Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1

CAPÍTULO 29 - KATE

Sinceramente, eu não sei como consegui chegar até o hospital sã e salva. Era início da tarde e eu estava trabalhando na construtora, quando meu celular toca insistentemente. Assim que atendi, fui informada por uma senhora que ela ligava da parte de Lucas, e precisava me informar que minha mãe foi levada ao hospital após um desmaio.

Sai como uma louca da construtora e fui direto para o hospital que Lucas trabalha. Lá fui até a recepção e procurei por notícias. Coincidentemente, a senhora que atendia ali, era a mesma que havia me ligado. Ela me informa que minha mãe foi encaminhada para uma cirurgia de emergência, pois uma veia na sua cabeça havia se rompido e nesse momento, Lucas estava na sala de cirurgia com ela. Minhas pernas bambas quase me levaram ao chão. Senti todo o sangue do meu corpo gelar. "Meu Deus, por favor, não tire minha mãe de mim, eu imploro, salve a minha mãe." Penso em oração.

- Mas a cirurgia da minha mãe estava marcada para a próxima semana, segundo os exames estava tudo correndo dentro do previsto, como isso pode acontecer? - Questiono a senhora a minha frente.

- Minha querida, sei que está nervosa, mas você deve aguardar pelo doutor para saber exatamente o que aconteceu. - Ela diz atenciosa. - Mas, preste atenção, eu trabalho aqui faz muito tempo. Tempo o suficiente para saber algumas coisas, mesmo não sendo médica. Sua mãe foi socorrida com agilidade, e trazida imediatamente para o hospital, o que aumenta consideravelmente as chances de correr tudo bem na cirurgia, tenha fé menina. - Ela diz vindo até mim e me indicando onde fica a sala de espera. - Você quer que eu avise alguém para ficar com você. - Penso em Iam em primeiro momento, mas logo lembro que Iam não sabe de nada sobre o problema da minha mãe, e deverá ficar assustado com toda a informação. Então me lembro que Ella trabalha nesse mesmo hospital.

- Minha... cunhada. Ela trabalha aqui, sabe me dizer se está de plantão. Se chama Ella, Ella Carter. - Digo.

- Aaah, a doutora Ella. Uma menina sensacional. Vou verificar se ela está por aqui. - Diz a senhora se dirigindo até o telefone e fazendo algumas ligações. - A doutora está em cirurgia, mas deixei o recado com um dos residentes dela, que você está aqui. - Ela me informa e logo estou me encaminhando até a sala de esperas. Espera. Essa espera que me mata.

Não sei exatamente quanto tempo faz que estou aqui aguardando, imersa em minhas orações, pedindo a Deus com todas as minhas forças que não leve a minha mãe, que ela continue aqui comigo. Estou de cabeça baixa, olhando para o chão quando uma mão toca em meus ombros. Ao levantar a cabeça, vejo Ella e de imediato me jogo em seus braços.

- Vai ficar tudo bem, cunhadinha. Fique calma e confie. - Ella diz enquanto eu apenas choro. Estava me segurando até esse momento, mas ao ver minha amiga, minhas emoções falaram mais alto. - Escute, o doutor Lucas está com ela, a tia Marie está em boas mãos, acredite. - Ela diz permanecendo abraçada em mim. - É duro o que vou dizer agora, mas se alguém souber que disse isso, negarei até a morte. Mas Lucas é um dos melhores no que faz. Claro, não é o melhor porque eu estou aqui, obviamente. - ela diz tentando me fazer rir, ela sempre teve esse jeito tão espontâneo, que absorve algo de bom independente da situação. - Mas ela realmente está sendo bem atendida, Lucas salvará a sua mãe. - Minha cunhada diz com tanta convicção que sinto um sentimento de esperança crescendo dentro de mim.

- Obrigada Ella, não imagina como a sua presença aqui está me ajudando. - Digo ainda um pouco chorosa.

- Meu amor, sempre estarei aqui para o que precisar. - Diz minha amiga e cunhada pegando uma das minhas mãos. - Mas.. onde está o Iam, achei que ele estaria aqui com você.

- Bem... eu... estava no trabalho, fiquei um pouco nervosa quando me ligaram e vim direto pra cá. Não tive cabeça para avisá-lo, mas vou...- Levo minha mão ao banco do lado no intuito de buscar pelo meu celular, mas percebo que nem minha bolsa lembrei de pegar antes de vir para cá. - Que droga, saí correndo, esqueci até mesmo da minha bolsa com o celular dentro. - Digo.