Capítulo 50

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Apoiei um pé descalço na beirada do colchão macio e espesso da cama ainda nua, sem edredons, e me impulsionei para cima. 
Segurei em uma das extremidades da cabeceira acolchoada e puxei a camada de plástico que a cobria.
Aproveitei e olhei ao redor do quarto, que mais se parecia com uma sala em relação ao tamanho da área. Era realmente amplo.

Pus as mãos na cintura e sorri satisfeita com o resultado e orgulhosa por ter conseguido terminar todo o projeto do imóvel em um prazo curto de um mês um meio.

- Belo trabalho, garota. 

Olhei para o lado sorrindo. - O que achou da sala e da cozinha? - Pulei da cama para o chão. 

- Pondo em consideração que não sei metade dos nomes técnicos de todos aqueles materiais usados, parece que você conseguiu transformar simples cômodos em obras de arte. - Olhou ao redor do quarto e assentiu.

- Isso acontece quando o cliente não põe limites nos recursos. Você não imagina o que dá para fazer com o dinheiro dos outros. 

Ele entortou os lábios em um meio sorriso e ergueu uma sobrancelha.

Fui até ele e puxei sua mão, o levando em direção ao banheiro. - Espero que goste de porcelana e mármore italiano. 

- Futilidades italianas são sempre bem-vindas. 

Entramos no espaçoso banheiro da suíte decorado com peças exportadas.
Uma grande e redonda banheira de hidromassagem com luzes azuis de LED, decorava o centro do ambiente. Sua visão majestosa me fez ter vontade de arrancar minhas roupas e dormir lá dentro com a água morna me abraçando. 

Passei a mão sobre o mármore branco da bancada lavatório. - Eu realmente gosto das suas futilidades italianas que lhe custaram algumas centenas de milhares.

Do modo como eu falava, parecia que eu é que tinha abusado da conta bancária dele, mas na verdade ele tinha colocado à minha disposição um cheque estupidamente alto para os custos do projeto. Foram tantos dígitos que não me restou outra opção senão pedir que ele diminuísse pelo menos uns três números da direita. Obviamente, ele dispensou meus protestos com um aceno de mão, como alguém dispensa o troco do cachorro-quente.

Christopher fez uma avaliação no local, dando passos vagarosos. Por fim, assentiu novamente. - Muito bom. - parou ao lado da banheira, no degrau de baixo. - O que me desagrada é que haverá muito espaço entre nós dentro dessa banheira. 

Me aproximei dele e sentei na borda de mármore que a rodeava. - Isso é um convite para estrear com você sua nova banheira de hidromassagem? Sem dúvidas aceito.

Ele negou. - Você não precisa de convite. Tudo o que é meu, pertence igualmente a você. Desfrute como quiser dos nossos supérfluos italianos, meu anjo.

Aquilo me emocionou. 
A palavra nosso soava bastante íntimo e maravilhosamente bem. 
Nunca tinha pensado seriamente nessa palavra para descrever algo dos dois.

Eu ia pular em cima dele e me enganchar em seu pescoço para beijá-lo, mas ele se virou e se afastou antes dos meus pensamentos virarem atos.

- Agora me mostre o que você fez no escritório. 

Olhei para cima. 

Ele estava me olhando através do espelho que cobria toda a parede de frente à bancada, e com certeza tinha pego meu olhar em sua maravilhosa bunda masculina moldada pelo jeans escuro.

Puxei para baixo a barra desfiada do meu short quando levantei.

"Isso parece uma calcinha." Foi o comentário dele quando me viu com ele. E o motivo era que ele estava acostumado a me ver sair de casa, na maioria das vezes, de vestido, saia ou calça jeans.
Mas aquela manhã de sábado estava quente demais e o short era a melhor opção. 

Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora