Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1

CAPÍTULO 3 - IAM

Cheguei em meu apartamento era passado das três da manhã. Minha saída de ontem com Kate acabou mais tarde que o planejado. A conversa com ela sempre flui tão bem, que as vezes acabamos perdendo a hora, e ontem foi uma dessas vezes, pena que esquecemos que teríamos que estar cedo na construtora no outro dia. E por isso estou sentado em minha mesa nesse momento extremamente cansado. Não estou conseguindo me concentrar no projeto que tenho aberto sobre a mesa, e não conseguir me concentrar em meu trabalho me incomoda de uma forma única.

Uma hora depois de tentar analisar o projeto do shopping que está sendo feito pela construtora, me dou por vencido e decido fazer a vistoria de uma obra que tinha agendado para daqui dois dias, mas no meu atual estado, a correria de um canteiro de obra vai me deixar mais alerta. Passo na sala de Jayden, meu amigo e um dos engenheiros responsáveis pela obra que preciso verificar.

Já dentro do carro, discutimos alguns pontos que precisamos ver com mais atenção na vistoria e sobre recomendações necessárias para o mestre de obras, até que o assunto escritório se dá por encerrado e Jay me conta sobre sua última ida ao The Red House, uma das mais badaladas casas noturnas de Nova York.

- Cara, ontem dei uma saída com uns amigos do tempo da pós, e decidimos dar uma chegada ao Red, conheci uma loira, que meu amigo, me deixou quebrado de tanto que fodemos essa noite. Acho que até me apaixonei. – Diz ele com o semblante realmente cansado.

- Jay, toda vez que vai ao Red, você se apaixona por uma mulher diferente, já nem levo mais crédito nessas suas paixões arrebatadoras. – Digo zombando de meu amigo.

- Você não tem noção, meu, essa mulher é a perfeição em pessoa. Uma gostosa de primeira e uma safada na cama, do jeitinho que toda a mulher deveria ser.

-Ah, nisso tenho que concordar! Mas ao menos combinaram alguma coisa? – Pergunto já caindo na conversa desse sem noção.

- Peguei o número de telefone dela, mas não sei muita coisa sobre ela, sabe né, ficamos meio ocupados durante a noite. – Jay arqueia as sobrancelhas, já entendi.

- Então me diz, como você está apaixonado por uma mulher que nem conversou? Só comeu uma noite e pegou um número de celular?

- Ah velho, não preciso disso para saber. Química meu caro, química. – Ele fala como se estivesse me explicando a formula da bomba atômica.

- Meu, se fosse por isso, já era para estar apaixonado por Valary a muito tempo, é tudo o que ela quer na vida. Mas sei lá, graças a Deus esse negócio de paixão não rola comigo, mas tenho a Kate que vive falando desse negócio. Para você falar que tá apaixonado por uma mulher, tem que ter mais coisa aí além de sexo.

- Pelo amor de Deus, você se tocou o que acabou de dizer? Que gay mano! Presta atenção, quem fala isso é a Kate, e ela é mulher. Para elas o lance é diferente que com a gente. Se rolar gostoso já eras, o cara cai de quatro pela mulherzinha.

- Só sei que a minha vida está ótima como está. Saio com quem quero, vou onde quero, pego quem quero e não preciso dar satisfação para ninguém. Não quero nem saber desse negócio todo de amorzinho, paixãozinha. Isso enfraquece o cara. – Digo convicto sobre minha opinião.

- E ainda de quebra tem a gostosa da Valary sempre pronta pra dar umas no escritório. Cara sou teu fã, você sabe né. – Rimos sobre o assunto.

-É, ela me ajuda a relaxar quando estou precisando, mas isso tem um preço meu caro. Volta e meia preciso por Valary no lugar dela. A safada ainda acha que um dia vou chegar com um buque de rosas e um anel de noivado a empresa e me ajoelhar na frente dela. Ela sempre está disponível porque o sonho da vida dela é assinar meu sobrenome. Mas isso é problema dela,  sempre disse que não vai rolar, mas se ela quer continuar com as reuniõezinhas de final de expediente, quem sou eu para dizer que não, né!? – Digo entre risadas.