Capítulo 23

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Rapidamente meus lábios se voltaram para cima, deixando meus dentes a mostra. Tirei o telefone da orelha e larguei a mala, corri em sua direção, sem perceber que ele fazia o mesmo.

O choque dos nossos corpos se batendo foi instantâneo, mas ele me puxou de volta para seus braços. Minha cabeça encaixou-se perfeitamente em seu peito, seus braços envolviam os meus. Algumas lágrimas caíram, ele beijou o topo da minha cabeça e me afastou para que pudesse me olhar.

—Nossa, como você cresceu! —Ele sorriu. — Cadê a garotinha que tinha medo do escuro?

Eu ri e bati de leve em seu braço.

— Ela ainda está aqui, só que agora tem medo de outras coisas.

Ele me puxou de volta para seus braços, fazia muito tempo que eu não vi o Zac. Ele era mais velho que eu, tinha 21 anos enquanto eu tinha apenas 17, mas sua alma era tão jovem quanto a minha.

— Eu estava com saudades... — Ele murmurou.

— Também estava! Mas agora passou...

Sai do abraço e olhei para ele.

— Sinto muito, por tudo. E espero que esse abraço tenha aliviado um pouco a tempestade de sentimentos que está acontecendo dentro de você.

—Aliviou , Zac, obrigada...

Ele apontou para a minha mala e foi pegá-la, quando estava do meu lado novamente me ofereceu o braço, encaixei meu braço no dele enquanto saiamos do aeroporto.

—Vem, vou te levar para casa.

Ele colocou minha bagagem na mala do carro, quando eu ia puxando a maçaneta da porta da frente do carro, Zac pôs sua mão em cima da minha e puxou, com a outra mão fez sinal para eu entrar.

— Obrigada... — Sussurrei, ainda um pouco sem graça.

Nunca um garoto tinha feito isso para mim, nem mesmo Ryan, nem mesmo Marcel, tentei não lembrar dele, isso só piora minha situação. Zac entrou e se acomodou no banco, rodou a chave e seguiu seu caminho. Eu já tinha vindo para Londres, porém era muito pequena. Será bom estar aqui de novo.O carro foi invadido pelo som de Passion Pit, Take a Walk. Indie era o tipo musical favorito do Zac, engraçado como nos esquecemos de alguns detalhes com o tempo.

Era um dia ensolarado, flores por toda parte, pessoas seguindo sua rotina. Zac estava me observando, só que não criei coragem para erguer o olhar para ele.

— É lindo, não é? — Ele voltou a olhar para estrada.

— É sim... — Falei ainda admirando a paisagem.

— Quando eu tiver um tempo livre te levo para conhecer os melhores lugares.

Suspirei.

— Mal posso esperar.

Consegui ver o Big Ben, passamos em frente ao palácio de Buckingham e eu tirei algumas fotos para postar depois. Alguns ônibus vermelhos cruzaram nosso caminho, sempre cheios de pessoas. Após algumas ruas londrinas Zac estacionou o carro.

— É aqui?

— É sim.

As paredes tinham um tom de bege, vidraças rústicas pretas, tinha iluminação com pequenas luzes do lado de fora, mas o que se destacava era o nome Radioactive Bar dentro de um grande triângulo simulando algo realmente radioativo, escrito onde todos pudessem ver, acho que isso é para destacar a noite, mas não estava ligado agora. Senti o choque da porta do Zac se fechando. Abri a porta e sai, empurrei-a e me virei para pegar a mala da mão do Zac.

Everything Has Changed | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora