CAPÍTULO 41 - IAM

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O mundo caiu sobre a minha cabeça assim que abri o maldito envelope e constatei ser um exame de gravidez onde afirma que o tempo gestacional é exatamente o mesmo tempo em que fui drogado e acabei acordando nú ao lado de Vallary. Tento acreditar que isso não é possível, não pode ser, mas as datas coincidem. Não me perdoo por dar tanto desgosto para Kate. Eu a amo tanto e me sinto um merda por ser o motivo das suas lágrimas.

Ela saiu daqui dizendo que precisava de um tempo para pensar, e eu preciso lhe dar esse espaço, não estou em posição de exigir absolutamente nada, mas isso não me impede de ficar preocupado pra caralho.

Assim que voltei para minha sala, Vallary havia sumido como fumaça, não sei onde ela se meteu, exijo um teste de DNA de imediato. Sei que é possível fazer o exame com o bebe ainda sendo gerado. Eu devo isso a Kate.

Sem cabeça para mais nada, decido ir para casa e esperar por Kate, assim como havia lhe prometido. Mas assim que chego em casa, uma tristeza sem precedentes toma conta de mim. Essa casa sem ela, não é um lar, não existe felicidade, não tem vida sem Kate aqui comigo. Vou até o bar e encho um copo de whisky só o álcool será capaz de amenizar um pouco da angustia que estou sentindo.

Acontece que o tempo passa e Kate não aparece em casa. Começo a imaginar que ela pode ter desistido de mim. O baque de mais esse desgosto, pode ter acabado com o amor que ela sente por mim. Eu a entendo, não é fácil para uma mulher descobrir que o marido poderá ter um filho da cretina que ela mais detesta.

Já estou em modo desespero quando o familiar som da chave sendo passada pelo buraco da fechadura, causa uma sensação de alívio em meu corpo. Segundos depois, Kate aparece na porta para a minha total alegria e apreensão ao mesmo tempo. Seu semblante que sempre me diz com perfeição o que está pensando, agora não me mostra nada. Não sei ao certo se ela está aqui para arrancar as minhas bolas, ou se pior ainda, veio pegar suas coisas e me deixar.

- Kate... será que podemos conversar? – Pergunto cauteloso. Minha mulher me encara séria mas depois de alguns minutos de silêncio caminha até onde estou e surpreendendo até mesmo a mim, me abraça. De início penso estar em algum tipo de sonho e fico sem reação, mas assim que seu perfume atinge minhas narinas tenho absoluta certeza que não é uma ilusão, ela está aqui, está ao meu lado.

- Não vou deixa-lo segurar essa barra sozinho. Embora seja muito difícil para mim saber que o homem que eu amo poderá ter um filho com outra mulher, eu entendo que toda essa situação não foi sua culpa. O que aconteceu e se aconteceu, não foi com o seu consentimento, então, embora tudo isso seja fodido de mais, vou permanecer ao seu lado. – Ela diz enquanto permanece abraçada a mim, eu penso que sou o filho da puta mais sortudo desse universo. Eu tenho a mulher mais perfeita dessa porra de mundo ao meu lado, não há como explicar o quanto amo Kate, ainda mais nesse momento.

- Porra, eu não te mereço Kate, eu só faço merda, me meto nas piores confusões, sempre estou pondo tudo a perder, e ainda assim você permanece forte ao meu lado. Tem noção de o quanto eu te amo? – Digo sentindo lágrimas encher meus olhos. Sei que homem não chora, mas foda-se, não vou me conter em frente a minha mulher.

- Você é humano Iam, é repleto de falhas e defeitos, como qualquer pessoa, mas é cheinho de qualidades que só fazem com que eu te ame cada dia mais. Eu sou forte o suficiente para aceitar um filho, mas não consigo ser tão forte assim para viver longe de você. – Não preciso ouvir mais nada, apenas preciso beijá-la e é o que faço no segundo seguinte, ataco sua boca com paixão. Nosso beijo é quente e bruto, mas repleto de amor, nos separamos apenas quando a necessidade de oxigênio se torna maior que o nosso amor.

- Eu te prometo, por tudo que é mais sagrado nesse mundo, que vou compensar tudo de ruim que te fiz passar até esse momento, eu quero e vou te dar a vida de rainha que você merece. – Digo enquanto a pego em meu colo e começo a subir as escadas que dão acesso ao segundo pavimento. Assim que chegamos ao nosso quarto, deito minha mulher com delicadeza sobre a cama e com calma começo a despi-la. Beijo e venero cada pedacinho de pele que vai se revelando, sinto seu corpo se arrepiar a cada toque.

Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora