28 ✝ Atualizado

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Justin Bieber
Ainda no prédio da igreja
20:17PM



— Acho que ficamos muito tempo por aqui hoje. — Carl disse bloqueando seu tablet e se levantando, então eu e a Estela nos juntamos a ele. Estava aliviado que aquilo tudo havia acabado. Não quero ser egoísta, mas foi tanta informação que não consegui quase nada. Bom, tá mais para nada, do que para quase nada.

— Você gostou da palavra de hoje? — Senti a mão da Estela em meu ombro. — Quero dizer, foi legal, não foi?

— Uhum! — Murmurei enquanto tirava devagar sua mão do meu ombro. — Foi interessante. — Menti.

— Vai fazer alguma coisa amanhã no mesmo horário?

   Carl perguntou enquanto íamos em direção a saída. Estela sorria para o vento quando a olhei rápido esperando que ela respondesse por mim.

— Acho que não. — Paramos um de frente para o outro.

— Se você quiser, estarei aqui no mesmo horário. Terei um discipulado um pouco antes mas, não devo demorar.

— Nós iremos vim! Não é Justin?

— É!

— Então eu vou indo, vejo vocês amanhã. Que Deus os proteja! — Sua mão tocou meu ombro e logo abraçou Estela antes de entrar no carro.

   Coloquei minhas mãos nos bolsos e ao meu lado Estela observava o carro sair indo caminho para a rotatória. Ameacei me virar e seguir caminho pra casa o quanto antes, quando Estela coçou a garganta. Revirei os olhos e a encarei pronto para ouvi-la.

— Espera! Antes que você venha me falar qualquer coisa. Nós poderíamos ir andando? Está muito frio.

— Só tenho uma perguntinha, básica pode acreditar.

— Sei que vou me arrepender, mas qual seria?

— Você de fato gostou do que ouviu hoje? Ou, você só disse aquilo por vergonha do que Carl pensaria?

— Um pouco dos dois pode se considerar. Agora, vamos! — Dei as costas, mas ela coçou a garganta de novo. — Estela!

— Justin, eu quero muito que você esteja aqui — Apontou para dentro do prédio. — Por vontade própria. Não por que eu, ou até mesmo o Carl que te pediu, mas por você ter interesse e vontade de saber mais sobre Jesus.

— Você não entende que chega a ser um pouco complicado pra mim, não é? — Dei um passo a frente. — Na mesma hora que estou aqui dentro ouvindo essas coisas, vontade de estar em uma boate me aparece. Na mesma hora que ouço que tal coisa é errada, eu me deparo fazendo sem ver. Então, se eu estou aqui é porque eu tenho uma pequena, mas uma pequena mesmo, curiosidade em saber como é ter uma vida assim. Então não ache que estou aqui forçado, até porque ninguém manda em mim. Se eu não quisesse vim, eu não teria vindo e sim, teria ficado com os garotos e chapado a cara até amanhecer. E eu me odeio me sentir pressionado, por favor não faça mais isso.

— Devo concordar com você. — Ela olhou para os dois lados. — Bom, então acho que podemos ir.

— Jura? — Ironizei assim que ela passou por mim. — Só uma coisa...

— Sim?

— Você não acha estranho uma mulher engravidar sem ter “dado”?

— Justin! Você realmente não presta. — Ela começou a rir enquanto caminhávamos.

— Ei, mas é verdade. Até onde eu sei que pra alguém existir precisa de um óvulo e um espermatozoide. — Me defendi.

— Seus ouvidos estavam tampados quando o Carl disse que quando o anjo Gabriel visitou Maria, ela foi concebida pelo espírito santo? Não precisou de nenhum método humano para Jesus existir, porque ele já existia. Ele só preciso de um corpo para poder viver entre o povo da época.

— Continuo achando estranho.

   Devo admitir que nosso pequeno encontro me deixou bastante curioso e intrigado com algumas coisas, mas creio que seja normal. Não vou mentir que teve momentos em que eu estava preferindo ter ficado com os garotos, mas eu dei mais uma chance para a Estela.    Será uma aventura e tanto essa minha escolha. Claro que assim que os meninos descobrirem serei zoado eternamente por isso. Mas eu preciso ver aonde isso tudo vai dar.

   Enquanto pensava no que aconteceu minutos atrás, Estela seguia calada. De relance eu a olhava por alguns segundos, o que a deixava com vergonha. Suas bochechas não ficariam rosadas por nada. Todos nós precisamos de pessoas que nos faça bem, e eu nunca imaginei que essa pessoa séria a Estela. Nunca passou pela minha cabeça ter uma intimidade com uma garota que não fosse somente para o sexo. E isso me assusta um pouco. Ninguém a muitos anos não me faz me sentir bem, isso acaba sendo novo pra mim.
Ela vai além disso, sem sombra de dúvidas.

— Estou tão feliz. — A voz dela soou assim que viramos a esquina da minha casa. — Nem acredito que minha mãe conseguiu a guarda do Jaxon pra você de novo.

— Aquele loirinho deve estar muito diferente. — Falei. — Só espero que algumas coisas não mudem quando ele chegar e a polícia volte a bater na minha porta novamente.

— Isso não vai acontecer, confie em Deus! — Ela deitou a cabeça na lateral do meu braço. Estranhei, mas não falei nada. — As coisas vão se ajeitando a medida que você vai conhecendo Jesus. Ele sabe dos seus problemas, e o que ele mais quer é resolve-los para você poder descansar seu coração.

— Você acha que ele se importa comigo? — Perguntei sem ver. — Quero dizer, olha pra mim nunca dei a mínima pra ele.

— Chega até ser engraçado isso, mas é capaz dEle te amar mais ainda. Ele sempre esteve ao seu lado, mas a medida que você deixa o pecado tomar conta de você, um muro te separa dEle, e te faz pensar que Ele nem se quer olha para você.

— Se eu fosse ele, tamparia os ouvidos para mim. — Paramos enfrente a pequena escada.

— Nós nunca entenderemos a grandeza da misericórdia de Jesus por nós.

— Você acha que Ele tem o dedo metido nessa história do Jaxon?

— Uhum! Eu orei muito por isso. Acredite, ele só estava esperando o momento certo.

— Obrigado! — Minha voz saiu baixa. — Por não ter desistido de mim. Na verdade, por não desistir do que seu Deus tem para mostrar a mim.

— Não me agradeça...Eu...Eu fico feliz por isso, sério mesmo.

— Você quer ir comigo amanhã buscar o Jaxon? — Perguntei querendo muito que ela dissesse sim.

— Infelizmente não vai dá. Tenho prova amanhã na faculdade. Me desculpe!

— Ah, tudo bem. — Tentei não parecer desapontado.

— Mas, assim que eu sair venho correndo pra cá. Podemos ir tomar sorvete, e ir no parque Florence depois. — Ela deu dois passos para trás. Novamente envergonhada.

— Porque você está assim? — Me aproximei dela.

— Assim como?

— Vermelha. — Apontei para o seu rosto.

— Eu não estou vermelha. É o frio! — Tentou justificar.

— Não é não. — Mais um passo.

— Porque você está se aproximando de mim assim? — Agora foi a vez dela.

— Pra você parar de correr de mim.

— Mas não estou correndo.

— Dá pra parar? — Perguntei antes que ela tropeçasse em algo. — Eu não vou te agarrar, fica calma.

— Agarrar? Mas...Mas quem pensou nisso? Que horror, Justin!

— Mesmo que as vezes eu queira te agarrar. Mas, eu sei me controlar. — Brinquei com ela. — Você quer que eu a leve embora?

— Não precisa, você sabe que minha casa não é longe daqui.

— É que eu tento ser cavalheiro as vezes.

— Saiba que não é muito a sua cara ser cavalheiro.

— Eu sei disso, mas eu tentei você viu.

  Ficamos em silêncio, um de frente para o outro.

— Eu tenho que ir, Justin. — Ela ajeitou sua bolsa no ombro.

— Boa noite, Estela!

— Boa noite, Justin !

   Me virei e com rapidez subi os degraus da escada.

— Justin? — Ouvi ela me chamar. — Você precisa me responder uma coisa...

— Eu pegaria. — Falei no mesmo tom que ela.

— AAAA, sabia! — A felicidade estava ali ao lado dela. — TCHAU. — Acenou com as duas mãos no ar.

— Tchau. — Sorri daquela cena, e entrei trancando a porta atrás de mim. Era a primeira vez que sorria assim depois de muito tempo.


Oi filhas amadas!
Tudo bem ?
O que acharam ?
😍✝

Son Of God  - Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora