capítulo 40 - ela não merece o seu amor.

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Fico alguns minutos parada, absorvendo tudo que acabei de ouvir.

Então eu sou filha do Lucas… por isso a Emma queria o ajudar? Por que ele havia explicado para ela que a Flavia o escondeu a verdade esses anos todos...
Então meu pai não está morto!
Ele está vivo e perto de mim...
Não sei se fico feliz em saber que meu pai está vivo Ou triste por descobrir o monstro que minha própria mãe é.
E a partir de agora, como as coisas vão ser? Será que meu pai vai querer a minha guarda? Será que a minha mãe vai permitir que ele fique comigo? Isso é tão confuso.
Então aquele moço da foto é o Rafael, ele parecia gostar muito de mim, dava para ver isso em  seu sorriso e no brilho dos seus olhos.
Mesmo ele tendo expulsado eu e minha mãe da casa dele, eu tenho um enorme sentimento de gratidão a ele, pelo jeito que minha mãe falou ele sempre cuidou muito bem de mim, me deu carinho e tudo mais...
Uma pena eu não poder conhecer-lo.

Vou para sala e encontro Emma, Bruno e as gêmeas sentados no sofá aflito.
Bruno se levanta e eu o abraço.

-Você está bem meu amor? -minha tia pergunta.

Me separo do Bruno e entrelaço a nossas mãos.

-Sim, tia... — digo e solto um ar que nem eu, sabia que estava prendendo.

-Eu já volto.-minha tia diz se levantando.

Olho para as gêmeas confusas e elas dão de ombro.

Laís se aproxima de mim e segura em minha outra mão.

-Você sabe que pode contar comigo, para o que precisar né minha cúmplice? - sorrio para ela e assinto.

Emma volta com o álbum de fotos que ela guardava no guarda-roupa dela.

-O que é isso?-finjo não saber que se trata.

-Esse é o álbum de fotos da sua infância querida. Quando o Rafael morreu, sua mãe queria se desfazer dele para não se lembrar dos momentos dele com você.  Eu não permiti que ela jogasse fora e peguei para mim.-ela diz e me entrega o mesmo.

Abro e me deparo com a foto da minha mãe me segurando, com um  sorriso enorme.  Como ela daria bem, como atriz.

A segunda foto era a do Rafael me segurando e a terceira dele e da minha mãe juntos.

-Esse é seu pai então? -Bruno pergunta e eu nego.

-O Lucas é meu pai. -Digo e vejo a expressão de surpresos de todos menos da Emma.

-Sua mãe escondeu essa verdade de todos, eu sabia que ela amava o Lucas, mais pensei que ela havia o esquecido quando começou a se relacionar com o Rafael. — Emma diz se ajoelhando ao meu lado. -Ela só me contou que você era filha do Lucas, após a morte do Rafael. Foi nesse período que eu me mudei para lá para ajudar-lá a cuidar de você. - ela explica passando sua mão em meu rosto.

Sorrio fraco e volto minha atenção para o álbum.

Vejo uma foto do dia em que chuto ser o dia que me perdi no parque, eu estou segurando a lolita enquanto Rafael me segura no colo e minha mãe beijo sua bochecha.

-Ela parecia tão feliz com ele.-digo e uma lágrima escorre sobre meu rosto, limpo a mesma evitando que ela caia sobre a foto.

-Ele realmente gostava muito de você Manu.-Minha tia diz e eu assinto.

Volto a ver as fotos e sinto meu coração apertar ao ver uma em que estou sentada em um gramado com um vestido rosa, toda suja de tinta com uma enorme cartolina e algumas tintas de colori envolta. Eu estava com o dedo indicador sujo de tinta azul e estava com o dedo na ponta do nariz do Rafael.
Ele parecia não se importa, e estava sorrindo.

-Ele deve ter ficado tão mal em saber que eu não era filha dele.-sussurro para mim mesma.

Ouço a porta atrás de mim, bater e vejo Lucas e meu tio parado em frente a porta.

Dou o álbum para o meu namorado segura e caminho até meu pai com passos lentos,fico frente a frente com ele e vejo uma lágrima escorrer dos seus olhos e um sorriso se abrir em seu rosto.

-Minha filha.-ele diz e me abraça.

Choro em seu ombro o abraçando fortemente.

-Pai...-digo e sorrio entre as lágrimas.

-Meu Pai.-digo um pouco mais alto.

Ele se separa de mim e segura meu rosto entre suas mãos e beija minha testa.

-Nunca mais, vão nos separar, ouviu ? NUNCA MAIS!-ele diz e me abraça novamente.

Nos afastamos e eu olho para todos que estão presentes e percebo que também estão chorando.

-Somos um bando de chorões. -digo e eles riem.

(...)

-Pai, porque nunca me contou que sabia que eu era sua filha?-pergunto para o mesmo.

Estávamos a sós na sala conversando.

-Eu já havia tentado contar várias vezes e algo sempre impedia, então eu percebi que o melhor era deixar sua mãe te explicar a verdade. Você foi criada com ela, com toda certeza acreditaria nela e poderia pensar que eu era um louco inventando coisas sobre a sua mãe. -Ele explica.

-Só agora eu percebo quão ruim ela é e foi.-digo abaixando minha cabeça e molhando meus lábios.

-Como vai ser daqui a pra frente?-pergunto.

-Eu também não sei, estou pensando em entrar com o pedido da sua guarda, ela já te machucou muito, não quero ter que te deixar perto dela sozinha novamente.-Ele diz passando seu braço em volta de mim.

-Por enquanto vamos deixar as coisas do jeito que estão pode ser ?-pergunto e ele me olha confuso.

-Eu tenho medo dela querer me afastar de você novamente, sei lá querer me levar para longe só para te ver mal.-digo.

-Eu não duvido, ela me odeia.-Ele me diz frustrado. 

-O que você fez esse tempo todo ?  Digo, desde que vocês terminaram.  Você se relacionou novamente com alguém.-pergunto.

-Não,  eu sempre amei sua mãe e infelizmente ainda amo.-ele diz e percebo sua frustração.

-Ela não merece o seu amor, pai. -digo e ele concorda.

-Quem quer café? -Emma pergunta aparecendo com uma garrafa, Bruno as gêmeas e meu tio aparecem com copos em suas mãos.

-Cafe da tarde em família. -Meu pai brinca e eu rio. -Agora que todos sabem que sou pai da Manu, eu tenho o direito de fazer a seguinte pergunta ao senhor. -Ele diz e olha desafiador para o Bruno.

-Qual tuas intenções com a minha filha?-Vejo Bruno ficar assustado e meu pai ri do seu medo.

-As melhores, senhor. -Bruno responde e suaviza sua expressão.

-Espero mesmo! Estou de olho em vocês. -meu pai brinca e todos rimos.

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