Um Casamento Quase de Mentira - Livro 1

CAPÍTULO 32 - IAM

Eu fiquei possesso assim que presenciei aquela maldita cena. Fiquei puto de verdade. Eu deveria ser o alvo daquele abraço tão alegre, eu deveria ser o dono daquele sorriso tão lindo. Assim que estrategicamente acabei com a felicidade do doutorzinho de merda, fiquei sabendo que Marie finalmente receberia alta. E é claro, fiquei radiante pela notícia, mas obviamente, não demonstrei nada. E dar o gostinho de vitória para aquele bosta de doutor Lucas? Mas nem morto.

Quando Kate levantou a possibilidade de ir para a casa de Marie por um tempo enquanto ela se recuperava, um pânico se instalou dentro de mim. Porra! Isso está errado. Acabei de descobrir que estou apaixonado pela mulher e ela tem que se afastar de mim? Mas nem no quinto dos infernos. De imediato, a ideia surge e eu logo ponho pra fora, convidando Marie a ficar no meu apartamento enquanto se recupera. Não me julguei ok! Não sou nenhuma putinha egoísta que só fez isso pelo bem próprio. Tá fiz também para Kate continuar morando comigo, mas fiz por Marie também. É óbvio que todos os argumentos que apresentei são sinceros. Será muito melhor para ela estar conosco, recebendo toda a assistência necessária e claro, muito mais próxima do recurso, caso haja necessidade.

Logo que saímos do hospital, ligo pra minha irmã e me vem a ideia de fazer um jantarzinho familiar para darmos as boas-vindas a minha sogra. Acredito que será bom para ela sentir o carinho de todos, e claro, fazer uns pontinhos com Kate. Então peço para Ella convidar meus pais e me ajudar a organizar tudo, já que está bem encima da hora.

No dia seguinte, quando vamos busca-la, não consigo me conter e pergunto para Kate se ela continuará vendo aquele doutorzinho, mas é claro que ela fica puta com meu questionamento e me pergunta o que tenho contra ele. O que eu tenho contra ele? Vejamos, porque sim, tem uma lista. Gostaria de dizer a ela "Meu amor, o que tenho contra o doutorzinho não é nada de mais, só o fato de ele estar louco para entrar na calcinha da mulher que eu amo!" Mas não poderia dizer isso, não é assim, dentro de um carro, a caminho de um hospital que você fala para a mulher da sua vida que a ama. Então, opto pelo silêncio, afinal, não tenho motivos melhores que esses para listar meus problemas com esse bostinha.

Mas é claro que a minha irmã tem uma boca maior que qualquer coisa conhecida, e dá com a língua nos dentes contanto meus planos de fazer uma surpresa para Marie. Só não fiquei totalmente decepcionado com a surpresa estragada, porque acabo ganhando um singelo beijo de Kate em agradecimento pelo jantar.

Quando chegamos ao apartamento, instalamos Marie no quarto de hóspedes, onde os meus pertences já não estão mais. Pedi a diarista que estava cobrindo as férias da minha empregada para que levasse tudo novamente para o meu quarto e organizasse o quarto para receber Marie.

Tive que sair na parte da tarde e ir a construtora assinar alguns papéis. Mas minha mãe, é claro que me ligou de meia em meia hora para ir me colocando a par de todas as organizações do jantar. Agora falando sério, porque para vocês mulheres, um simples jantar tem que ter uma verdadeira estratégia militar? Cara, é tão simples, contratar um buffet que tenha uma boa comida, comprar umas bebidas e tudo ok. Mas não para vocês, tudo tem que ter uma organização como se fossem receber a rainha da Inglaterra, vai entender.

A noite quando cheguei em casa, não encontrei ninguém no andar de baixo, então subi para o segundo pavimento, primeiro indo até o quarto de Marie, dei duas batidas na porta e recebi como resposta um "Pode entrar" da minha sogra.

- Boa noite dona Marie, gostaria de saber se está tudo bem? Tudo do seu agrado? – Digo preocupado.

- Oh meu querido. Está tudo perfeito. Muito mais do que eu mereço até. – ela diz com um sorriso no rosto. – A propósito, gostaria mais uma vez de agradecer pelo seu gesto, a cada dia que passa, sinto mais orgulho de você meu menino. – Sinto um sorriso se abrir em meu rosto então vou até ela e a abraço.