Capítulo 39

127 11 1
                                    

Ela se sentou na mesa novamente, abriu um sorriso travesso e ergueu as sobrancelhas. Quase pude ver os chifres de diabinha surgindo.

— Como será que ela sabia que eu gostava desse refrigerante? — Passei a mão sobre os meus cabelos. — Alice, para você tá me assustando! — Argumentei.

— Não é para lhe assustar... — Ela apontou para a Grace. — É pra assustar ela.

Me levantei e peguei minha bolsa.

— Aonde você vai? — Ela perguntou, decepcionada por eu está deixando-a.

— No banheiro, onde mais? — A encarei. — Não posso ficar com refrigerante no cabelo.

—Precisa de ajuda?

— Não! — A dispensei com um aceno. — Fique ai bolando suas ideias malignas.

— Bom, então boa sorte. — Dei tchau e comecei a caminhar. — Vou logo avisando que não facilitar.

Assenti com a cabeça e continuei andando para dentro do colégio, ignorei todos os olhares sobre mim e entrei no banheiro. Coloquei minha bolsa sobre a bancada e me encarei no espelho. Estava péssima, não sou uma pessoa vingativa mas observando todas as coisas que aconteceram ultimamente... não irei deixar barato.

Tenho Alice, e isso já é o bastante. Não tenho a mínima ideia do que pode sair daquela pequena cabeça ruiva, porém estou contente em saber que irei descobrir.

—O que aconteceu com o seu cabelo? —Disse uma voz atrás de mim.

Me virei e vi uma garota morena, nunca havia visto ela no colégio. Sua pele era morena, cabelos curtos e olhos verdes.

—Grace Hamilton despejou refrigerante no meu cabelo. — Disse sem animação.

— Será que tem uma garota sequer nesse colégio que ela não faça nenhuma estrepolia?

—Se tem, felizes são essas garotas.

— Você tá com a cara de quem vai fazer alguma coisa.

— É porque eu irei!

Abri um sorriso amarelo ao me ver no espelho, molhei meu cabelo na pia, meu pescoço conheça a doer pela posição. O cabelo está encharcado então o prendi com um coque.

Sai do banheiro e voltei para sala, pois iria tocar em breve. O que será que Alice vai fazer? Não demorou muito para ela entrar na sala, estava com um papel na mão. Lá vem, pensei.

Ela se sentou ao meu lado deslizando o papel sobre a mesa.

—Algumas ideias.

Examinei o papel:

· Pó de mico no uniforme de líder de torcida

· Tinta no shampoo

· Furar os pneus do carro dela

—Agora literalmente eu estou com medo de você! — Afirmei.

—Ah, qual é? Não tenho culpa, é da minha natureza de vingança. — Ela se aproximou. — Mas e aí, qual vai ser?

Abri um sorriso diabólico.

— Por hoje, só furar os pneus. Amanhã... quem sabe?! — Dou uma piscadela.

Ela aplaudiu.

— Quando o professor entrar eu digo que estou com problemas técnicos e preciso ir ao banheiro. E furo os pneus! Pronto!

Everything Has Changed | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora