim, eles não estavam mais lá. Diz choramingando
- Eu procurei por todos os cómodos da casa, e nada deles.

- Não é possível. Alguém deve ter os levado.
Vamos procurar eles direito. Digo desesperada caminhando rápido com a Nirce e o Daniel para o interior da casa

- Eu vou avisar o Reges para impedir a entrada e saída de ninguém aqui na mansão. E falar que avise o segurança do condomínio para estar em alerta. Pois a pessoa que deve ter levado eles não deve estar longe. Daniel me encara ainda mais desesperado que eu

Com a ajuda da minha mãe, tia Ísis, Luara, Wagner, Cassie, George e Reges que já estão sabendo do acontecido, reviramos a mansão inteira, à procura do Brian e Ellen.

Inconformada, desesperada por não encontra - los subo para o lugar onde ninguém pensou em ir, meu atelier.

Paro na porta do mesmo paraplégica, espantada, assustada com a cena que vejo.
Se aproximam todos que estavam a procura dos meninos, me perguntando se encontrei ou não.

Todos param e reagem da mesma forma que eu reagi eu ver a Meredith com o uniforme do presídio, segurando o Brian do seu lado direito e a Ellen do esquerdo.
Os meninos estavam quietos em seu colo, brincando com seus cabelos loiros, enquanto ela nos crava com seu olhar raivoso e ameaçador.

É incrível como essa mulher nos fez o mal. Matou a Martha, planeou a morte do Brian, meu pai para incriminar minha mãe, destruiu a vida do George, e quase destruiu a minha. E agora, ela fugiu da prisão e está nesse momento segurando em seus braços os meus anjinhos.

O medo de ela fazer alguma crueldade com eles, está nos consumindo neste momento.
- Surpresa em me ver? Débora!