TRINTA E UM

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      Guilherme me olhou durante alguns segundos, parecendo não acreditar no que eu falei. Parecia até meio chocado... Só era o que me faltava!

  — É sério? — franziu a testa, contornando o lugar, agora sem ligar muito para o fato de eu estar só de lingerie na frente dele e (quase) segurando uma plaquinha escrita "transe comigo, por obséquio".  Você realmente está dizendo o que estou pensando que escutei? — oi?!

   Sacudi a cabeça, minha mente tinha dado um nó digno de um escoteiro experiente. Porque complicar? Eu queria aquele deus grego em cima de mim durante esses dois meses. Sim, sou contraditória... Mas, que graça teria se não fosse? 

  — Como você me quer? — perguntou, fitando bem o meu rosto. 

  Sério que ele estava fazendo essa pergunta?

 — Você realmente está perguntando isso? — resolvi externar meu pensamento e o encarando de maneira meio incrédula quando assentiu. — Você não existe mesmo... — neguei. 

  — Como. Você. Me. Quer? 

   Estreitei o olhar, mas ele não pareceu se incomodar muito, apenas cruzou os braços, me fazendo bufar e revirar os olhos. 

   Novamente, me permiti admirá-lo, os braços fortes, com cada músculo em seu devido lugar e a academia em dia. O maxilar quadrado e lábios cheios, com ambos os lados presenteados com covinhas lindas. Sem nem falar nos fios castanho-escuro desprovido do gel e caindo de forma desprentensiosa perto dos olhos e... Ah, aqueles olhos... 

   — Eu te quero porque eu não aguento mais apenas imaginar como seria, ou te ter em parcelas, Guilherme. Não quero mais preliminares, te quero por inteiro. — respondi, enrugando a testa e o olhando com um pouco de vergonha. Não era como se eu estivesse admitindo estar apaixonada ou algo do tipo, mas soava como isso.

    Ele demorou alguns segundos, — que pareceram séculos —me encarando, antes de realmente se mexer e abrir a boca. Fragoso estendeu a mão, segurando a minha devagar.

     — Passei o tempo todo esperando por isso — puxou-me para perto e colou nossos lábios, fazendo o baque dos nossos corpos juntos ecoar por toda cobertura. Já não existia mais receio ou dúvidas. Eu o queria. Nosso beijo era intenso e apressado, as línguas se chocavam e, poeticamente, se abraçavam, numa sincronia digna de um filme de Hollywood. 

   A mão que apertava minha cintura desamarrou com habilidade o avental, escorregando até achar a minha bunda. Eu sorri, entre o beijo, fazendo questão de puxar o seu lábio inferior e me afastar um pouco. Guilherme me puxou de volta, parecendo não estar disposto a parar de me beijar. 

  E eu não me importava. 

  Seu beijo era de outro mundo.

  Fragoso roçou-se em mim, me fazendo sentir que já estava bem endurecido. 

   Fechei os olhos, tentando não sorrir tanto. Mas eu estava feliz demais para negar.

  Quando ele gemeu baixo, percebi que as minha mão que não segurava sua nuca estavam embrenhadas nos fios macios. Eu a deslizei, encontrando a barra daquela maldita regata que me impedia de babar nos gominhos do Guilherme.

  Ele riu da maneira apressada com a qual arranquei o tecido e acariciei aquele santo abdômen. Sério, ele tomaria facilmente o lugar de Adônis, Apolo... Qualquer um desses deuses.

  O pescoço dele me clamou por mim e eu atendi, arrastando meus lábios pela região sensível. Já estava prestes a mordê-lo quando ele me interrompeu. 

O Sabor Dos Seus Lábios - As Whiter'sOnde histórias criam vida. Descubra agora