Justin Bieber
Sábado
06:50PM
HouseNão tinha dado meia hora que os meninos haviam saído daqui. Depois de alguns cigarros bem bolados, eles saíram sem murmurar. Eu já estava sóbrio, não ousei fumar novamente depois que a Estela foi embora toda feliz por ter aceitado ir com ela até a sua igreja, coisa que me arrependi momentos depois.
Corri até o Jaxon que brincava com seus brinquedos de pelúcias na sala e o peguei no colo. Eu teria que arruma-lo primeiro, para depois ir me arrumar. Bom, se ele não der um de chorão logo agora, com a ideia de ficar sozinho. A banheira estava quase cheia, a água estava morna, ótima para ele. Sua roupa já tinha sido tirada, simplesmente o coloquei dentro começando seu banho.
Seus cabelos que estavam cada vez mais loiros, estava limpo, e grande. O enrolei na toalha e o levei até seu quarto. Eu só tinha que procurar uma roupa para ele. Coisa que parece simples pra qualquer pessoa, mas as suas estavam ficando pequenas para ele. Era difícil você encontrar algo que o servisse sem que parecesse que o feche iria estourar.
A última vez que olhei no relógio, faltava pouco para a Estela chegar aqui em casa. Acelerei os passos pelo pequeno corredor e entrei no meu quarto já indo pegar minha roupa.
Depois que coloquei uma calça jeans clara, junto com uma blusa verde com amarelo, foi a vez do tênis, um dos mais novos que eu tinha guardado. Não poderia negar que com certeza ficou uma combinação boa. Olhei pelo espelho e encontrei o Jaxon me olhando.
— Me achou tão bonito assim? Quer tirar uma foto, garotão? — Perguntei brincando indo pega-lo no colo. — Vamos! Estela já deve estar chegando.
Não chegou a contar nem cinco minutos, o som da buzina soou do lado de fora, Deixando Jaxon eufórico. Peguei a bolsa e ele, indo já direto para a porta. Enquanto caminhava em direção ao carro, Estela estava com um sorriso largo nos lábios e seus olhos em nós dois.
— Oi. — Falei assim que cheguei abrindo a porta do carro.
— Oi, eu consegui uma cadeirinha para o Jaxon. — Olhou pra trás. — Pode colocar ele aqui.
— Por acaso é de alguma vizinha? — Perguntei enquanto colocava o Jaxon na cadeirinha, me atrapalhei um pouco mas consegui no final.
— Da minha prima na verdade.
— Deu pra perceber, o rosa choque está nela toda. — Fechei a porta de trás e fui ficar ao seu lado.
— Oi loirinho. — Falou com o Jaxon. — Vamos passar na casa da Marina antes.
— Tudo bem!
— Mas então, seus amigos demoraram ir embora ontem?
Ela me olhou rápido enquanto fazia o carro sair do acostamento. Me esquecendo da sua pergunta, meus olhos percorreu todo seu corpo. Estela vestia um vestido verde água, em seu braço direito tinha algumas pulseiras pretas, e em seus pés...estavam descalços.
— Não. — Respondi depois de um tempo.
— Alguma ideia de quando sua mãe irá sair?
— Se ela sair. — Corrigi um pouco rápido.
Não havia comentado com a Estela sobre a possibilidade da vara da infância levar o Jaxon para longe por Pattie estar atrás das grades. Eu devo fazer isso sozinho. Não quero que ela pense que preciso dela pra tudo. Posso muito bem dar um jeito nisso. Eu preciso dar um jeito nisso logo.
Mesmo não sabendo como, eu só precisava arrumar um emprego. A ideia de ir até o Matthew, me fez repensar mais um pouco depois do aviso do policial. Ela não estava mais em primeiro lugar, até porque a justiça não iria deixar o Jaxon com um traficante.
— Ela pode conseguir um advogado do estado. — O carro parou na faixa de pedestre. — Pode enrolar um pouco, mas ela irá sair.
— Você sabe que eu não me importo com isso. O que me interessa é o Jaxon nessa situação toda.
— É, eu sei. Mas, e a polícia? Não foi na sua casa depois da prisão?
— Por que ela iria na minha casa? Não tem nada lá que os interessa. — Falei com o meu foco do lado de fora do carro.
— Tem sim. O Jaxon, Justin. — Me virei e seus olhos focaram no banco de trás por alguns segundos. — Eu sei que eles podem pegar ele e o levar para um orfanato, caso sua mãe pegue alguma pena. — Droga!
— Eu posso ficar com ele.
— Não, não pode. Você não tem um emprego, ou uma renda estabilizada. Aos olhos dela você não é capaz de cuidar dele.
— Posso te pedir uma coisa? — Ela assentiu olhando pra frente. — Não se meta nos meus problemas.
— Eles foram na sua casa! — Sua voz saiu afirmando. — Por que não me contou?
— Por que os problemas são meus, difícil de entender? — Fui irônico.
— Vou conversar com a minha mãe. Ela pode nos ajudar em alguma coisa.
Odeio admitir, mas não posso negar essa ajuda que a mãe dela provavelmente irá me dar. Fiquei calado por uns dois minutos até que chegamos na casa da Marina.
— Pensei que não iria mais vim. — A garota disse se sentando atrás — Oi, Justin.
— Oi, Marina — Falei dando um sorrisinho fraco.
— Oii. E esse garotinho lindo aqui?
— É o Jaxon, irmão do Justin.
— Laura e Carl já estão lá. — Marina falou quando o carro continuou seu percurso.
— Que tal depois que acabar a palavra nós irmos jantar no restaurante do Carl? Tenho certeza que todos irão estar com fome.
— Eu, com certeza.
Senti as duas garotas olhando para mim.
— O que foi? — Perguntei a Estela.
— Então, você vai? Por favor diz que sim.
— Vamos ver, não é Jaxon?
— Justin, ele não entende nada. Ele com certeza iria querer.
— SIM! — Jaxon disse batendo palmas.
— Olha só, esse garotão tá muito esperto. — Marina disse sorrindo.
— Está combinado.
Depois de algumas quadras chegamos ao prédio. Descemos e com o Jaxon nos braços, Marina saiu na frente querendo o mostrar para todos que estavam lá. E nem por um instante ele demonstrou estar desconfortável com todos ao seu redor.
Ao lado da Estela, entramos com passos pequenos. Não havia muita gente, talvez tivéssemos chegado antes da hora, mas podia já se ouvir uma música de fundo um pouco animada, pessoas orando, outras um pouco ocupadas demais para estarem observando quem entra ou deixa de entrar.
— Ali fica o banheiro masculino. — Apontou para a direita. — Se precisar é só ir lá.
— Não acho que irei precisar. — Falei com as mãos nos bolsos. Eu espero que isso não demore o bastante. — Onde está sua amiga? Não estou a encontrando.
— Olha! Está lá no palco. — Segui seu olhar e encontrei meu irmão nos braços da mulher que tinha me dado o número da Estela dias atrás. Eu não havia decorado seu nome. — Vamos lá!
Era a segunda vez que eu vinha a essa igreja com a Estela. Não porque eu queria, mas porque eu não queria ficar ouvindo ela falando no pé do meu ouvido por muito tempo. Eu preciso colocar de uma vez por todas na cabeça dela, que isso aqui. Esse ambiente todo que eu me encontro, não é pra mim.
— Então esse é o seu irmão? — A mulher perguntou para o Jaxon. Ele me olhou e depois voltou a encarar.
Espero que ela não resolva abrir a boca pra contar sobre o dia que pedi o número da Estela, ao menos que Estela já deva saber... Um nervoso subiu pelo meu corpo sem delongas. Ela sabia.
— Bem-vindo a nossa igreja, mais uma vez. Prazer em te conhecer, me chamo Lauren. — Estendeu a mão na espera de que eu fizesse o mesmo.
— Obrigado! Me chamo Justin. — A cumprimentei.
— Carl está por aí. Apresente o Justin a ele. — Pediu a Estela. Fiquei um pouco ansioso. Ele também sabia daquele dia.
— Claro! Vem.
Com sua mão na minha, Estela começou a me puxar devagar pelo o salão. Eu sabia quem era Carl. Mas ela não sabia que eu o conhecia. Mas voltando o que está acontecendo, ela ainda estava segurando a minha mão.
— Chegamos! — Estela deu um susto no homem que estava de costas. — Vim te apresentar meu novo amigo.
Observação, sua mão ainda estava na minha.
— Acho que já nos conhecemos. – Carl disse arrumando seu óculos no rosto, passou o tablet para a outra mão. — Prazer em te conhecer mais uma vez.
Devo admitir que suas tatuagens me chamaram atenção. Pra mim, a ideia de pastor ter tatuagens fugia de todos os estereótipos do qual foi citado durante anos. Ainda mais essa quantidade exuberante que ele tem pelo o braço. De alguma forma nós temos algo em comum.
Tatuagens.
— Se conhecem? Da onde? — Os olhos da Estela estavam em mim e no seu pastor. Ela esperava por uma resposta.
— Deve ser engano. Tenho um rosto muito comum. — Falei mais rápido que podia. — Não é mesmo?
E igual a sua mulher, ele sorriu concordando comigo.
— Deve ser mesmo. — Coçou a cabeça meio sem jeito. — Prazer, eu sou o Carl, um dos pastores da igreja.
— O melhor pastor, você quis dizer. — Estela disse entre tosses falsas.
— E eu sou o Justin. — O cumprimentei.
— Então, Justin pretende ficar aqui na nossa igreja?
Eu deveria ser direto e dizer que não? Não seria uma boa ideia mas mentir para um pastor poderia considerar um pecado?
— Claro! — Estela respondeu por mim.
Eu a olhava com as sobrancelhas franzidas, esperando que ela notasse minha desaprovação. Ela não deveria ter respondido por mim. Aproveitando que sua mão estava ainda segurando a minha, dei um aperto fazendo ela olhar para baixo. Sua expressão mostrava surpresa. Tá, quer dizer que ela não estava sentindo que nossas mãos estavam grudadas até esse momento? Me poupe.
— Eu ainda não sei. — Falei soltando nossas mãos.
— Como não tem certeza? Você tem que ficar aqui, cara. — Brincou com uma das suas mãos no meu ombro. — Olha, se você precisar de qualquer coisa, é só falar comigo.
— Obrigado.
— Agora eu preciso ir, já vou preparar a palavra.
— Tudo bem! Eu vou lá ver se está tudo bem com o Jaxon, me espera aqui?
— Espero!
Carl e Estela foram juntos para o palco. Jaxon assim que a viu já pulou praticamente em seus braços a fazendo rir enquanto tomava cuidado para não cair da escada.
Estela tinha uma beleza única? Tinha, e tenho certeza que não era somente eu quem via isso nela. Não é somente a beleza exterior, mas a de dentro. Ela parece não ver nenhum tipo de problema que a faça parar e desistir, que a faça perder um sorriso. Enquanto ela descia a escada sorrindo com o Jaxon, tudo veio em câmera lenta. As pessoas, o barulho, até mesmo o vento que batia em seus cabelos.
As coisas mudaram desde do primeiro dia em que eu a vi. Minha vida mudou, posso dizer que ela me levou a lugares, e me disse coisas que eu nunca em nenhum momento da minha vida ouviria, ou iria sozinho. Por exemplo; estar aqui nessa igreja prestes a ouvir palavras cristãs. Não seria uma das minhas escolhas para se fazer em uma noite livre.
— Tem certeza que ele ficará bem? — Perguntei assim que a Estela se sentou ao meu lado.
— Ele ficará maravilhosamente bem, ainda mais com a Tina. — Falou. — Hoje você não se incomodou de nós sentarmos aqui na frente. Isso já é um bom sinal.
— Pra falar a verdade eu não havia notado, mas já que falou vamos sentar lá trás? — Meu tom de voz saiu um pouco brincalhão.
— Sério?
— Por hoje eu deixo passar. Mas na próxima vez vamos sentar lá trás. — Falei com meus olhos no pastor.
— Na próxima vez? Então você vai vim mais vezes? — Sua pergunta saiu em um sussurro.
Não tratei de responde-la. Continuei olhando firme para o palco.
— Boa noite, jovens! — Carl disse após recebendo uma salva palmas de todos. — Hoje nesse pequeno encontro, quero que vocês se entreguem por completo até o final. Vi que há visitantes aqui, fico feliz por isso. — Ele me olhou. — Bom, o propósito desse encontro é pra falar sobre como Deus está agindo na vidas dos jovens nessa geração. Vocês sabem que são os RADICAIS dessa geração. Os que vão trazer a diferença para o mundo. A geração que levou a palavra, que fez o maior movimento evangélico já registrado. A geração que se levanta para a glória de Deus.
Todos aqueles jovens gritaram alegres enquanto eu me permanecia quieto do jeito que estava desde que me sentei.
— Teremos mais quatro encontros depois de hoje. Então peço que sempre que vierem tragam algum visitante. E você que é visitante traga mais alguém com você...O primeiro tema é o “O coração de Jesus, a vida abundante.“ Coloca pra mim no livro de João, capítulo 10 versículo 10, por favor.
Então no painel ao seu lado, apareceu o tal versículo. Ele se aproximou e começou a ler.
— “Eu vim para que tenham vida e vida com abundância.” — Deu uma pausa de segundos. — A vida com abundância como nos disse Jesus, é a parte integrante do objetivo pelo qual Ele veio ao mundo em carne. A pura verdade se dá, através do Espírito Santo que habita no interior de todos aqueles que um dia renderam-se a Jesus, o recebendo como senhor e salvador. Sabemos, também, que esse viver de Cristo em nós acontece de modo pessoal, enquanto indivíduos, e de modo coletivo, enquanto corpo. Temos o Espírito Santo em nós, pois, individualmente, nos entregamos a Jesus e porque, juntos fazemos parte de seu corpo, que é a igreja.
Como Jesus nos falou sobre o tipo de vida que Ele veio nos dar, entendemos que a igreja precisa viver, de fato, uma vida em abundância. E entendemos também que o despertamento da igreja seria um despertar para a vida abundante de Deus que temos em nós através do Espírito Santo e, uma vez vivendo nessa ambulância de vida, manifestaremos, de igual modo, a vida de Deus para as pessoas a nossa volta.
— Isso é o avivamento. — Estela sussurrou ao meu lado.
— Em meio a tanta injustiça, fome, homicídios, roubos, sequestros e tantas tragédias vividas pela humildade hoje, muitos se refugiam nos caminhos do senhor. O fato é que muitos vivem na mediocridade: Experimentam de tudo, mas não encontram nada de significante ou de verdadeiro valor. Independente da cor, raça, credo ou posição social. Muitos vivem o caos da existência e passam pela vida sem tocar a história. Jesus Cristo é a resposta para você deixar essa sua vida mesquinha, cheia de problemas parecendo sem fim. Ele é o autor da vida abundante.
Esse assunto não estava me agradando muito...era como se ele tivesse dizendo tudo aquilo pra mim. Como se ele soubesse da minha vida.
— Como igreja, somos uma comunidade de discípulos que vivemos como família. Nós nos importamos uns com os outros. — Olhei para a Estela. — Cuidamos uns dos outros e, por amarmos uns aos outros em Cristo, as atrocidades do mundo não se encontram entre aqueles que compõe, verdadeiramente esse corpo. Amamos a vida do nosso próximo. E vocês que estão aqui pela primeira vez, se sintam amados, importantes. Por que vocês são. Não só pra mim, e pela pessoa ao seu lado. Mas pelo o Rei. Queremos manter o projeto dos discípulos em anunciarmos a palavra de Deus a tempo e fora de tempo, pois não nos envergonhamos do evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Queremos trazer como igreja, o avivamento e a vida de Deus para a nossa geração.
Assim que ele terminou de falar, a melodia da música começou a soar nos nossos ouvidos. Todos se levantaram completamente empolgados e eu que fui impulsionado pela Estela me levantei também.
— Back to Life é a minha música preferida. — Disse pra mim enquanto batia palmas e fazia alguns movimentos. — Vai, Justin! Se mexa, você não vai morrer por isso.
Sua mão foi de encontro com a minha novamente entrelaçando os nossos dedos. Era como se sua energia positiva passasse para mim só com aquele ato. Era como se ela quisesse que eu sentisse a mesma coisa que ela sentia. Era estranho, mas não quis deixá-la com um ponto de interrogação no rosto caso a largasse e saísse dali.
Todos estavam dançando. Eu era o único, simplesmente o único parado ali. Ideia de me juntar a eles não saia da minha cabeça. Mas se eu me juntasse a eles, seria como eu estivesse dizendo que eu também acredito no Deus deles. Como se eu também tivesse a mesma fé que eles. A mesma vida que eles tem. Coisa que não é.
Admito que a música e sua batida é bem...bastante envolvente. Meus pés talvez teimosos de mais começaram a se mover, de um lado para o outro. Olhei para a Estela e depois para as nossas mãos juntas. Ela era a única que se importava comigo. A única que parece estar disposta a me ajudar todas as horas. E eu nem consigo agradece-la por simples fato de mostrar meu lado fraco para ela. Mas quem sabe um dia eu não a agradeço por tudo...De alguma maneira quero retribuir algum dia tudo que ela fez, faz e irá fazer.
Olha olha olhaaaaaaa.
O que estão achando ?
Como em João 10:10 diz Jesus veio para que tenhamos vida, MAS COM ABUNDÂNCIA. imagina que louco ter uma vida em abundância? Se você quer isso, sugiro que conheça a Jesus Cristo. 🙋😍✝><Comentem 💬
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Son Of God - Romance Cristão
Fanfiction"Deus não se esquece dos seus filhos." Após uma vida completamente perturbada, Justin acaba encontrando Estela, a garota que Deus usou para transformar sua vida. Escrita e publicada por: Leidiane Cruz