CAPÍTULO 6 - IAM

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Não tenho mais a mínima cabeça para trabalhar hoje, depois da bomba que caiu em meu colo. Me dirijo para fora de minha sala e encontro Valary digitando qualquer coisa no computador.

- Valary, cancele toda a minha agenda de hoje. Não volto mais para empresa hoje.

- Aconteceu alguma coisa, senhor? – Pergunta. Mas sei que essa pergunta significa outra coisa. Na verdade ela quis dizer. "Quer companhia, senhor".

- Não é da sua conta, querida. – Digo ríspido para que entenda de uma vez por todas que sexo é só sexo. De certa forma estou com esse problemão por culpa dela. Vejo-a abaixando a cabeça, nitidamente envergonhada. Sim um pouco de remorso por ter falado com ela daquela forma, mas prefiro não pensar nisso agora.

Me dirijo a sala de Jayden. Preciso conversar com alguém que possa me ajudar a sair dessa enrascada. Falo com sua secretária que de pronto me anuncia e logo me leva até a porta. Como se precisasse disso, penso. Logo que entro, Jayden levanta a cabeça e pergunta.

- Homem, conseguiu anotar? – Faço cara de quem não entendeu nada, então ele completa. – A placa do caminhão que te atropelou. O que aconteceu cara? – Fecho a cara no mesmo momento, não estou para brincadeiras.

- Cara, estou fodido. Acho que agora ferrou tudo de vez. Lembra que contei que meu pai me pegou no flagra com Valary, das suas ameaças e tudo mais. – Ele assente com a cabeça e continuo – Então, ele cumpriu com tudo o que disse... – Conto para meu amigo tudo o que aconteceu na reunião e a cada palavra que sai de minha boca, sinto meu desanimo crescer. – E agora estou aqui, só posso ser louco, mas preciso da tua ajuda.

- O que você pretende fazer? Vai entrar com recurso jurídico, certo? Cara, não sei muita coisa sobre leis para te ajudar, mas tenho um advogado amigo meu excelente que vai te ajudar. – Pergunta, não entendendo o tipo de ajuda que preciso.

- Não seu idiota. Já tenho um ótimo advogado, já o consultei. Preciso de você para outra coisa.

- Nada ilegal né cara. Você sabe, sou teu irmão, mas ilegalidades não é a minha mano.

- Para de ser trouxa e me escuta. Preciso arrumar uma noiva para ontem, que aceite casar em seis meses e passe um ano comigo, para provar para o conselho que somos o casal mais feliz e apaixonado da face da terra. – Meu amigo me olha com um ar pensativo, posso ver as engrenagens funcionando a todo o vapor dentro de sua cabeça.

- Cara, Valary. – Mas que idiota. Essa maluca é capaz de depenar meu patrimônio assim que assinar meu sobrenome.

- Você está louco? Jamais me casaria com a minha secretária. É tudo o que ela quer na vida. Virar a senhora Carter. Ela vai querer tirar até a minha alma quando nos divorciarmos. Além do que, isso tudo não passará de uma farsa. Noivo, me caso, fingimos ser o casal mais feliz do mundo para convencer o conselho e depois de um ano, nos separamos amigavelmente como mais de 50% da população mundial faz. Não quero um casamento verdadeiro. Para isso preciso de alguém de confiança, de caráter, que vá aceitar essa situação toda pelos motivos certos.

- Ok, a tarefa será um pouco complicada. E não temos tempo hábil. Vou pensar em alguém, mas esteja preparado. É praticamente impossível alguma mulher no mundo aceitar fazer isso apenas comovida por essa cara feia. Você vai ter que abrir a carteira, meu amigo.

- Dinheiro você sabe que não é problema. Meu problema é encontrar a pessoa certa.

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Dois dias depois da conversa que tive com Jay, nem ele, muito menos eu, encontramos uma solução para meu problema. Esse maldito assunto não sai da minha cabeça. Estou pensando nisso vinte e quatro horas por dia.

Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora