Capítulo 13

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Na tarde daquele mesmo dia:

—Você só pode está ficando louco! — Digo mais uma vez.

— Quantas vezes vai me dizer isso hoje? Está dizendo isso desde manhã. Olha, Lily, sei que está preocupada e agradeço por isso, mas não dá pra voltar atrás, ok? Prefiro subir num ringue e ser humilhado lá do que ser dado como covarde até o fim dos tempos.

— Marcel, você vai se machucar... —Meus olhos marejavam.

— Eu sei, é a única coisa previsível. Todavia você ainda vai estar lá quando tudo isso acabar. Cuidando do que sobrou de mim.

—Por favor... — As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto.

— Já disse, nada que me disser vai me fazer mudar de ideia. — Ele suspirou e apoiou as mãos no quadril. — Conheço uma pessoa que vai me ajudar, tudo bem? Por enquanto quero que fique tranquila, vá para casa e descanse. Tenho uma semana até a luta, preciso me preparar. Você tem que acreditar em mim, Lily, porque eu sozinho não estou dando conta.

—Eu acredito em você! —Chacoalho a cabeça. — Só que isso é insanidade!

Ele se aproxima de mim, dá um longo beijo na minha testa e faz com que eu me concentre totalmente em seus olhos verdes.

— Então eu serei insano.

***

Já se cinco dias, o que quer dizer que a luta está se aproximando de uma forma que não posso controlar... nem o tempo. Marcel faltou a aula hoje e provavelmente faltará amanhã, ele me enviou algumas mensagens dizendo que estava treinando e que faria de tudo para não se machucar. Quero muito acreditar nisso, mesmo, mas eu já vi os treinos de futebol do Ryan. E um está acontecendo agora mesmo.

Ryan está empurrando sozinho um material de metal e acochado que representa o time adversário, ele empurra como se pesasse uns dois quilos. Então Brandon vai atrás dele e grita: "quem é o cara? Quem é o cara?" e ele responde:" eu sou o cara, eu sou o cara!". Logo em seguida Ryan o dispensa com um aceno de mão e Brandon se junta a um dos gêmeos.

Não estou em condição de dirigir agora, vou deixar Joshua fazer isso por mim. Passei o dia todo aérea nas aulas, não consigo me concentrar em nada e todas vezes que eu fecho os olhos vejo Ryan socando o Marcel e minha voz ecoando em um grito desesperado. Nos últimos dias tenho pesadelos sobre essa luta e nenhum deles ela acaba bem. Josh passa pelo o estacionamento e me chama com um aceno. Passo do lado de Brandon e do gêmeo que estão com panfletos nas mãos.

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De longe peço para meu irmão esperar dois minutos, me aproximo dos dois tentando ler o que tem no papel. Pego um dos folhetos de suas mãos.

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