Eu tinha a vida que todo o cara gostaria de ter. Eu sou aquele tipo de cara que toda a mina gostaria de levar para casa. Sou bonitão, confesso, um corpo definido e repleto de tatuagens que levam a mulherada a loucura, sou filho único com pais extremamente amorosos. Tenho a minha própria oficina mecânica, ao qual, cuido dos melhores carros do estado da Califórnia. Então, resumidamente. Sou bem-sucedido, e tenho a mulher que quiser na minha cama. Apenas digo que quer comer e a garota já está tirando a calcinha, mas já aviso com antecedência que é só por uma noite se a gata aceitar, então está tudo certo.
E de fato Estava tudo certo, até a vida resolver me dar a primeira rasteira. Eu tinha um pai maravilhoso. Ele era meu exemplo de homem, meu melhor amigo, ele era tudo para mim. Até que essa maldita vida resolveu tirá-lo de mim cedo de mais para o meu gosto. Quando tinha 23 anos, meu pai morreu vítima de uma fatalidade. O carro em que dirigia, acabou perdendo o controle em uma estrada e despencou de um precipício. Foi o maior baque da minha vida. Ali, fiquei totalmente sem chão, perdi o meu herói, o melhor pai do mundo. Mas eu precisava me levantar, pois minha mãe precisava de mim. E assim foi os anos seguintes. Eu tive que me curar e ser a força da minha mãe. Os anos passaram, eu voltei a viver minha vida, mas sempre tive aquele buraco no meu coração que era a saudade que sentia do meu pai. Mas a vida seguiu, e tudo estava indo bem na medida do possível.
Até que vida resolveu ser um pouco mais sacana comigo, afinal, o que dizem por ai que desgraça pouca é bobagem, não passa da mais pura verdade. Um pouco depois de completar 28 anos, minha mãe descobriu que tinha um câncer raríssimo, e assim, se início uma verdadeira batalha pela sua vida. E esse, foi o pior ano da minha vida, eu tive que presenciar minha amada mãe definhando a cada dia um pouco mais. Era como se eu estivesse ali, assistindo de camarote a morte ir levando aos poucos mulher mais importante da minha vida.
Então, veio a segunda rasteira. Teve um dia em que minha mãe passou muito mal durante a madrugada. Desesperado a levei para o hospital mais próximo, e então, durante os dois dias seguintes, vivi em uma constante espera pela pior notícia da minha vida. Minha mãe estava muito mal, os médicos estavam desacreditados, e diziam que estavam apenas esperando seu coração parar de resistir. Minha mãe sentiu que morreria, então me chamou, disse que precisava me contar algo muito importante, que não poderia morrer sem que eu soubesse da verdade.
Em seu leito de morte, minha mãe me contou que o homem que sempre tive com o meu pai, na verdade não era de fato meu pai biológico. Segundo a minha mãe, ela estava grávida de mim quando conheceu meu pai, que se apaixonou por ela e decidiu assumi-la e me registrar como filho dele. Meu verdadeiro pai, foi o primeiro namorado da minha mãe. Ela me contou que eles eram vizinhos, mas uma dia, meu avô recebeu uma excelente proposta de emprego em São Francisco. Obviamente que ele traria consigo toda a sua família, e isso incluiu a minha mãe que teve que terminar o namoro. Dois meses depois de chegar em São Francisco, descobriu a gravidez, e mais ou menos nessa mesma época, conheceu meu pai, que estava fazendo faculdade e trabalhava como estagiário na mesma empresa que meu avô. Ela conta que meu pai se apaixonou perdidamente por ela, mesmo sabendo que logo ela seria mãe. Quando nasci, eles decidiram procurar por meu pai biológico, afim de contar sobre a minha existência, mas quando chegaram a Nova York, descobriram que ele estava para se casar, e ao que tudo parecia, amava muito a noiva e construiria uma nova família.
Diante desse fato, meus pais optaram a não contar a ele sobre a minha existência, voltaram para São Francisco e tocaram sua vida e meu pai biológico, nunca soube que tem um filho. Na madrugada daquele mesmo dia, minha mãe faleceu, me deixando só no mundo.
E é por isso que estou aqui, em Nova York. Vim atrás do meu pai biológico. Eu sou sozinho no mundo agora, mas tenho um pai. Talvez ele não fique muito satisfeito em saber que tem um filho, mas preciso saber quem é ele, preciso vê-lo. Não quero que me tenha como um filho, ou que me queira como tal, afinal, eu tive um pai, que me amou, me ensinou tudo o que sei, e é meu maior herói. Mas acredito que ele mereça saber, gostando ou não.
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Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1
Romantiek"Eu sou Iam Carter, o melhor engenheiro que essa construtora poderia ver algum dia. Administro tudo isto daqui como ninguém, jamais encontraram alguém que se enquadre ao cargo de presidente desta empresa se não eu. . Mas agora estou em um beco sem s...