Empurrei a porta de vidro da entrada do estúdio.
O local era colorido e amplo. As fitas de LED coloridas embutidas nos recortes do gesso, deixavam o ambiente ainda mais animado.
Passei pelo corredor admirando os desenhos de lindas roupas emoldurados e distribuídos pela extensão da parede texturizada.
Bati com o dedo na superfície da meia parede de vidro.
Lily levantou os olhos dos papéis que tinha sobre a mesa. A boca dela se moveu sem emitir som para meus ouvidos.
O isolamento do vidro impedia que eu ouvisse os sons do lado de dentro.
Dei a volta até a porta para entrar.Vários manequins com roupas alfinetadas, estavam em um dos cantos do local.
Lily se levantou da cadeira. - Veio me fazer uma visita?
Passei a mão na saia volumosa de um vestido de noiva cor de pérola. Minúsculas pérolas se encrustavam na renda delicada do corpete com decote do tipo coração. A barra da saia brilhava com algum tipo de tecido cintilante. Era maravilhoso.
- Sempre achei isso muito lindo. - Apontei para as mangas compridas de tecido transparente e com renda por cima.
Lily tocou nas rendas. - Esse efeito fica mesmo muito bonito. É como se o tecido fosse inexistente, causando a ilusão de que a renda está sobre a pele nua.
- Essa noiva tem muita sorte.
- Não tem dona. É um modelo novo que criei. - Sentou em cima de uma das mesas de madeira. - Você não respondeu a minha pergunta.
- Vim pedir um favor. - Tirei de dentro da bolsa um envelope. - Preciso que entregue isso a Jhon. São alguns dos documentos que foram enviados pra mim sobre a filial. Já estão assinados.
Lily segurou o papel. - Não quer ir almoçar conosco hoje? Vamos em um restaurante aqui perto.- Almocei mais cedo hoje. Vou ver um cliente quando sair daqui.
Ela passou a mão na trança avermelhada sobre o ombro. - Então fica pra próxima.
Digitei no GPS do carro o endereço do apartamento, onde o Sr. Mont'Treenor havia definido para nós nos encontrarmos e passado para Nicolai.
Ainda era um pouco estranho chamá-lo pelo primeiro nome, mas se ele havia insistido, teria que me acostumar.
Para mim, fazer a primeira consulta já no local onde seria realizado o trabalho, era sempre melhor e poupava mais tempo.
A rota foi mostrada no painel. Levaria uma hora até lá.
Eram meio dia e vinte, então chegaria com dez minutos de antecedência.Coloquei uma música para quebrar o silêncio.
O trânsito não era um dos melhores. O sol estava a pino, e mesmo com o ar ligado na temperatura mais baixa, o ambiente ainda estava um pouco quente.
O tempo estimado mudou para uma hora e dez minutos.
Agora não tinha mais nenhum minuto de sobra.Estacionei o carro de frente a um prédio de no máximo trinta andares. A faixada era espelhada com um material azul, reluzente pelos raios de sol.
A estrada era de tráfego mais reduzido e com grandes árvores que sacudiam a cima nos dois lados das calçadas. Haviam outros prédios mais adiante.
O lugar era maravilhoso. Dava até para ouvir os cantos de alguns pássaros.Conferi o andar e o número do apartamento no celular antes de entrar no prédio.
Os seguranças e a recepção já tinham sidos alertados da minha chegada, então subi sem complicações.
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Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]
Roman d'amourO ser humano é mutável e subjetivo. Mas até que ponto as transformações são capazes de nos fazer deixar de ser quem nós fomos? Nada mais é igual. O tempo passou e trouxe consigo muitas mudanças. O medo maior, agora não são mais as lembranças, mas si...