Capítulo 9

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— Fui eu, eu fiz isso.

Eu gritei para que todos no refeitório pudessem escutar, meu olhar não se fixava em uma pessoa sequer por mais de três segundos, os sussurros aumentaram cada vez mais. Algumas pessoas tinham o queixo praticamente no chão, alguns riam, outros agiam como se aquilo acontecesse todos os dias e não fosse nada de mais. Mas aquilo era demais para mim.

Sinto uma mão segurar a minha e me puxar para baixo, quase bato minha testa na testa do Marcel.

— O que está fazendo? — sussurrou, surpreso.

—O certo... — respondo no mesmo tom.

Ele me olhou incrédulo, o que ninguém sabe é como eu me sinto por dentro, parece que algo se partiu no meu peito, minha respiração ficou irregular e meu coração luta para sair do meu corpo, será isso suficiente para explicar o arrependimento?

Todos presentes me encaravam mas não com uma cara tão boa quanto a do diretor.

— Fui eu que fiz isso! — Grito mais alto do que a primeira vez.

— Srta. Foster, para a minha sala, agora! —Apontava para mim enquanto falava de uma forma muito sinistra.

Engulo seco e desço da mesa, as pessoas continuam a me encarar, um olhar que eu só vi as pessoas lançarem a criminosos. Alguns riam de forma abafada e os cochichos eram de uma forma, geral.

O diretor se apressou em minha frente enquanto eu ia andando cabisbaixa encarando meus pés, tentando criar uma boa desculpa, a verdade é que ela não existe. O que aconteceu com o Marcel, ocorreu fora do colégio, não há como o diretor puni-lo de certa forma, agora ele vai sair como a vítima da história.

Ele olhava constantemente para trás para ter certeza que eu ainda seguia-o. Após passar por uns cinco corredores finalmente chegamos em sua sala, o diretor abriu passagem para eu entrar primeiro, entrou e fechou a porta em seguida.

Deu a volta em seu birô e sentou-se na cadeira - a famosa cadeira, a cadeira que todos os alunos sonham em se sentar no qual eu nunca entendi essa fixação- me sento na cadeira em frente ao seu birô cruzando as pernas, ainda um pouco envergonhada.

—Vamos, Srta. Foster! Estou lhe dando uma chance para se defender.

— Não tenho muito o que dizer...

—O Sr. Mcqueen não é seu namorado, Lilian?

Dou de ombros.

—Bom, ele era, era meu namorado...

O diretor se debruçou em cima do birô com o olhar acusador.

—Foi por isso que fez aquilo? Por que terminaram?

—Mas é claro que não, não seria tão egoísta! — retruquei. — Fiz isso porque Ryan vem praticando bullying com alguém que eu tenho afinidade e não gosto de vê-lo sofrer.

— Trabalho com nomes, quem é o garoto?

Descruzo as pernas e olho para um relógio cuco pendurado na parede, dava para ser mais ridículo? Só quero sair daqui.

—Isso não vem ao caso, fiz tudo sozinha, isso é o que importa.

Vozes vinham do lado de fora, o diretor se levantou para o olhar o que havia de errado. Pude escutar a voz da secretária dele dizendo: "Não pode entrar aí!". Então a porta abriu brutamente, revelando quem eu menos queria ver agora.

—Sr. Styles! —A figura autoritária gritou. — Não pode invadir minha sala desse jeito. Será que todos os adolescentes ficaram doidos hoje?

—Me desculpe, senhor, mas não foi a Lily que fez isso. Fui eu!

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