Capítulo 24

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O movimento rápido fez minha cabeça girar. - Christopher, o que você está fazendo? Me coloque no chão! - gritei de cabeça para baixo.

Levantei o que pude da cabeça. Ele entrou em um corredor longo e largo.

Bati as mãos nas costas dele. - Pare de agir como um homem das cavernas e me ponha no chão. 

Christopher se virou e consegui ouvir uma porta se fechando. Enxerguei por entre os cabelos sobre o meu rosto uma sala com dois sofás, uma cadeira e uma mesa com alguma coisa em cima. 

Ele não iria mesmo me amarrar, não é? Por Deus! 

Vi o chão voltar a se mexer à medida que ele andava. 
Meu corpo foi deslizado do seu ombro.
Ele me jogou sentada sobre um sofá. 

Afastei meus cabelos bagunçados para trás. 

Christopher se virou de costas para mim e abriu as cortinas da janela.

- O que você está fazendo, Christopher?

Ele me olhou de lado sem muita importância. Ainda estava aborrecido.

Puxei a barra do vestido embolado no alto das minhas coxas para baixo.

Ele cruzou os braços e se encostou contra a mesa à minha frente. - Está mais calma? Ou ainda pretende continuar me mordendo como um animal?

Juntei as mãos no colo e neguei com a cabeça. 

Sabia que tinha sido derrotada, e aceitar as circunstâncias era o melhor para mim. 
Não havia chances de sair dali sem antes ele deixar.

Ele moveu a cabeça satisfeito. - Gosto de você obediente. - sua mão foi até um dos objetos em cima da mesa. Ele segurou uma caixa idêntica a que eu tinha dado a ele. - Temos algo pendente, meu anjo.

Um nó se formou em meu peito ao ouvir aquelas palavras saírem da boca dele novamente.

- Não me chame assim - falei baixo.

- Você reconhece isso? - Indicou a caixa parda em sua mão. 

- Eu não quero falar sobre isso. Isso é algum tipo de jogo no qual o objetivo é me fazer passar como estúpida? Não quero isso, Christopher. Não quero ouvir nada sobre...

- Essa não é a caixa que você me deu. Embora ela também esteja aqui. - Ele me olhou com uma expressão rígida. - Mel, quero que você me ouça com completa atenção. O que vou falar é de interesse mútuo. 

Desviei os olhos dos dele. Repuxei o lábio inferior, enquanto assimilava a conjuntura. 

- Posso contar com sua cooperação, Mel? 

Embora a voz dele fosse austera, era um pedido e não uma exigência. 

Sacudi a cabeça.

Na verdade, tudo aquilo começava a me assustar. 
A minha postura agora era tensa.

Christopher recolocou a caixa sobre a mesa. Ele suspirou e cruzou os braços novamente. - É tanta coisa que nem sei por onde devo começar. Não quero assustá-la, mas não vejo outro modo diferente do que ir ao ponto. 

De qualquer modo, eu já estava. 
Comecei a coçar a extensão do meu pescoço. Christopher acompanhou com o olhar o meu ato.

- Você acredita que eu a traía. - Ele levantou dois dedos, quando abri a boca. - Vou pedir que não me interrompa. - Retomou a posição. - Acredita que eu tive um caso com Katherine, com Claire e com outras mais. Você tinha muitas inseguranças e temores, Mel. Um grande complexo de inferioridade que não deixava você ver o quão maravilhosa era. Todos esses sentimentos e medos se intensificaram ao ver aquelas fotos. - Ele franziu as sobrancelhas. - São bem convincentes, concordo, mas o que você me diria se eu dissesse que todas elas não passam de uma fraude?

Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora