Justin Bieber
Segunda-feira
Casa do Ryan Butler
20:22PM— Os garotos acharam estranho você ter chegado de carro com a crentinha.
Ryan e eu estávamos no seu quarto, cada um com um cigarro em mãos. Depois de ontem após chegar de carro com a Estela eu não tive um momento de sossego com as zoacões dos garotos.
Por sorte não me perguntaram para onde eu tinha ido. Eu simplesmente já fui falando que tinha encontrado com ela perto da sua igreja e acabei aceitando sua carona. Eles iriam me zoar por muito tempo se eu tivesse dito a verdade.
— Me diga Ryan, quando eles não acham algo estranho? — Coloquei mais um pouco de enérgico no copo.
— Verdade! Sempre eles acham algo para estranharem.
— Pois é. — Dei mais uma tragada.
— Cara, e sua mãe?
— Aquela lá não tem nada de novidade. Bom, apenas mais algumas dívidas com traficantes. Nada que fizesse alguma diferença de ontem para hoje.
— Você não tem medo deles de algum dia aparecerem na sua porta querendo a grana?
— Medo? Não sinto faz tempo. Mas se caso aparecerem, eles que se resolvem com ela. Eu não tenho nada haver com isso. — Disse levantando as mãos em sinal de rendimento.
— Se eles pensarem antes de meterem bala para todos os lados.
Ryan estava certo. Se algum dia eles forem bater na minha porta, não me darão tempo para dizer uma palavra se quer. Simplesmente irão acabar com quem tiver na frente deles. E isso tudo seria culpa dela. Ela quem faz as merdas, e eu e o Jaxon que paga por elas.
— Prefiro nem ficar ocupando minha cabeça com isso. — Soltei a fumaça do cigarro.
— E aquela ideia ridícula de ir falar com o Mathew, já desistiu?
—O que você acha? — Olhei para ele.
— Não sei por que fui perguntar. — Revirou os olhos. — Você deveria escutar seus amigos. A gente se preocupa com você.
— E escutando vocês, eu irei conseguir alguma coisa? — Ele negou. — Sabia!
— Se você quiser passar a noite aqui hoje, fica a vontade. Você sabe que meu pai não se importaria.
O nosso cigarro tinha acabado, sobrando só mais um pouco do energético. Enquanto estávamos em silêncio olhando para a TV pendurada na parede, meus pensamentos mais uma vez voltou no dia anterior, mais especificamente no momento em que Estela me abraçou e começou sua oração. Ela falava de uma maneira tão convicta que não pude deixar de perceber meu braço se arrepiando.
Mesmo eu não estando em um lugar acolhedor para mim, foi naquele momento em que eu senti algo. Eu não me atrevi a comentar com ela, preferi guardar isso somente para mim.
— Deixa pra próxima. — Respondi quando notei que tinha deixado a conversa no ar. — Eu preciso ir.
Ryan continuou em seu quarto, e eu fui descendo a pequena escada encontrando seu pai sentado em um dos sofás também assistindo TV. Tentei passar despercebido, mas não deu muito certo.
— Já vai, Justin? — Senhor Alaric perguntou colocando mudo na tv.
— Sim. — Minhas mãos estavam em meus bolsos da bermuda. — Boa noite.
— Como está lá na sua casa? Não pude deixar de notar a situação da sua mãe ontem.
— Está na mesma.
— Dói ver ela daquele jeito. Pattie e eu nos conhecemos desde que ela começou a trabalhar na escola local. Compartilhamos muitas coisas durante esses anos e...
— Ela não escolheu um dos melhores caminhos. — Ironizei.
— Se eu puder ajudar em alguma coisa. — Ele já estava na minha frente. — Pode contar comigo.
— Valeu! Agora eu preciso ir.
— Tudo bem! Boa noite.
Não falei mais nada, simplesmente sai daquela casa. Mesmo o Ryan tendo somente seu pai, eu sinto uma pontada de inveja da sua vida. Ele tem tudo. Não se preocupa com nada. Faz o que gosta, e mesmo assim seu pai continua ali, o amando e cuidando dele.
Será que se eu tivesse meu pai na minha vida, ela seria diferente?
Alaric por nenhum momento se incomoda por fumarmos maconha. Ele mesmo diz que se for com moderação, ele não vai se preocupar. Ao contrário daquela mulher que por termos o mesmo DNA, não age como uma mãe a muito tempo.
A rua em que eu seguia estava completamente parada. Não havia nenhuma movimentação de carro e muito menos de pessoas. Acelerei meus passos e virei com tudo na esquina que daria na rua da minha casa. Mas ao contrário da rua anterior, eu comecei a ver uma movimentação... Perto da minha casa. As duas luzes da sirene da polícia rodava descontroladamente.
— Que merda aconteceu agora? — Perguntei para mim mesmo após acelerar os passos o mais rápido que poderia.
Quando estava próximo o suficiente, a vizinha que cuida do Jaxon as vezes estava na porta da minha casa conversando com um dos policiais, assim que ela me viu apontou para mim e imediatamente o policial me olhou.
— Ele policial. Ele quem é o filho mais velho. — Olhei para ela e depois tentei olhar pra dentro da minha casa.
— Rapaz, qual é o seu nome?
— Justin, cadê a minha... cadê a Pattie?
— Justin você sabia que aqui era um ponto de fumo? — Sua pergunta foi bem rápida, e parecia querer uma resposta rápida.
— Como é? Ponto de fumo? Cadê a Pattie? Aliás ela que se dane, quero saber do meu irmão. — Tentei passar pela porta, mas fui impedido pelo braço do policial ainda parado no mesmo lugar.
— Rapaz, me responda. Você sabia ou não?
— Eu não sei, as vezes apareciam uns homens estranhos aqui na porta, mas eu não me atrevia perguntar quem eram. O senhor pode me dizer onde está meu irmão?
— Não encontramos ninguém com ela, além de dois traficantes de quinta.
Não encontraram ninguém? Mas com assim? Ele é um bebê. Como ninguém iria perceber um bebê aqui nessa casa?
Um nervoso começou a subir por todo meu corpo. Deixei o policial do lado de fora e entrei correndo feito um doido indo até ao meu quarto, mas não tinha ninguém, assim com nos outros dois quartos.
— Cadê a mulher que vocês encontraram aqui? — Voltei a falar com o policial.
— Já levaram ela para a delegacia. Precisarei que me acompanhe.
Nem se quer esperei por ele. Sai na frente entrando na primeira viatura que encontrei. Não demorou muito para eles deixarem minha casa e seguirem na direção da delegacia.
[•••]
— Só dê algumas informações para aquele policial. — O policial que veio o caminho todo comigo, disse.
— Seu nome completo. — Ele nem se quer olhou para mim, sua atenção estava na tela do computador.
— Justin Drew Bieber.
— Qual é a sua idade?
— 20
— O que você é de Patrícia Elizabeth?
— Não querendo ser a minha vontade, eu sou filho dela.
— Algum histórico que levasse a você para alguma delegacia?
— Ainda não. — Agora ele me olhou. — Não.
— Espere só mais um minuto. O delegado vai liberar sua mãe para falar com você.
Minha paciência era bem pouca. E tenho a certeza que iria acabar com resto assim que eu ficasse frente a frente com a Pattie.
O pior de tudo é que eu não fazia ideia na onde Jaxon poderia estar. Eu estava muito confuso... Como ela pode fazer isso? E se ela o trocou por uma porção de cocaína? Não é exagero, é a verdade.
Que merda, cadê o delegado?
— Justin Drew Bieber?
— Eu.
— Me acompanhe. — Eu já estava ao seu lado. — Sua mãe está em uma sala. Terá apenas alguns minutos.
Abri a porta e a encontrei completamente descabelada. Nada diferente do seu dia-a-dia. Seu braço direito estava preso a uma algema juntamente a mesa. Seus olhos se arregalaram assim que me viram.
— Justin, eu...
— Cala a porra da sua boca, e me fala onde está o Jaxon. — Fui direto e furioso.
— Jaxon? — Ela parecia confusa.
— Sim, Jaxon. O seu FILHO. CADE O JAXON?
Ela abaixou a cabeça enquanto balançava de um lado para o outro. Dei um soco tão forte sobre a mesa por estar sem paciência, que o policial que estava do lado de fora abriu a porta para verificar se estava tudo bem.
— Eu não me lembro direito... A última vez que o vi, ele estava no jardim. — Sua voz saiu embargada.
— Não adianta fingir essas lágrimas, que não vou cair na sua. Trate de se lembrar rápido onde está o Jaxon. Não tenho muito... Tempo. — Respirei fundo controlando meus atos.
— Me perdoa, meu filho. — Seus olhos que são azuis estavam se escondendo no vermelho que aos poucos apareciam. Eu poderia sentir a solidão a medida que eu me aprofundava na sua íris. — Olha que ponto eu cheguei...
— Foi perceber isso agora que foi presa? Até que demoraram te pegar. — Irônico? Nem um pouco.
— Eu sei que a culpa é toda minha, Justin. — Limpou suas lágrimas. – Você acha que não dói em mim? Ver como está nossa vida?
— Triste, não? Mas acontece que estou pouco me importando com o que você sente ou deixa de sentir. Agora me fala onde está o Jaxon.
— Eu realmente não me lembro... Eu não me lembro... Não me lembro. — Disse repetitivamente enquanto tentava se soltar das algemas. — Me desculpe, Justin, mas eu não me lembro.
— EU TE ODEIO. — Gritei saindo daquela sala antes mesmo de avançar nela.
Agora fora da delegacia parei olhando sem rumo. Eu não sabia o que fazer. Na onde procurar. E como fazer isso, a essa hora da noite. Eu não sabia para qual lado ir. Direita ou esquerda?
Senti meu celular no bolso e pensei na mesma hora em ligar para alguém. Chris! Com certeza ele está em casa, até porque hoje é segunda. Chamou, chamou mas sempre caía na caixa de mensagens. Então liguei para o Chaz, mas aconteceu a mesma coisa. Mas que merda. Bufei ligando para o Ryan, não é possível que ele não vai me atender. A ligação não chegou a chamar, direto para a caixa de mensagens.
Me sentei no meio fio um pouco longe da delegacia sem ter coragem para me levantar. Sem saber o que fazer. Com meu celular ainda na minha mão, o nome da Estela apareceu em um dos favoritos, não por que eu quis, mas quando salvei já foi direto para lá.
Não seria possível que eu teria que ligar pra ela. Logo ela quem eu quero me manter distante o máximo possível. Neguei a ideia de ligar pra ela. Mas se eu não ligasse, quem poderia me ajudar? Odeio ter que admitir que eu só tenho ela nesse momento.
— Alô? — Ela atendeu no segundo toque. Que arrependimento.
— Estela?
— Oi, Justin. Tudo bem com você?
— Não, mas eu liguei por que eu preciso da sua ajuda.
Poxa Pattie, que mancada!
Espero que o Justin encontre o Jaxon o mais rápido possível.
Fiquei feliz por ele admitir que precisava da ajuda da Estela.
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Son Of God - Romance Cristão
Fanfic"Deus não se esquece dos seus filhos." Após uma vida completamente perturbada, Justin acaba encontrando Estela, a garota que Deus usou para transformar sua vida. Escrita e publicada por: Leidiane Cruz