Everything Has Changed | H.S.

Capítulo 35

E aqui estou eu, sentada em frente a uma das vidraças do Radioactive. Lembrando de tudo que aconteceu nos últimos três meses, se as coisas podem mudar em apenas um segundo, o que são três meses, não é mesmo?

Eu perdi meu namorado, fui obrigada a me afastar da minha melhor amiga, vi máscaras caírem, defendi um garoto inocente, me arrisquei por ele e quando eu achava que as coisas iam dar certo pelo menos uma vez, ele se foi. Meus pais e meu irmão sofreram um acidente, vim para Londres, descobri que meus pais faliram e nenhum sinal dele... eu só precisava de um, qualquer um. Podia vir como uma carta, SMS, código morsa, um bat sinal, qualquer coisa!

A chuva está muito forte lá fora, ela sempre teve o poder de me fazer pensar. E assim como o céu, eu também estava chorando. Parece que foi ontem que eu vim para cá, mas já faz quase o verão todo que estou aqui, que meus pais morreram e que eu tento seguir em frente. E se eu sorrio todos os dias a culpa é do cara que tá me olhando por trás do balcão, achando que eu não estou percebendo. Ele quer ajudar, mas não sabe como. Mas o admiro por ter cuidado com seus passos, sempre arquitetando a melhor forma de me abordar.

Daqui a uns dias minhas aulas vão começar, meus turnos no bar vão se tornar mais cansativos, mas tudo bem, tenho que enfrentar. Nesses últimos meses posso dizer que minha relação com o Zac foi para frente mas ainda não oficializamos nada, Cam ainda implica comigo só que não como antes, minha amizade com a Alice só cresceu e a saudade da Scarlet só aumentou. Enquanto ao Marcel, bem, um vazio se encontra dentro de mim desde que ele me contou que iria embora. Não sei por quanto tempo ele pretende ficar aqui.

—Não pode ficar ai para sempre! — Digo enquanto enxugava uma das lágrimas.

Ouvi passos e ele se agachou ao meu lado, bebo mais um gole de café antes de olhar para ele.

— Não vou sair do seu lado! — Ele limpa uma das minhas lágrimas.

— Não precisa ficar se não quiser...

—Eu sempre irei querer...

Zac me abraçou, inalei seu perfume e então tudo que eu escondia com um sorriso desmoronou em apenas um segundo.

— Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. — Ele sussurrou no meu ouvido.

Parei de soluçar e me afastei um pouco, selei um beijo em seus lábios macios e ficamos nos olhando por um pequeno tempo.

— Eu não tenho mais formas de agradecer...

—Não precisa agradecer, meu dever é fazê-la feliz. Foi o que eu prometi ao Joshua e vai ser o que eu vou continuar fazendo. Porém, se quiser continuar me agradecendo com beijos, eu deixo.

Eu ri e dou uma bitoca.

—Quando fez essa promessa? — Fiquei curiosa.

Ele dá um sorriso maroto, provavelmente se lembrando da lembrança e se senta ao meu lado, seu braço me envolve e observo como suas sobrancelhas se movimentam a proporção que ele fala.

— Quando éramos crianças, quando eu soube que sentia alguma coisa por você. — Ele deu uma pausa. — Mas você só tinha olhos para o Ryan.

Acaricio sua bochecha, imaginando como deve ser horrível gostar de alguém e não sermos correspondidos. Agora é recíproco, Zac, quero dizer mas não digo.

—Se eu soubesse que tudo isso ia acontecer um dia, teria sofrido menos.

Sorri e ele me beijou novamente.

Era por volta das 16:00, o bar ia abrir daqui a pouco. É verão e daqui há dois dias eu tenho aula. Estou um pouco nervosa, ainda bem que eu tenho a Alice... ainda bem.