Capítulo 16

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Assim que chego em casa vou direto para o escritório da minha mãe. Crio coragem de bater na porta e ela autoriza a minha entrada.

O som de Beethoven invade meus ouvidos, o escritório dela é bem acolhedor. Pouca luz, ambiente aromatizado, música clássica e repleto de desenhos por todo lado. Na parede do seu birô é toda coberta por capas de revista com suas peças, coloridas, curtas, longas, estampadas, são tantas. Tem uma estante com amostra de tecidos, botões, zíperes e etc.

— O que faz aqui, querida? — Diz pondo o telefone no gancho.

— O baile está se aproximando, queria saber se tem algum vestido perdido por aí.

— Claro que sim. Alguma preferência?

— Bom, a senhora que é a estilista aqui. — Digo.

Ela ri e se dirige a seu closet particular(que é praticamente uma sala dentro da sala), lembro que escondia pelas araras quando pequena, fazia desenhos horríveis mas ela sempre dizia que eram lindos. Costumava me esconder lá quando Joshua e eu brincávamos de esconde-esconde, ele nunca me achava e acaba desistindo da brincadeira. Minha mãe trouxe consigo dois vestidos empacotados em um desses sacos pretos.

— Prove e me diga qual vai querer.

— Obrigada.

Levo-os comigo até o meu quarto, deixo-os pendurados e me deito na cama. Pouco tempo depois meu celular toca e resmungo ao tentar alcançá-lo.

— Boa noite, Foster. — Scarlet suspira. — Uma semana para o baile e eu não tenho vestido muito menos um par... não tá fácil pra ninguém.

Sorrio.

— Também não tenho par, que tal irmos juntas?

— Claro, como boas mulheres empoderadas que somos. — Scar afirma.

— Qualquer coisa o Joshua tem duas acompanhantes.

— Um é pouco, dois é bom, três já é demais.

Continuamos conversando até que sono bate e cedo a ele.

***

— Lily! Lily, acorda!

Alguém me chacoalhava, grunhi e abri meus olhos me deparando com um par de olhos azuis.

— O que há, Josh? — Murmuro, ainda sonolenta.

— Marcel está no telefone.

Franzi o cenho e me sentei na cama.

— Por que ele não ligou para o meu celular? — digo desnorteada. — E desde quando você virou a secretária eletrônica?

— Há-há , por que não faz stand up? — Ele me entrega o telefone.

Faço um gesto para que ele saia do quarto.

— Oi, Mar.

— Eu tive alta, minha mãe teve que ir na farmácia. Será que você poderia vim me buscar?

— Claro, daqui a pouco eu chego.

Vou até o banheiro escovo os dentes e pego a chave do carro.

Passo em uma loja de artigos para festa e compro alguns balões vermelhos e com formato de coração. Aumento o som do carro, estou indo buscá-lo e tudo vai ficar bem. Pelos menos eu espero.

Estaciono perto da porta de entrada do hospital e entro, pergunto a recepcionista por ele e ela me diz que ele ainda está no quarto. Agradeço e vou até o quarto onde eu passei minhas tardes nesses últimos dias. Bato na porta e ele abre.

Everything Has Changed | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora