CAPÍTULO 26 - IAM

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Seria muita hipocrisia se eu dissesse que não sinto um tesão da porra pela minha melhor amiga. Mais hipócrita ainda eu seria, se dissesse que tudo bem, vou pegar todo esse desejo e enfiar no cú e agir naturalmente. Eu sou assim, sou impulsivo, nunca lidei muito bem com a palavra não. Desde pequeno, sempre tive tudo o que quis, e não estou dizendo que eu era um playboyzinho que o papai e a mamãe satisfaziam todas as vontades. Não, não. Desde criança sempre soube o que queria e sempre corri atrás dos meus objetivos.

Foi assim, quando eu tinha oito anos e queria enlouquecidamente uma casa na árvore, para fazer o meu QG de super heróis. Fui atrás de tábuas, pregos e martelo na garagem e tratei de construir, demorei mais de um mês para construir. Ficou uma bosta, mas ao menos eu fiz, mesmo que, quem mais acabou usufruindo do meu "QG" foi Ella e suas bonecas. Quando tinha 10 anos, resolvi que queria beijar pela primeira vez, a escolhida era garota mais linda da turma, por quem eu nutria uma paixonite de criança, desde a quinta série. Demorei um tempo para convencê-la, mas acabamos dando nosso primeiro beijo atrás do ginásio da escola. Com 14 anos, eu queria perder a virgindade com a Alyson, uma garota nova no colégio vinda do Texas. Devo informar que isso não demorei para conseguir. Modéstia parte eu nunca tive problemas em conseguir garotas, e no primeiro fim de semana da garota na cidade, eu já estava visitando sua cama. Quando fiz 16 anos, eu precisava de um carro. Precisava era impressionar a mulherada, na verdade, mas logo eu estaria indo para a faculdade, e um carro seria muito útil. Então entrei em acordo com meu pai, passei a trabalhar na construtora, mesmo não entendendo porra nenhuma de construção civil na época, e em troca, eu tinha um salário que me proporcionou meu primeiro carro.

E agora estou aqui, igual um adolescente tarado trancado no meu banheiro batendo uma pensando na mulher que dorme no quarto ao lado, que eu desejo mais que tudo, mas pela primeira vez na minha vida, é algo que não posso ter. Porra, vocês podem imaginar quão humilhante é para um homem como eu ter que apelar para a punheta? Eu tenho 28 anos na cara, sempre comi a mulher que eu quis, porque nenhuma resiste a mim, mas agora estou aqui batendo uma porque a mulher que eu quero comer, não quer ser comida por mim.

Eu entrei no meu quarto decidido a não dar esse gostinho para ela. Não ousaria me tocar pensando nela, mas vai fala isso para esse traidor que tenho entre as pernas. Ele simplesmente não me ouve, muito menos me obedece, o maldito sobe e faz com que as lembranças daquela boca sensacional me engolindo por inteiro voltem a minha mente. Praticamente me obrigando a tomar um bom banho frio. Mas nem isso foi capaz de diminuir a vida própria do meu pau, ou eu batia um cinco contra um ou iria dormir de pau duro o que é horrível, se você fosse homem, entenderia meu lado.

Depois que termino o" serviço" e o banho, vou me deitar, mas fico ali na cama, me virando de um lado para o outro sem conseguir pregar o olho. Já estava perdendo a paciência comigo mesmo, e continuar tentando em vão dormir, já não estava mais sendo uma opção, então me levanto e vou até a cozinha para tomar um copo de água.

Logo que chego a cozinha, abro a geladeira e procuro pela jarra de água, pego o copo que fica no nicho ao lado da geladeira e me sirvo logo me dirigindo até a ilha central do cômodo onde me sento em uma das banquetas ficando por ali imerso em meus pensamentos. Até que inesperadamente, um furacão chamado Kate entra pela porta da cozinha. Não me prestei nem sequer a acender a luz quando entrei aqui, afinal, só iria tomar uma água e subir de volta. Kate parece ter a mesma ideia, também não acendendo as luzes, e assim fico sentado, apenas como um telespectador da cena, já que Kate não percebeu que não está sozinha. Kate abre a geladeira em busca de água, serve em um copo e começa a beber, porém, logo sua atenção se foca em alguma coisa no interior da geladeira. E porra.. Maldita hora. Kate pesca um pote repleto de morangos, ela leva a fruta a boca e deixa escapar um gemido de satisfação, que logo vem parar nos ouvidos do meu amigo aqui de baixo. "Caralho, seu traidor, acabei de dar um trato no moleque e ai está você, louco pra entrar em campo novamente."

Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora