Capítulo 23

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Empurrei a porta de vidro da entrada do estúdio.

O local era colorido e amplo. As fitas de LED coloridas embutidas nos recortes do gesso, deixavam o ambiente ainda mais animado.

Passei pelo corredor admirando os desenhos de lindas roupas emoldurados e distribuídos pela extensão da parede texturizada.

Bati com o dedo na superfície da meia parede de vidro.

Lily levantou os olhos dos papéis que tinha sobre a mesa. A boca dela se moveu sem emitir som para meus ouvidos.
O isolamento do vidro impedia que eu ouvisse os sons do lado de dentro.
 
Dei a volta até a porta para entrar.

Vários manequins com roupas alfinetadas, estavam em um dos cantos do local.

Lily se levantou da cadeira. - Veio me fazer uma visita?

Passei a mão na saia volumosa de um vestido de noiva cor de pérola. Minúsculas pérolas se encrustavam na renda delicada do corpete com decote do tipo coração. A barra da saia brilhava com algum tipo de tecido cintilante. Era maravilhoso.

- Sempre achei isso muito lindo. - Apontei para as mangas compridas de tecido transparente e com renda por cima.

Lily tocou nas rendas. - Esse efeito fica mesmo muito bonito. É como se o tecido fosse inexistente, causando a ilusão de que a renda está sobre a pele nua.

- Essa noiva tem muita sorte.

- Não tem dona. É um modelo novo que criei. - Sentou em cima de uma das mesas de madeira. - Você não respondeu a minha pergunta.

- Vim pedir um favor. - Tirei de dentro da bolsa um envelope. - Preciso que entregue isso a Jhon. São alguns dos documentos que foram enviados pra mim sobre a filial. Já estão assinados.
 
Lily segurou o papel. - Não quer ir almoçar conosco hoje? Vamos em um restaurante aqui perto.

- Almocei mais cedo hoje. Vou ver um cliente quando sair daqui.

Ela passou a mão na trança avermelhada sobre o ombro. - Então fica pra próxima. 

Digitei no GPS do carro o endereço do apartamento, onde o Sr. Mont'Treenor havia definido para nós nos encontrarmos e passado para Nicolai.

Ainda era um pouco estranho chamá-lo pelo primeiro nome, mas se ele havia insistido, teria que me acostumar.

Para mim, fazer a primeira consulta já no local onde seria realizado o trabalho, era sempre melhor e poupava mais tempo. 

A rota foi mostrada no painel. Levaria uma hora até lá.
Eram meio dia e vinte, então chegaria com dez minutos de antecedência. 

Coloquei uma música para quebrar o silêncio.  

O trânsito não era um dos melhores. O sol estava a pino, e mesmo com o ar ligado na temperatura mais baixa, o ambiente ainda estava um pouco quente.

O tempo estimado mudou para uma hora e dez minutos. 
Agora não tinha mais nenhum minuto de sobra.

Estacionei o carro de frente a um prédio de no máximo trinta andares. A faixada era espelhada com um material azul, reluzente pelos raios de sol.

A estrada era de tráfego mais reduzido e com grandes árvores que sacudiam a cima nos dois lados das calçadas. Haviam outros prédios mais adiante.
O lugar era maravilhoso. Dava até para ouvir os cantos de alguns pássaros.

Conferi o andar e o número do apartamento no celular antes de entrar no prédio. 

Os seguranças e a recepção já tinham sidos alertados da minha chegada, então subi sem complicações. 

Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora