Agora é uma corrida contra o tempo. Eu fiquei desesperado quando tomei conhecimento de toda a proporção do que acaba de acontecer. Kate entra na minha sala e me pega com Vallary. Se estou decepcionado com a falta de confiança de Kate em mim? De modo algum! Eu consigo me por em seu lugar. Se fosse o contrário, certamente surtaria e quebraria tudo a minha frente. Aquela velha história, contra fatos não há argumentos. E ela presenciou aquela maldita cena. Vallary e eu nos vestindo, qualquer um chegaria a mesma conclusão.
Mas eu sei que algo está errado nessa história toda. Não me lembro de absolutamente nada sobre ontem. Minha última lembrança é de uma mulher chamando por um taxi e logo depois, inconsciência, o que faz as engrenagens do meu cérebro iniciarem uma força tarefa em busca de soluções ao meu problema. Kate foi enfática sobre a sua decisão. Eu tenho vinte e quatro horas para provar minha inocência. E vou conseguir.
Começo a refazer todos os meus passos no dia seguinte. A chegada ao bar, tudo normal, as conversas com os caras, tudo ok também. Ai me lembro da desconhecida que me ofereceu uma bebida no bar. Tento me lembrar de algum momento de distração onde ela poderia ter me drogado ou algo do tipo, mas nada me vem a mente. Mas tem que ser ali, nesse momento. Eu sou um homem experiente, sempre fui da noite, é impossível que o álcool me atingisse daquela maneira de forma tão abrupta. Minha bebida só poderia estar batizada. Sem esperar mais nada, ligo para o primeiro laboratório que encontro na internet e agendo um exame toxicológico, primeiramente, preciso provar que não estava em meu estado normal.
Vou direto para o laboratório para a colheita do meu sangue e fico de voltar algumas horas mais tarde para buscar o resultado. Então decido ir ao bar onde estivemos ontem. Quando chego, o bar está fechado, esmurro a porta sem parar, tamanha a minha raiva. Aqui precisa ter algo que me seja útil. Talvez o barman conhecesse aquela maldita mulher e me diga onde encontrá-la, ela pode me dar respostas. Já estou indo embora quando um homem de mais ou menos uns quarenta anos se aproxima da porta com uma chave. Ele deve ser o dono. Saio correndo como se fosse um louco e o intercepto. Conto tudo o que ocorreu desde a noite passada e descubro que de fato o cara é o dono do estabelecimento. Ele prontamente se dispõe a me ajudar e informa que há um circuito de câmeras de vigilância pelo estabelecimento. E logo estou em frente a uma televisão que fica passando as gravações da noite anterior. Alguns minutos mais tarde, surjo no bar e a morena as cenas da conversa com a morena estão bem ali na minha frente e então descubro que foi apenas um segundo de distração de minha parte. Virei a cabeça em direção a mesa onde estavam os caras e a garota coloca um liquido em meu copo. A primeira prova do crime está ai, mas ainda não é o bastante para mim. Agora preciso mostrar a Kate que não estava consciente.
O me entrega a fita da área interna e coloca uma outra fita que reproduz o lado de fora do bar. Ele vai adiantado a gravação até o instante onde saio do bar, aquele momento consigo me lembrar, me senti tonto e cambaleei para trás, mas alguém me segurou. As gravações mostram as costas de uma mulher loira, é a biscate. É Vallary. Ela me leva até um taxi onde praticamente me empurra para dentro e zarpamos.
Agradeço pela boa vontade e prometo recompensá-lo pela ajuda. Minha próxima parada é a construtora. Assim que chego ao prédio, vou direto a ala destinada a segurança e peço para ver as fitas, o segurança que está sentado em frente a uma mesa repleta de monitores começa a procurar pelas filmagens.
- Senhor, eu não entendo... – Ele diz confuso ao analisar as imagens a sua frente.
- O que aconteceu? – Pergunto.
- Não há nada. As câmeras estavam desligadas na noite passada. – Uma raiva toma conta de mim e começo a chutar tudo oque vejo pela frente.
- Mas que porra. Para que pago uma fortuna por um sistema de segurança de merda? Que permite que qualquer um desligue as câmeras? – Esbravejo enquanto o homem a minha frente apenas ouve em silêncio. Coloco as mãos no vidro já sem esperança, até que meu olhar cai na calçada a minha frente. Saio em direção ao prédio do outro lado da rua. Com certeza lá vai haver alguma imagem que mostre o momento em que cheguei aqui na construtora.
Mais uma vez conto todo o ocorrido e muito solicito, o segurança me cede as imagens. Ali apareço sendo retirado do taxi por Vallary e um homem. O cara me leva para dentro claramente desmaiado. Alguns minutos depois, o cara aparece saindo pela porta lateral do prédio sozinho. Peço uma cópia do vídeo e vou voando para casa. Preciso mostrar tudo oque tenho a Kate e rezar para que ela acredite em mim.
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Já são oito horas da noite quando entro pela porta do meu apartamento. Já chego chamando por Kate que não aparece em lugar algum. Subo as escadas de dois em dois degraus tamanho eu desespero e a encontro dormindo na nossa cama. Ela está usando apenas um roupão felpudo que temos no banheiro. Fico ali admirando a beleza da minha mulher. Deus, que ela me perdoe, não sei oque faço se perco essa mulher. Ela está em posição fetal e seus olhos estão um pouco inchados, ela chorou. Me sinto o pior dos homens por ter feito ela passar por isso, e ser o responsável por tamanha tristeza. Calmamente me sento ao seu lado e retiro algumas mechas de seu cabelo que caem em seu rosto. Ela se meche e vagarosamente abre os olhos. Eu sorrio, não há como não sorrir com tanta beleza assim.
- Você é tão linda. – Digo passando os dedos em sua bochecha macia. – Vem amor, quero te mostrar umas coisas. – Digo baixinho, ela concorda com a cabeça e levanta.
A levo até o meu escritório e ligo o notebook sobre a mesa e insiro um pendrive que tenho comigo. Sento Kate na cadeira e antes que o vídeo se inicie, tiro um envelope do meu bolso e entrego a ela.
- O que é isso? – ela pergunta encarando o envelope.
- Amor, hoje logo depois que você saiu do escritório, fui até um laboratório e fiz um exame de sangue, esse exame comprova que eu estive sob efeito de uma droga fortíssima. – Digo e vejo que pelas feições de Kate, ela está assustada.
- Iam... – ela tenta falar, mas eu não permito.
- Calma, vamos até o fim. – Digo e tento dar play no vídeo salvo no pendrive, mas antes disso, Kate me intercepta.
- Não Iam. Não quero ver nada. – Ela diz me deixando em estado de alerta.
- Mas Kate, eu preciso...
- Não, você não precisa me explicar nada. Eu confio em você. Sinto muito ter dito tudo oque disse, e feito o que fiz, mas no calor do momento, não pensei direito na situação. – Ela diz com os olhos repletos de lágrimas. – Eu vim pra cá, para a nossa casa, revivi cada momento desde que nos conhecemos e meu coração gritava que você é inocente. – Ela diz enquanto me ajoelho a sua frente.
- Amor, eu sinto tanto por tudo o que aconteceu. Jamais vou me perdoar por ter feito você chorar. – Digo fazendo um carinho em sua bochecha. – Tenho dois vídeos aqui nesse pendrive, um deles é do bar onde fomos ontem, onde mostra uma mulher colocando alguma coisa no copo que eu estava tomando, e o outro vídeo, é da câmera de segurança do outro lado da rua, que mostra o momento em que cheguei a construtora desmaiado, sendo carregado pela Vallary e mais um cara. – Kate coloca as duas mãos na boca, como se não acreditasse no que esta ouvindo.
- Meu Deus, mas isso é um absurdo, Iam! Você precisa fazer alguma coisa. – Ela diz assustada.
- Eu sei, mas de momento, já pedi ao RH o desligamento de Vallary, ela não trabalha mais na construtora. Amor, o que ela queria era nos separar, e não conseguiu, ao menos não da minha parte. Mas o que você me diz? Estamos bem? – Digo um tanto receoso sobre sua resposta.
- Iam, eu amo você. Estamos bem, e se não estivéssemos, iriamos ficar. – Ela diz com um tímido sorriso no rosto. Porra como eu amo essa mulher.
- Obrigado por confiar em mim linda. – Digo sem disfarçar a alegria de tê-la ao meu lado. – Você quer ver os vídeos? – Pergunto.
- Não! Eu não preciso ver nada disso, confio em você! – ela diz enquanto se aproxima para me beijar.
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Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1
Storie d'amore"Eu sou Iam Carter, o melhor engenheiro que essa construtora poderia ver algum dia. Administro tudo isto daqui como ninguém, jamais encontraram alguém que se enquadre ao cargo de presidente desta empresa se não eu. . Mas agora estou em um beco sem s...