Capítulo 34

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- Foi um golpe desonesto, eu estava com a guarda baixa. 

- Aceite a derrota, Marsh.

Ele segurou a mão que estendi. - Quero um terceiro round. 

Apertei o velcro da bandagem em minhas mãos. Apontei para o meu rosto. - Tente me acertar.

Johnson, o instrutor de MMA, ergueu o cronômetro. - Mais três minutos para vocês. Está valendo! Lutem como homens de verdade, porra.

Comprimi as articulações dos meus dedos. - Não me faça perder mais tempo. - Fiquei em posição de ataque.

Marsh veio por baixo. Fui mais rápido e desviei de sua tentativa de imobilização, acertando um golpe em sua costela.

- Vamos Cross, isso é o melhor que consegue fazer?! - Johnson gritava.

Depois de várias tentativas falhas de me nocautear, Marsh acertou seu punho em meu queixo. 

Movi com a mão minha mandíbula atingida. - Pedi que me atingisse e não que me acariciasse. Me acerte com força, porra! 

Desviei o rosto do seu golpe seguinte e o peguei pelo estômago. 

Ele se contorceu. 

Fechei o punho e bati por baixo de seu queixo, o fazendo cair no chão. 

- Já chega, Cross. - Johnson encerrou a luta com uma batida. - Próxima disputa com o Coonor, Marsh. Você precisa melhorar os seus reflexos.

- Cacete! Você me acertou de jeito, porra.

Estendi minha mão novamente para ajudá-lo a levantar. - Você foi bem, cara.

Marsh massageou o local. - Vai passar agora para o Krav maga? 

Passei o braço em minha testa. O suor escorria em meu peito descoberto. - Estou encerrando por aqui. - Bati no ombro dele. - Boa sorte com o Coonor.

Logo que saí do banho o som do interfone chegou aos meus ouvidos através do sistema de som.

Passei a toalha em meus cabelos e vesti uma calça. 

Gavin havia me dito que desejava falar comigo. Não poderia ser outra pessoa se não ele, imaginei.

Planejava beber algumas doses e passar a metade da noite esgotando minhas energias com exercícios, depois que atendesse o homem. 

Os exércitos e as sessões de lutas corporais eram uns dos passatempos que vinham contribuindo para preencher minha mente. Por isso tinha mandado aproveitarem o espaço que eu tinha sobrando no andar de baixo e transformarem em uma academia com equipamentos de peso. E hoje eu estava necessitando de alguma distração.
 
Estava decepcionado por não ter recebido nenhuma tentativa de comunicação por parte de Mel durante todo o dia.

Cheguei a controlar a vontade de tomar a frente e procurá-la, mas isso iria contra a minha promessa. 

Quando se trata de algo onde os sentimentos estão envolvidos, a irracionalidade se impõe. 

Poderíamos estar junto nesse momento, aproveitando a companhia de um ao outro, mas ao invés disso, estávamos longe, separados por escolha dela.
Não me ocorria ideias do que eu poderia ainda fazer para convencê-la da veracidade das minhas palavras.

Seus temores eram compreensíveis, no entanto, a sua insegurança me desagradava.

Desci a escada para atender o interfone.

Apertei o botão do aparelho. - Sim?

- Sr. Cross, a Srta. Bottesini gostaria de falar com você. Devo deixá-la subir?

Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora