QUARENTA E UM

4.2K 574 38
                                    

— Acho que não vou conseguir levantar daqui nas próximas setenta e duas horas — comentei, após de ser depositada na cama. Sim, depositada na cama mesmo, já que o Guilherme fez o lindo favor de, além me dar banho (e uns dois orgasmos a mais), me trazer no colo de lá para cá. 

Não foi brincadeira, nunca vi quatro horas dá para tanta coisa. Acho que até chegamos perto do tal do canguru perneta e eu até arrisquei algumas coisas mais ousadas que não deram certo e nos fizeram rir no meio dos gemidos. 

— Acho que vou ter que engessar o meu pau — ele se deitou ao meu lado, já de boxer. Eu tinha perdido a minha calcinha.

Literalmente. 

Na loucura das nossas maluquices, ele a rasgou. 

Então, graças a Deus — e a Carly — eu estou vestindo uma das camisolas que eu deixava guardada aqui. Ela era branca e lisa com um ar até meio de pureza. 

— Você parece um anjo, essa pele morena contrastando com o tecido branco e as bochechas até meio rosadas com a nossa maratona pervertida — ele enroscou os dedos no meu cabelo lavado e colou nossos lábios rapidamente. 

Eu já disse que ele é lindo?

Se já, ignorem.

Ele é lindo para um caralho

   Olha essa boca maravilhosa se mexendo... Se eu não estivesse tão cansada, sentaria nessa cara linda para se mexer em outro canto...

— Joyce? Você me ouviu? 

Ele estava falando?

 — Hum? — ergui as sobrancelhas e ele riu, mostrando as covinhas. 

 Ah, vá ser bonito assim na puta que pariu. 

 Mentira.

 Tem que ser aqui e bem pertinho de mim, porque tenho ciúmes. 

  — Interrompendo seus pensamentos indecentes... — Fragoso cantarolou me fazendo rir, meio envergonhada. — Prometa que nunca vai deixar que a sua prima se meta entre nós. Você viu hoje que ela está bem decidida....

  Suspirei.

  — Prometa-me você, que não vai cair nos encantos dela. 

  Ele demorou, parecendo pensar. 

  — Porque não me respondeu? — nesses segundos de espera eu já estava criando umas 2134697853 paranoias. — Guilherme! — não me controlei, dando uns tapinhas nele. 

 Guilherme riu. 

 — Aí! — alisou o ombro atingido, ainda rindo — Eu estava pensando nas diferenças entre vocês. E te acho bem mais bonita. Tá? — beijou meu ombro e eu revirei os olhos, puxando alguns fios da nuca dele. — Joyce! Eu prometo que não vou cair nos braços da viúva negra que chama de prima! 

Soltei, sorrindo largamente. 

— Satisfeita? 

Aquiesci, olhando-o de maneira safada.

— Você fez bem seu serviço, Fragoso. 

Ele ergueu as sobrancelhas.

— E se não tivesse feito? — cruzou os braços, virando o corpo em minha direção, ficando frente a frente à mim na cama. 

— Ué, eu chamaria a Carly — dei de ombros. 

Guilherme me fitava de maneira incrédula e com o queixo batendo a uns quatrocentos metros após o chão. 

O Sabor Dos Seus Lábios - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora