Expliquei meu plano a Marcel, que assentiu com toda certeza do mundo. Porém ele não queria voltar para casa e uma boa parte de mim também não.Ele estava limpando seu rosto e braços de tinta na beira do lado, fazendo uma concha com as mãos e derramando em seu corpo. Depois ele limpou os óculos, só que aquilo é tinta, não vai sair com tanta facilidade.
—Não tá saindo. — Grunhiu na beirada do lado. A luz da luz sua pele parece mais branca e seu sorriso mais iluminado.
Me levantei e fui até lá ajudá-lo, me agachei junto a ele. Fiz uma concha com as mãos levando a água até seu cabelo. Esfreguei seu coro cabeludo, seu cabelo já foi mais sedoso, a tinta com certeza não serviria de hidratação.
— Não tá funcionado. —Ele esfregava seus braços. — Acho que deveria ter feito isso assim que cheguei, teria sido mais fácil.
—Só tem um jeito!
—Qual? —Olhou para mim. — Não acho que solvente seja muito bom para o cabelo.
Dei de ombros.
—Que tal um banho? — perguntei.
— Séria ótimo! Se, eu não quisesse voltar para casa. — Pi, pi, pi: Sarcasmo detectado.
—Não precisa ir para casa pra isso. — Sorri.
Empurro Marcel no lago, e então o único barulho presente é o puf! Estava rindo quando o topo da cabeça dele voltou para a superfície. Então ele me fuzilou com o olhar, enquanto algumas gotas d'água caiam sobre seu rosto.
— Há-há-há. — Ele tirou os óculos e jogou perto da onde eu estava. —Será que pode me ajudar a sair agora?
Mar estende a mão e eu a seguro, puxando-a para trás, quando percebo que na verdade meu corpo estava começando a se inclinar para frente. Só tive tempo de dar um pequeno grito antes de cair na água fria.
A água estava extremamente calma, quando voltei a superfície Marcel ria. Eu tinha caído em sua pegadinha, pus meu cabelo para trás. Acumulei água em minha boca e cuspi em sua cara.
— Que nojo. —Ele diz enquanto mergulha de novo, desta vez esfregando o rosto. —Pensei que era uma boa menina.
— Você me jogou aqui — Fuzilei-o com o olhar.
— Você me jogou primeiro!
Passamos um tempo olhando um para o outro até termos uma crise de riso. Ele ria de um jeito engraçado, inclinava a cabeça para trás e dava pequenos suspiros entre as risadas, como se sua barriga doesse ou não conseguisse parar. O que só me fazia rir ainda mais, estava chorando de tanto rir, não só por isso, mas tantas coisas que quis rir do mundo onde vivia e não o fiz. E ao vê-lo rindo desse jeito, tão despreocupado e singelo, acabo não me lembrando do porquê de nunca ter rido de tudo aquilo.
—É lindo aqui, não é? — Deu uma pausa. —Toda essa tranquilidade, sua companhia, tudo parece tão irreal.
Meu rosto se enrubesce e digo a primeira coisa que vem em minha mente.
— Vamos para fora? Está começando a esfriar.
Marcel assente com um meneio de cabeça e vamos para fora, nos encostamos numa árvore, seu tronco grosso e cheio de musgo, me pego admirando a paisagem. Estava tudo tão escuro e mesmo assim a lua arranjava um jeito de nos iluminar, fazendo com que pequenos focos de luz apareçam em nossas peles. Os únicos sons presentes eram os das cigarras e uma coruja que não revelava sua localização.
Marcel tirou seu casaco, ficando apenas com uma camisa de manga longa. Por causa da água a camisa ficou completamente colada em seu corpo, revelando todo seu abdômen. Ele já foi mais magro, bem mais magro.
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Everything Has Changed | H.S.
FanfictionUma líder de torcida e uma nerd habitam o mesmo corpo de Lily Foster, uma das meninas mais populares de seu colégio. Essas duas personalidades causam conflitos entre seu namorado e seu novo melhor amigo nerd, Marcel Styles, e Foster é obrigada a tom...