Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]

Capítulo 1

Lolla Guzman Soto
23 anos
Solteira
Nacionalidade Mexicana

Residente em Nova York, Brooklyn, à um ano. 
Visto de permanência no país, Estados Unidos, em ordem. Anexo 1.
Documentação completa em ordem. Ficha impecável perante as autoridades locais e conterrânea. Anexo 2.
Formada em Gestão de RH pela Universidad Nacional Autónoma de México, mas alega experiência de dois anos na área em questão. Anexo 3.
Concorda com a média salarial oferecida para estrangeiros conforme os termo da lei.
Perfil condizente com a empresa. Anexo 4 e 5.
Fluente na língua inglesa, alemã, francesa e espanhola. Adepta à taquigrafia. Anexo 6.
Anexado os demais documentos pertinentes ao interesse da empresa.

- Esse assunto não deveria ser tratado por mim, tenho coisas mais importantes a fazer.

- Você tem razão. Mas estamos procurando neste momento quem deveria cuidar disso.

Descartei o papel junto à pilha de outros. - Isso chega a ser inconcebível. Mande alguém cuidar disso, estão me esperando. - Contornei a mesa, indo em direção às portas de vidro opaco.

- Só me dê um prazo razoável. Não é produtivo trabalhar sob pressão - acusou-me descaradamente.

- É para isso que pago o seu salário, Woolner.

Escutei-o resmungar algo inaudível.

Cumprimentei cada membro da equipe Coonor&Lawrence. Observei atentamente o diretor da empresa. Um asiático de olhos atentos e um bom faro para os negócios. 

Me acomodei em uma das cadeiras de couro. - Gostaria de ver a apresentação para começar. 

Ogawa endireitou-se na cadeira. - Temos algo bem atrativo. Hanni, abra na apresentação número quatro, querida. Trabalhamos nisso por quase uma semana.

- Foi me passado a proposta feita do evento de gala, ao qual fundiríamos com um desfile sendo a atração principal.

- Pareceu nos ser algo estupendo. Ocasião de luxo, coquetéis e bufê de graça e uma chance de ter a foto publicada na coluna social, além de ter a oportunidade única de assistir à primeira edição de primavera. Isso atraí desde a classe média à alta sociedade.

O homem era realmente esperto.

A mulher baixinha e curvilínea de terninho vinho, me passou um documento. - Achei que iria apreciar ter todos os detalhes por escrito, facilitam as coisas. - A mão dela demorou-se um tempo desnecessário sobre a minha. 

Fiz um breve gesto. - Funcionalidade é sempre bom, obrigado.

- Quando quiser - especulou.

Se eu não valorizasse como aspecto principal o comprometimento e a ética profissional no ambiente de trabalho, poderia até retribuir seu flerte. Afinal, era uma mulher bonita.
 
Se eu fosse estar livre à noite, talvez depois poderíamos nos divertir um pouco. Cogitei a ideia.

A reunião foi bem mais rápida do que imaginei que seria. Era bom fazer negócios com pessoas de mentes resolvidas e que sabiam o que queriam.

- Oi, com licença. - A mulher plantou-se ao meu lado quando a reunião terminou. - Queria me apresentar, meu nome é Keila Scroot. - Ela sorriu sugestivamente. - E acho que não tenho necessidade de perguntar o seu.

Fechei o paletó e apertei a mão que ela estendeu. - Prazer, Keila. 

- Só queria lhe dar isso. - Ofereceu um cartão com número. - Vou estar na cidade até o final de semana, talvez possamos...