Um novo recomeço

capítulo 16 - história das gêmeas

🍃🌼 decidi postar um capítulo bônus em agradecimento ao crescimento da história. Muito obrigada a todos que estão acompanhando, sério mesmo ❤
Bom, chega de enrolar e bora para o capítulo emocionante de hoje.🌼🍃

-Meninas, estão ocupadas?-Emma pergunta aparecendo apenas seu pescoço na porta.
-Não.-Laís responde.

Só estávamos eu e ela no quarto, Brooke havia saído com a Cris e Isa. A Brooke quase nunca para em casa.

-Vocês podem me ajudar a arrumar umas coisas? -Ela pergunta.

Eu e minha prima nos olhamos e demos de ombro concordando e nos levantando.
Seguimos minha tia até um quarto,que vivia com a porta fechada.
Lá havia várias caixas velhas e o quarto estava bem empoeirado.
-Porquê quer mexer nesse quarto?ele vive fechado. -Pergunto me encostando no batente da porta.
-Será o quarto da Laís. -Ela explica.
Vejo Laís a olhar surpresa.

Ela teve sorte o quarto é bem grande, e com uma ótima limpeza e uma pintura ficará perfeito.
Tem até uma janela dando visão a rua traseira da casa.

-Só preciso ver o que tem nessas caixas.-Minha tia diz abrindo uma das caixas.

(***)

Mexo em algumas caixas, até que encontro um álbum,  que suponho ser de foto já que na capa está escrito "Família Lins".
Abro um sorriso ao ver meu sobrenome ali.

Será que tem alguma foto minha de quando era bebê ali ?

Abro o álbum e vou folheando o mesmo,  até que paro em uma fotografia que mostra minha mãe e a Emma, elas estavam sentadas sobre um lençol,  que estava estendido sobre um gramado verde.
Em seus rostos havia um enorme sorriso e dava para reparar um certo brilho.
Minha mãe e a Emma eram bem mais parecidas do que hoje em dia, elas são gemeas fraternas, ou seja não são tão parecidas, mesmo sendo gêmeas.
Minha tia se aproxima de mim e coloca suas mãos em meus dois ombros e fica fitando a imagem em minhas mãos.

-A gente éramos tão próximas. -Ela murmura e fica em silêncio por algum tempo, como se relembra se do dia,  da foto.

-Tínhamos 15 anos quando fizemos esse piquenique, sua mãe já queria ser cantora nessa época, ela vivia correndo atrás do sonho dela junto com a sua avó... porém no ano seguinte após esse dia.-Ela balança a foto no ar, insinuando que era o dia da foto. -Sua avó acabou falecendo, sua mãe ficou arrasada e simplesmente se afastou de todos da nossa família,  até mesmo de mim... ela se mudou para São Paulo e não dava notícia para ninguém... Então um ano depois da ida dela para São Paulo ela apareceu aqui em casa avisando que estava grávida de você Manu.-ela levanta o seu olhar para mim, vejo um brilho em seus olhos, ela estava prestes a chorar, e em seus lábios havia um sorriso fraco. -Foi quando eu me mudei para lá para ajudar-lá a cuidar de você e então acabei conhecendo Felipe.-seu sorriso aumenta e ela olha para sua aliança.

Como minha mãe conseguiu simplesmente se afastar de todos da nossa família?  Até mesmo da Emma? Sua outra metade! Por isso eu nunca conheci outros parentes meu além da Emma e sua família.  Ela se afastou da Emma quando ela mais precisava dela, quando ela havia perdido sua mãe! Elas deveriam ter ficados juntas nesse momento.
E o meu pai?  Emma em nenhum momento o citou.

-E o meu Pai tia? Ele nunca fez nada para reaproximar minha mãe nossa família? -perguntei.
Minha tia deu um pulo se mantendo em pé e se aproximou de uma caixa.

-Bom vamos terminar logo com essas caixas né? - diz me ignorando.
Olho para Laís que me olha confusa.

-Mãe a Manu te fez uma pergunta!-Minha prima indaga.
-Manu se você quer saber algo sobre o seu pai pergunte a sua mãe!- Ela diz séria e volta sua atenção para o que estava fazendo.

(***)

-Você viu como ela ficou? -Laís assente com a cabeça. -Eu não entendo porque todos me escondem sobre meu Pai!-digo inconformada.

Estava caminhando sentido ao parque onde conheci nossos amigos.
-Eu também não entendo. Até mesmo eu que sou órfão sei sobre o meu.-Ela da, uma risada fraca.
Olho para ela desconfortável.

Nunca havíamos tocado no assunto sobre seus pais.

-o que foi?-Ela pergunta séria. -Eu não importo de falar sobre meus pais a Brooke que tem essas frescuras.-ela da de ombro.

-Como vocês foram parar em um orfanato?-pergunto receosa.

Confesso que minha curiosidade foi mais forte do que minha noção  nesse momento.

-Meu Pai era um bêbado e constantemente agredia minha mãe, ele até tentava agredir a mim e a Brooke porém minha mãe sempre entrava na frente entrava acabava apanhando pela gente...-Ela solta um suspiro e se senta encostada em uma árvore. E só aí percebo que já havíamos chegado.
-Um dia minha mãe se irritou com essa situação toda e decidiu sair de casa, lembro do meu pai falar: "Se você for leva essas pirralhas com você."-Ela solta uma risada sem graça. -Ficamos umas semanas na casa de uma amiga da minha mãe, quando finalmente meu pai venho atrás da minha mãe, pedindo perdão, ela obviamente não aceitou! Porém ele pediu que eles pelo menos conversassem melhor e minha mãe acabou cedendo e saiu com ele. Por um milagre ele estava sóbrio.-vejo a mesma jogar a cabeça para cima e encostar-lá na árvore e fechar os olhos.

-Laís não precisa continuar.-Falo.

-Uma hora depois ligam para a amiga da minha mãe, eles haviam sofrido um acidente! Um caminhão bateu no carro deles,eles acabaram morrendo antes mesmo do socorro chegar, o motorista do caminhão estava bêbado e acabou morrendo a caminho do hospital.- uma lágrima escorre sobre seu rosto sorrateiramente.

-Eu sinto tanta falta da minha mãe Manu.-Ela diz e com a voz rouca. -Quando a Emma quis nos adotar eu odiei a idéia, pensei que ela quisesse roubar o lugar da minha mãe.- continua.

Passo minha mão sobre seu rosto limpando suas lágrimas.

-Tenho certeza que de onde ela estiver, estará olhando para você e sua irmã. Ninguém nunca vai roubar o lugar dela, nem mesmo a Emma,mesmo ela te amando, essa nunca foi a intenção dela.- digo.

Puxo Laís para um abraço apertado e a mesma demora um pouco porém depois retribuí.

-Você está se tornando uma irmã para mim Manuella...-ela murmura em meu ouvindo entre nosso abraço.
-Você já é praticamente uma irmã para mim.-respondo e sorrio. Mesmo que ela não pudesse ver no momento.

Nós afastamos e vejo seus olhos avermelhados e um sorriso fraco em seus lábios.
-Sua praga! Eu geralmente não me apego rápido a alguém assim.-Diz rindo.
-Não tenho culpa se sou incrível.-digo convencida.
-Trouxa.- acabamos rindo juntas.

-Porquê falou a todos que eu era uma Patrícinha? -pergunto.

-Sua mãe falou que você era uma. Ouvi ela conversando com a Emma um dia antes de você vir e ela justificou sua vinda para cá dizendo que você se tornou uma "Patrícinha respondona".-Ela da, uma risada e eu acabo tendo que a acompanhar.
-Ela mal passava tempo comigo, não sei da onde tirou isso. Acho que ela só queria me despachar de casa. -Digo revirando os olhos.
Laís abre a boca para falar algo, porém um vulto passa correndo pela gente desviando totalmente nossa atenção.
-Aquela é a...-Pergunto e ela assente se levantando preocupada.

Quem será que é ? Deixem suas sugestões.