Capítulo 48

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Fiquei perplexa com a notícia, Alice estava com uma cara de nada, completamente perdida em seus pensamentos. Eu queria ajudá-la, confortá-la, mas parecia que até um simples abraço estava fora do meu alcance.

Allie enxugou uma lágrima que descia firme sobre sua bochecha, suas mãos estavam tremendo. Finalmente ela iria descobri o porquê de sua tê-la abandonado. O sons dos carros na rua era o único ruído presente.

—Como pôde me esconder isso? —Alice esbravejou. —Como pôde ser tão insensível a esse topo?

Sr. Johnson cobria a boca com as mãos, juntando coragem para se pronunciar.

—Alice, eu sei o quanto você sofreu durante esses quinze anos. Eu não podia deixar que uma simples pista fosse reacender uma chama de esperança tão grande quanto a que você tinha. Não podia, eu precisava ter certeza.

A ruiva respirou fundo antes de responder.

—Eu preciso de um tempo para assimilar isso tudo, é demais pra mim.

E então subiu as escadas correndo, com o envelope amarelo em sua mão. Eu sabia que precisava ir atrás dela, o olhar do irmão da Alice foi o meu passe livre para isso. Ele sabia que ela não ouviria ninguém, a não ser a mim. Bati na porta dela de um jeito que ela soubesse que era eu, a porta só estava entreaberta então entrei sem fazer nenhum barulho.

—Quer conversar? — Sussurrei, sem saber o que falar.

Ela assentiu choramingando e eu a acolhi em meus braços.

—Depois de tanto tempo, quando eu finalmente tinha começado a me conformar...isso não pode tá acontecendo!

Acariciei o cabelo dela, era tão sedoso e cheiroso. Por um momento imaginei se um dia sua mãe havia o penteado, feito tranças ou ensinado a lavá-lo. Ela a perdeu muito nova, Allie não conseguiu ter muitas lembranças com a Sra. Johnson, não pôde. Há coisas na vida que só as mães podem fazer e Alice não teve esse presente.

—Vai ficar tudo bem...veja pelo lado bom, ao menos você terá respostas. —Confortei-a.

—Tem razão, mas acho que não consigo fazer isso sozinha. Prometa que quando eu tiver coragem de ir vê-la irá comigo?!

—Eu prometo. Nas horas boas e ruins, lembra? —Sorri.

—Sempre. —Ela também sorriu e em seguida pegou o envelope amarelo. —Aqui diz que ela trabalha como enfermeira num hospital do centro da cidade, meu pai também conseguiu o horário dos expedientes dela.

—Entendido! —Bati continência. —Soldado Lily ao seu favor, senhorita.

Fico feliz em poder fazê-la rir agora.

***

Após uma manhã fazendo provas (já que estamos em reta final para a formatura), Harry e eu decidimos ir ao cinema. Depois de uma hora e quarenta e cinco minutos de puro romantismo e fungadas (incluindo o Styles) fomos tomar sorvete no Mc Donald's.

—Não acredito que chorou com esse filme bobo. — Diz Harry.

Fico boquiaberta.

—Não acredito que você chorou!!! —Tiro sarro.

Começamos a rir e meu telefone desperta ao som de Side to side. Vi o nome da Alice no visor e atendi logo.

— Oi! —Tentei estabilizar a minha voz.

—Eu estava indo comprar um café no Starbucks e vi uma mãe confortando uma filha depois que ela caiu de bunda na grama, Lily, eu preciso fazer isso. Hoje. Agora!

Everything Has Changed | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora