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Estela Wilson
Sábado

12:00AM
Destino: A casa do Justin

        Eu estava prestes a chegar na casa do Justin para fazer uma surpresa pra ele e bom, pro Jaxon também. Fazia uns dias que eu não os via. Não que esteja com saudades, mas sei lá, queria saber como eles estão. Não quero forçar as coisas e ele acabar interpretando da maneira errada.

   Ainda hoje teria um pequeno encontro na igreja para os jovens. Eu, com toda certeza desse mundo irei levar o Justin. Nem que eu o arraste até o prédio. Não literalmente, mas não custaria nada tentar mais uma vez. A primeira vez deu certo, a segunda poderia também dar certo.

   Minhas pernas estavam quase desistindo de tanto andar rápido, depois de descer duas paradas antes do que eu havia previsto. Infelizmente minha mãe pegou o carro hoje, no que estava se resultando a isso. Em uma das minhas mãos tinha uma sacola com uma bola de futebol americano para o Jaxon. Contei a minha mãe sobre o que aconteceu na noite de segunda, e ontem ela apareceu com essa bola e disse que não era para esquecer de entrega-la ao seu novo dono.

   As vezes quando estou com o Justin, e no meio do assunto coloco Deus, o que ele mais faz é acabar com assunto sendo o mais grosso possível. Por algum tempo penso se o que eu estou fazendo é realmente a vontade de Deus, até porque ele simplesmente não me dá uma escolha, chance. Mas tento olhar para o outro lado, o lado em que ele pode sim mudar algum dia, e só de saber disso eu me sinto bem. Por que de algum modo eu posso dizer que participei dessa transformação. Eu estava ali, e pude ver ele se ajoelhar diante de Deus. Eu vou poder dizer que ele escolheu morrer para o mundo. Deixar o pecado. Saber que já é perdoado. Saber que é justo... Saber que, algum dia ele vai estar lá, do meu lado ceando com toda a igreja. Não sei se ele deveria saber disso por agora, mas vou manter comigo por um tempo até dizer a ele como imagino as coisas daqui alguns meses.

  Quero ver ele se sentindo amado. Se sentindo que está protegido, que mesmo em meio as estações Deus vai sim estar com ele, que em nenhum momento Deus saiu do seu lado. E quando a família dele for restaurada, quero estar presente para ver os três sorrindo e sem nenhum problema a sua frente que eles não poderão superar juntos.

  Justin não tem noção do que pode acontecer com ele. Aliás, a transformação que ele pode ter em poucos dias, se ele desse a chance a Jesus. As vezes tenho vontade de colocar tudo de uma vez em seu peito e deixa-lo transbordar com o amor de Deus e deixar ele sorrir para os quatro cantos.

  Eu nem notei que já tinha tocando a campainha. E muito menos que tinha chegado na casa dele. Toquei mais uma vez, e nada. Bom, talvez só mais uma vez.

— O que, quer? — Um garoto de olhos azuis abriu a porta me olhando confuso. Em sua mão tinha um cigarro e a outra segurava o batente.

— Quem é você? — Foi a única coisa que eu perguntei. Foi impossível não arquear as sobrancelhas curiosa.

— Pra que quer saber? — Agora sua mão estava na cintura.

— O Justin está ai? — Tentei olhar para trás do garoto mas ele se esquivou na minha direção.

— Me lembrei de você. — Ele se virou me dando as costas. —  JUSTIN, A CRENTINHA ESTÁ TE CHAMANDO. — O garoto gritou me causando um susto.

   Um tempo depois, Justin apareceu apenas de bermuda jeans. Aquilo me deixou um pouco desconfortável, posso até ser uma garota descente, mas também sou humana, e tenho tentações como qualquer outra pessoa, então por isso desviei o olhar até ele aparecer por completo na minha frente.

— Estela? — Ele se assustou saindo para fora e fechando a porta atrás de si com rapidez.

— O aconteceu com seus olhos? — Perguntei um pouco próxima demais. Seus olhos estavam muito vermelhos era impossível não nota-los.

— Não é nada. — Forçou os olhos fechados. — Você não me disse que viria aqui hoje.

— Quis fazer uma surpresa, chamando você e o Jaxon para almoçarem comigo no restaurante do Carl.

— Deixa pra próxima...Não estou muito bem.  — Sorriu. Não sei por que, mas sorriu.

— Você está drogado? — Me afastei dele imediatamente. — Com seu irmãozinho aí dentro?

— Vai querer me dar lição de moral? Foi só dois cigarros. — Ressaltou como se aquilo fosse de menos, mas ele estava agindo que nem a mãe dele.

— Mesmo que fosse apenas um, você não deveria fazer isso. Olha onde sua mãe está. Olha o porquê dela está atrás das grades. Você quer a mesma coisa? — Perguntei chateada. Poxa vida, ele deveria ver o que está acontecendo na frente dele. E mesmo assim, ele repete a mesma história. E isso simplesmente acabou com o meu dia. Aqueles olhos cor-de-mel, não estavam mais ali me olhando.

— Você pode ir embora? Não quero brigar com você. E quando vim, avisa antes. Não gosto de surpresas. — Ele se virou e colocou a mãos na maçaneta.

— Antes de ir, posso te pedir uma coisa? — Ele se virou e me olhou. — Vamos comigo hoje na igreja? Vai ter um pequeno encontro de jovens, então...

— Vou, só por que você está me olhando como um cão abandonado. — Explicou, e aquilo me fez rir.

— Sério? — Minha voz saiu animada. — Me da um abraço?

— Não gosto de abra...

  Não dei a mínima para o que ele estava dizendo e o abracei forte. Ele aceitou sem fazer delongas. Ele disse sim sem questionar. Mesmo drogado, ele disse que iria. Isso sim é um bom começo.

— O que você está fazendo?

— Te abraçando, Justin. — Falei ainda com os braços entrelaçados nele. — Estou feliz não está vendo?

— Não, não tenho olhos atrás.

— Pronto, pode ver minha felicidade. — Sorri de orelha a orelha para ele. — Passo aqui as sete. Pode levar o Jaxon com você, tem salas para as crianças, ele irá adorar o ambiente.

— E essa bola aí? É pra mim? — Se curvou para olhar atrás de mim.

— Claro que não. É para o Jaxon. — Estiquei a sacola. — Eu poderia até entrar, mas você está com visitas.

— Só não fala nada sobre ir com você a igreja. — Segurou minha mão e me puxou casa a dentro.

   Ouvi a porta sendo fechada, e já na sala pude ver dois garotos sentados enfrente a TV. Eles me olharam em sincronia e depois para Justin que estava ao meu lado.

— Cadê o Jaxon?

— Está no quarto dele.

— Não vai apresentar? — Um dos garotos perguntou largando o cigarro sobre a mesa de centro e se virar completamente para a nossa direção.

— Me chamo Estela.

— A famosa Estela, até que enfim estou te conhecendo. Sou o Chris. 

— Prazer em te conhecer.

— Vem, vamos lá no quarto. — Justin saiu na frente, mas teve que voltar para me puxar pela mão, já que eu ainda estava olhando para os meninos e toda aquela zona na sala.

— Você andou falando de mim, é isso mesmo?

— Falo de você o tempo todo. — Ele parou e me olhou rápido. — Por que você é chata na maioria das vezes, e isso acaba dando assunto.

— Ah, sim. — Concordei continuando a andar.

— Ei garotão, olha quem apareceu. — Justin chamou atenção do irmão.

— Oi meu amor. — O peguei no colo dando um beijo na sua bochecha. — Você está bem? Seu irmão está te alimentando bem?

— Oi. — Disse sorrindo, mas depois disso ele disse algo que eu não consegui entender, e muito menos Justin.

— Espero que você tenha falando que sim. Caso contrário te vendo por algumas gramas de maconha. — Justin disse, e juro que se não tivesse um tom sarcástico na voz dele eu poderia jurar que era verdade, mas a minha expressão deve ter me denunciado, porque ele começou a rir. — É brincadeira, Estela.

— Eu imaginei. Não ouve seu irmão desnaturado, ele não sabe o que diz. Olha o que eu trouxe para você. — Levantei a sacola. — Espero que você brinque muito com ela.

   O coloquei no chão e deixei que brincasse com a nova bola. Houve algumas tentativas falhas de chutes, mas nada que um empurrãozinho não ajudasse.

— Obrigado, faz tempo que não o vejo assim... Feliz e calmo. — Sussurrou.

  Olhei para o Justin e sorri, por que eu sabia que aquilo que ele acabou de dizer era a verdade.

— Não precisa agradecer. — Deitei a cabeça em seu ombro, o fazendo ficar completamente sem reação. — Ele tem sorte de ter um irmão igual a você. Mesmo dando mancadas as vezes.

— Não tanto quanto antes de te conhecer.

  Levantei a cabeça e o encarei. Ele não me olhou de volta, manteve firme os olhos no irmão. Eu não sabia se aquilo era efeito da droga, ou se ele de fato estava se sentindo confortável com a minha presença. Mas eu não ousei em questionar. Eu apenas entendi que ele tem seu tempo e seu jeito de ver as coisas , e que está tudo bem.









OIIIIIIIIIIIIII PESSOINHAS DE GOD !!!!!
Justin mesmo drogado consegue ser assim... Bom, assim como vocês viram.

Devo dizer que demorará para o Justin aceitar que precisa de Deus, até por que Ryan, Chris e Chaz serão como uma pedra no caminho...

   Na vida real as pessoas tem dificuldades de se entregarem para Deus, por conta das flechas que o maligno lança sobre a mente da pessoa e no coração, gerando dúvidas sobre o poder de Deus, e também "dizer" que a pessoa não precisa de Deus e blá blá blá. Mas com o esforço e tudo mais, as flechas são quebradas e com ajuda de algumas pessoas Deus age na vida de quem precisa.

Lembrem-se, o demônio nunca falará  na sua mente na terceira, quarta pessoa, mas sim, na primeira pessoa que é [ EU ]

Ex : EU não vou conseguir comprar aquilo.
EU não preciso de ir na igreja, por que posso conseguir tudo sozinho.
EU sou um fracassado.
EU não sou importante para ninguém... Etc

Então, sempre que isso acontecer diga em voz alta.
EU DECLARO QUE TODA AS FLECHAS DO INIMIGO VENHAM SER QUEBRADAS EM NOME DE JESUS CRISTO. Basta crer... Eu faço isso, e se você que dúvida um pouco do amor de Deus, do poder de Deus, tenta deixar mais seu coração aberto e não impeça de Deus entrar...
Vidas são transformadas com poucas palavras!

Xoxo

 

Son Of God  - Romance CristãoOnde histórias criam vida. Descubra agora