Se alguém me dissesse que eu, Joyce Ribeiro, estaria na área mais nobre da cidade, no apartamento do herdeiro do Imperium, fugindo das investidas e tentativas dele de casar comigo, diria para essa pessoa não ficar doidona sozinha e me dar um pouco da coisa que ela estava fumando.
Como eu já falei antes, a cobertura do Guilherme é maravilhosa — não a dele literalmente, me refiro ao local onde ele mora, até porquê se esse homem já é maravilhoso "sem cobertura", imagina com um chocolatezinho por cima? — as janelas/paredes, a cor clara dando uma luminosidade singular a todo o ambiente.
Não era nada obscuro ou sóbrio demais. Todas as coisas ali beiravam da casualidade ao extrovertido. Os quadros de estilo cubista, coloridos até dizer basta. A cozinha oposta a minha, grande, mas um pouco desorganizada, como se fosse muito utilizada... O lugar em si gritava a personalidade maluca do dono.
Porém, o que me encantou foi o "terraço", uma pseudo varanda enorme — e muito bem protegida —, era o tipo de canto que, ao olhar, você se sente no topo do mundo.
Dava para ver do shopping a... Padaria.
E, falando em padaria, eu sei que fui grossa com o Marcel...
No entanto, as fotos que mandei, as mensagens que trocamos, as pequenas provocações, o verdadeiro beijo na padaria e que não me tocou muito... Tudo deixava minha cabeça mais cheia e confusa do que já é. Me deixando sem saber para onde correr ou o que sequer pensar. Argh!
O Guilherme sozinho já me arranja muitos problemas, não preciso de outro para ornamentar essa situação com confusões. Foi melhor assim.
— Aqui é lindo. — murmurei, deixando o vento bater forte e ricochetear o meu cabelo contra o rosto.
— Você tinha dinheiro o suficiente para comprar dois desse, porque não o fez? — virei, para fitá-lo já trocado de roupa, a bermuda leve mostrava claramente a falta de uma boxer ali e a camiseta velha não deixava nada a desejar a imaginação.
— Porque comprei uma bela e enorme casa para a minha família, ajudei minha tia a fazer um bom mestrado, pago algumas viagens para minha avó e ajudo minha mãe, sempre que possível. Sem falar das minhas doações mensais aos institutos e investimentos que eu mesma aplico nos projetos sociais. Não preciso de um apartamento maior para ostentar, eu e o Nick somos bem felizes naquele de onde fui arrastada. — expliquei, revirando os olhos, sentindo o vento de um sábado nublado e meio frio me fazer bocejar.
Fragoso estava boquiaberto.
— Inacreditável.
Franzi o cenho.
— O que é, criatura? — resmunguei.
Ele menou a cabeça.
— Você consegue ficar ainda mais perfeita...
Bufei.
— Não começa — minhas orelhas esquentaram um pouco e podia sentir a região das bochechas também. Graças a minha pele morena, eu não ficava corada, se não já estaria mais vermelha do quê um tomate maduro — São dois meses.
— Achei que tinha escutado três...
Comecei a rir.
— Na segunda semana, você vai desistir.
— Não vou.
— Eu sou insuportável.
— É sim — ele afirmou, balançando a cabeça — Insuportavelmente gostosa. Onde aprendeu a fazer aquilo do elevador? — perguntou e eu resolvi entrar, vendo o Nick correr de um lado para o outro no corredor, resmungando com o próprio reflexo.
— Com a vida. — tentei usar um tom sábio.
Ele ergueu as sobrancelhas.
— Pornô?
Soltei uma risadinha, aquiescendo e ele me acompanhou.
— E dos bons.
Guilherme se joga no sofá e eu o encaro durante alguns segundos.
— Está preparado para conviver comigo durante sessenta dias?
— Eu nasci pronto, meu doce.
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O Sabor Dos Seus Lábios - As Whiter's
SonstigesASSIM COMO MAR CALMO NUNCA FEZ BOM MARINHEIRO, SÃO OS INVESTIMENTOS DE RISCO QUE FAZEM OS EMPRESÁRIOS DE SUCESSO. O que uma mulher bem sucedida que venceu vários preconceitos por ser jovem e acima do peso, conseguindo chegar ao cargo de Supe...