Capítulo 67

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O frio era cortante e a noite estava escura, sem luar. Agradeci por, no trecho em que eu estava, as ruas estarem bem iluminadas. 
Já tinha saído das ruas principais de Manhattan, então poderia dirigir com uma maior velocidade, já que o tráfego por ali era bem menor, mas mantive os cinquenta quilômetros por hora. As pistas estavam congeladas. Uma derrapagem era algo bem incontestável devido ao cenário. 

A música gritante que saia do sistema de som do carro, me aborrecia. Mas eu não desliguei, porque eu queria está irritada. Era uma noite horrível, eu tinha todo direito.

Havia me estendido mais do que eu esperava pelas ruas. Ao menos tinha tudo o que planejara comprar no porta-malas.
Oito e cinco era uma boa hora, concluí ao entrar na rua de casa.
Ao me aproximar do prédio, no entanto, meu instinto foi ficar em alerta. Christopher, Gavin e outro homem, que eu não reconhecia, estavam parados na calçada de frente a entrada do prédio. Aquilo não era um bom sinal.

Segurei firme o volante com as duas mãos para encostar o carro sem deslizar. Me atrapalhei com o cinto antes de tirá-lo, e pulei pra fora do carro. Me apoiei na porta aberta e olhei para eles.

Christopher segurava uma caixa preta. O terceiro integrante, cuja a identidade eu não sabia, era um homem de meia idade, talvez uns cinquenta. Ele estava vestido socialmente com roupas pretas, diferente de Christopher e Gavin. E os três sorriam. Não, os três riam. Dava pra ouvir a risada deles, mesmo com uma distância de dois carros entre mim e eles.

Um Bentley preto estacionou atrás do meu carro. Heinz saiu dele e moveu a cabeça ao me ver parada ali.

Fechei a porta do Mercedes, causando um barulho com a batida. 
Três pares de olhos se viraram para mim. 
Gavin disse alguma coisa baixinho a Christopher, que respondeu arqueando as sobrancelhas. 
O que eles estariam fazendo reunidos ali?

Andei até eles com passos cautelosos sobre a calçada congelada, mas não ajudou muito. Quando estava perto deles, minha bota simplesmente deslizou pelo gelo, me fazendo cair de bunda no chão.
Ótimo, Mel! Bom modo de chegar. 

Uma mão atrás de mim, segurou meu braço e me pôs de pé com facilidade. - Tudo certo? - Heinz perguntou.

Droga, minha bunda estava doendo!

Christopher veio até mim. - Você se machucou? - Perguntou, segurando o meu braço que Heinz soltou.

- Estou bem. - Limpei minha calça e ergui a cabeça, provavelmente com as bochechas coradas. - Acho... Você está rindo? 

Christopher pigarreou, tentando disfarçar a risada, mas o movimento do seu peito o denunciou. - Tenha cuidado. Está tudo congelado.

- É, já percebi - falei rabugenta.

- Essas botas não eram antiderrapante? - Nos aproximou dos outros dois homens.

- Achei que fossem até segundos atrás.  

O homem mais velho me olhou com ar divertido, mas não ousou fazer nenhum comentário engraçado. Mas Gavin o fez por ele:

- Acredito que a senhorita já tenha sido expulsa da equipe de patinação alguma vez na vida. - Abriu um sorriso pra mim.

Christopher olhou feio pra ele. - Ora, pare com isso, está deixando-a constrangida - disse, mas eu consegui vê-lo disfarçando o sorriso. Estendeu a caixa preta para o outro homem. - Vou passar lá amanhã cedo, assim, deixamos tudo acertado.

O homem pegou a caixa. - Deixarei a outra com Heinz - indicou o homem que tinha se juntado ao grupo. Enfiou a caixa no banco traseiro do Bugatti estacionado ali.

Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora