O movimento rápido fez minha cabeça girar. - Christopher, o que você está fazendo? Me coloque no chão! - gritei de cabeça para baixo.
Levantei o que pude da cabeça. Ele entrou em um corredor longo e largo.
Bati as mãos nas costas dele. - Pare de agir como um homem das cavernas e me ponha no chão.
Christopher se virou e consegui ouvir uma porta se fechando. Enxerguei por entre os cabelos sobre o meu rosto uma sala com dois sofás, uma cadeira e uma mesa com alguma coisa em cima.
Ele não iria mesmo me amarrar, não é? Por Deus!
Vi o chão voltar a se mexer à medida que ele andava.
Meu corpo foi deslizado do seu ombro.
Ele me jogou sentada sobre um sofá.Afastei meus cabelos bagunçados para trás.
Christopher se virou de costas para mim e abriu as cortinas da janela.
- O que você está fazendo, Christopher?
Ele me olhou de lado sem muita importância. Ainda estava aborrecido.
Puxei a barra do vestido embolado no alto das minhas coxas para baixo.
Ele cruzou os braços e se encostou contra a mesa à minha frente. - Está mais calma? Ou ainda pretende continuar me mordendo como um animal?
Juntei as mãos no colo e neguei com a cabeça.
Sabia que tinha sido derrotada, e aceitar as circunstâncias era o melhor para mim.
Não havia chances de sair dali sem antes ele deixar.Ele moveu a cabeça satisfeito. - Gosto de você obediente. - sua mão foi até um dos objetos em cima da mesa. Ele segurou uma caixa idêntica a que eu tinha dado a ele. - Temos algo pendente, meu anjo.
Um nó se formou em meu peito ao ouvir aquelas palavras saírem da boca dele novamente.
- Não me chame assim - falei baixo.
- Você reconhece isso? - Indicou a caixa parda em sua mão.
- Eu não quero falar sobre isso. Isso é algum tipo de jogo no qual o objetivo é me fazer passar como estúpida? Não quero isso, Christopher. Não quero ouvir nada sobre...
- Essa não é a caixa que você me deu. Embora ela também esteja aqui. - Ele me olhou com uma expressão rígida. - Mel, quero que você me ouça com completa atenção. O que vou falar é de interesse mútuo.
Desviei os olhos dos dele. Repuxei o lábio inferior, enquanto assimilava a conjuntura.
- Posso contar com sua cooperação, Mel?
Embora a voz dele fosse austera, era um pedido e não uma exigência.
Sacudi a cabeça.
Na verdade, tudo aquilo começava a me assustar.
A minha postura agora era tensa.Christopher recolocou a caixa sobre a mesa. Ele suspirou e cruzou os braços novamente. - É tanta coisa que nem sei por onde devo começar. Não quero assustá-la, mas não vejo outro modo diferente do que ir ao ponto.
De qualquer modo, eu já estava.
Comecei a coçar a extensão do meu pescoço. Christopher acompanhou com o olhar o meu ato.- Você acredita que eu a traía. - Ele levantou dois dedos, quando abri a boca. - Vou pedir que não me interrompa. - Retomou a posição. - Acredita que eu tive um caso com Katherine, com Claire e com outras mais. Você tinha muitas inseguranças e temores, Mel. Um grande complexo de inferioridade que não deixava você ver o quão maravilhosa era. Todos esses sentimentos e medos se intensificaram ao ver aquelas fotos. - Ele franziu as sobrancelhas. - São bem convincentes, concordo, mas o que você me diria se eu dissesse que todas elas não passam de uma fraude?
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Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]
RomanceO ser humano é mutável e subjetivo. Mas até que ponto as transformações são capazes de nos fazer deixar de ser quem nós fomos? Nada mais é igual. O tempo passou e trouxe consigo muitas mudanças. O medo maior, agora não são mais as lembranças, mas si...