Justin Bieber
Avenida Uper East Side
Sexta-feira
18:30 PM
Fiquei praticamente a tarde toda perambulando pela as ruas pensando no que fazer, já que Pattie não aparece em casa tem dois dias. Ela não disse pra onde iria, não que ela fizesse isso sempre que saia, ou que eu fizesse alguma questão em saber, mas estava estranha toda essa situação.
Eu tinha deixado o Jaxon com a nossa vizinha, que nunca havia reclamado todas as vezes que bati na sua porta. As vezes eu nem chego abrir a boca, ela simplesmente sorri pegando o Jaxon, já oferecendo uma fruta. Ela diz que crianças tem que comer bastante fruta nessa idade.
A ideia de ir conversar com o Matthew não saia da minha cabeça. Mesmo os três garotos discordando dessa minha ideia. Mas, porra... Eles não estão vivendo na minha casa pra tentarem entender os meus motivos. Admito que sou um pouco orgulhoso em aceitar dinheiro da parte deles. Eu demonstraria fraqueza. Alguém que não consegue resolver um mínimo dos seus problemas.
Eu ainda não me atrevi a mandar mensagem ou até mesmo ligar para a Estela, para de alguma forma agradecer pelas coisas que ela comprou para o Jaxon dias atrás. E bom, desde segunda -feira que eu não a vejo. Como o Ryan mesmo disse, isso iria parar a qualquer momento e seria apenas uma coincidência.
Lembro quando eu tinha meus doze anos e em um dia normal eu estava na escada da entrada da casa esperando minha mãe chegar do seu serviço. Ela trabalhava de auxiliar em uma escola. Não era muita coisa, mas era um dos seus serviços que nos mantinha. Eu estava completamente ansioso pra ver ela, não era todos os dias que eu conseguia encontrá-la nesses mesmo horário. Nós éramos muito ligados um no outro, nossa vida não era assim, tínhamos amigos. Ela tinha amigas. Era uma vida que eu nunca gostaria de ter perdido.
Flashback ON
— Mãeeee ! — Desci os degraus correndo indo abraça-la. — Até que enfim a senhora chegou.
— Como está o meu herói? — Sua mão livre estava nos meus cabelos. Olhei para o lado e vi algumas sacolas, ela havia passado no supermercado antes.
— Morto de fome para ser mais exato. — Brinquei. — Pedi que Maria esperasse a senhora para jantarmos juntos.
Maria era uma das amigas dela. Sempre na volta do trabalho ela passava por aqui para ver se estava tudo bem comigo. Eu não me importava e muito menos mamãe. Assim eu não me sentia sozinho no resto do dia que tinha depois da aula.
— Como sempre. Então, vamos entrar.
Abraçado na sua cintura, nós dois subimos os degraus e entramos na sala. Peguei sua bolsa e coloquei no mesmo lugar de sempre. O cheiro da comida estava em toda cozinha.
— Vá lavar suas mãos. — Pediu. — E Maria, não precisava disso tudo. — Se referiu ao jantar. Ela se virou e me encontrou observando a cozinha. — Justin, já lavou as mãos? — Neguei e corri até o banheiro lavando o mais rápido possível.
— Como foi seu dia ? — Ela servia minha comida.
— Foi ótimo. Hoje eu me tornei rebatedor do meu time de basebol.
Eu realmente estava orgulhoso de mim mesmo. Olhei para ela e para Maria e ambas estavam sorrindo.
— Meus parabéns, garotão! — Maria disse se juntando a nós na mesa.
— Sério, Justin? — Ela já estava sentada na minha frente. — Parabéns! Tenho certeza que você fez por merecer.
— Eu sei que sou o melhor.
Me gabei antes de começar a comer. Ela balançou a cabeça rindo de mim e continuou a comer.
[•••]
— Boa noite, meu amor.
Já era bem tarde da noite. Meu horário de ir para a cama é as nove da noite, mas hoje nós decidimos assistir um filme de terror já que a escolha ficou por minha conta.
— Boa noite, mãe. — Me ajeitei na cama. — Eu te amo!
— Eu também meu filho.
Senti seus lábios na minha testa, e depois a luz do abajur sendo desligada deixando todo o quarto escuro, somente uma brecha de luz vindo por debaixo da porta.
Flashback OFF
— Justin? Você quer alguma coisa?
Franzi a testa confuso ao me encontrar dentro de uma lanchonete. Eu não me lembro de ter entrado aqui. Olhei rápido para ela e sem ao menos responde-la virei começando a caminhar para fora. Quanto mais rápido eu sair daqui, menos chances de me explicar eu tenho.
— Ei, Justin. Espera! — Senti ela vindo atrás de mim. — Você quer comer alguma coisa?
— Não, obrigado!
— Então um suco! Eu preparo para você. Fica por minha conta. — Ela insistiu.
Me virei para ela e a encarei com um pouco de raiva. Quem ela acha que é pra que sinta pena de mim e que preciso da sua ajuda?
— Olha aqui garota. — Minha voz saiu um pouco rude demais a deixando com os olhos arregalados. — Eu não preciso da sua ajuda. Está me ouvindo? Ela já é cheia de problemas pra você ter que criar mais um.
— Mas...
— Não é porque trocamos umas míseras palavras, que você se tornou uma conhecida para mim. Larga de se intrometer na vida dos outros. — Dei um passo ficando mais próximo dela. — E não dê uma de fazer caridades de novo na minha casa com aquelas sacolas. Se quer ajudar alguém, sei lá, ajuda um mendigo.
— Eu só queria ajudar, até porque você mesmo disse que sua mãe gastou o dinheiro... — Ela olhava para as suas duas mãos completamente sem jeito.
Eu a cortei mais uma vez.
— Primeiramente você nem deveria ter escutado minha conversa. E o que minha mãe faz ou deixa de fazer não é da sua conta. A família é minha, assim como os problemas. Eu não preciso da sua ajuda. Entenda isso.
— Por que você é tão grosso? Você sabe que seu irmão precisava daquelas coisas. — Ela não parecia que terminaria na próxima frase.
— Precisava. Mas eu daria meu jeito para conseguir. — Me atrevi a andar para longe dela.
— Como? O emprego, você nem conseguiu. Iria roubar?
— E isso te interessa, garota? — Voltei com passos ligeiros para perto dela.
Nós estávamos muito próximos. Todos que passavam ali deveriam achar que era uma briga de casal. Olhei para trás dela e um homem com o semblante confuso saiu da lanchonete se aproximando.
— O que está acontecendo aqui? — Perguntou olhando para nós dois.
— Não é nada de mais, Jorge. Será que já posso encerrar meu expediente por hoje?
Ela se virou para ele e o mesmo assentiu dando um olhar desconfiado em mim. Agora eu vi mesmo.
Dei uma breve olhada para ela que saia com sua bolsa e soltando seus cabelos castanhos. Sem saber o que fazer já que o tal de Jorge ainda me olhava me virei e comecei a sair dali. Foda-se tudo e todo mundo.
Ouvi passos atrás de mim e não demorou para ela ficar ao meu lado. Sua jaqueta preta destacava bem sua pele branca nas luzes dos postes. Eu não abri a boca para falar nada e muito menos ela.
O semáforo fechou. O mesmo daquele dia. Claro que eu me lembraria, e pelo o sorriso que ela deu quando olhei rápido para o lado ela tinha se lembrado também. Maldito semáforo que será lembrado pra sempre.
— Nós dois aqui de novo. — Ela disse apertando o botão. Mal sabe ela que aquele treco está quebrado tem um tempo.
Faltava cinco segundos para o sinal ficar vermelho para os carros. Quando pisamos na rua para atravessarmos ouvi um barulho de moto e buzina se aproximando e quando virei o rosto tudo ficou em câmera lenta, e por impulso eu simplesmente agarrei o seu braço a puxando para mim.
O som da buzina foi o que me despertou quando ela ainda estava com suas duas mãos no meu ombro me olhando assustada.
— Meu Deus, obrigada. — Ela agradeceu se afastando de mim.
Suas mãos se apoiaram em seus joelhos. Com certeza ela estava sem forças para ficar em pé depois desse susto. Fiquei ao lado dela com minhas mãos nos bolsos e tentando agir o mais normal possível. Mas o meu coração estava prestes a perder o controle dos batimentos.
— Acho que agora eu não te devo nada. — Falei sem olhar para ela.
— Mas você não me devia nada.
— Mesmo assim...Justin e seu comportamento explosivo.
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Son Of God - Romance Cristão
Fanfiction"Deus não se esquece dos seus filhos." Após uma vida completamente perturbada, Justin acaba encontrando Estela, a garota que Deus usou para transformar sua vida. Escrita e publicada por: Leidiane Cruz