- Posso fazer algo por você? - Christopher passou a mão em meu cabelo.
Tombei a cabeça para trás e entortei a boca em um meio sorriso. - Por acaso você teria por aí algum remédio contra cólica.
Se eu não tomasse algum logo, voltaria a vomitar em pouco tempo. Quase sempre era assim, para não dizer todo mês. As cólicas eram intensas demais.
Ele abriu um sorriso como se eu tivesse acabado de dizer algo engraçado. - Lembro bem disso. - Ficou de pé e estendeu o braço para me erguer. - Não tenho nenhum. Mas vou levar você agora para o seu apartamento, já que está sem o carro.
Fui até a pia e lavei a boca com água. Isso era horrível.
Me virei e fechei a tampa do vaso para sentar. - Obrigada. Eu deveria ter me atentado aos sinais logo. Minha menstruação deve vir ainda hoje.
Christopher se encostou na pia de mármore. Estava apenas com uma cueca boxer. - Quer que eu dê banho em você antes de irmos?
- A dor aliviou um pouco agora que vomitei. Posso tomar banho sozinha, não estou tão mal assim, mas se pediu, prefiro que você faça isso por mim.
Tudo que eu precisava nesse momento para me sentir melhor era das mãos de Christopher ensaboando o meu corpo.
Sua boca se curvou para o lado.
Eu amava aquele sorriso dele.
Uma nova sombra de barba já começava a despontar sobre seu maxilar. Também amava isso.
As mechas curtas e desalinhadas de seu cabelo liso escuro brigaram entre si por um lugar em sua testa quando ele moveu a cabeça.Eu sabia que dali a algumas horas aquele mesmo cabelo desgrenhado sensualmente estaria perfeitamente alinhado e puxado para trás de forma sexy. Mas também sabia que isso não duraria muito tempo. O cabelo dele mudaria de penteado para uma nova bagunça atrativa ao decorrer das vezes que ele iria passar os dedos entre os fios.
Ele fazia isso quando estava irritado, nervoso ou concentrado.
Isso era mais um detalhe que entrava para a lista de coisas que eu amava nele.- Sabe o que isso quer dizer, não é? - Perguntei olhando para as costas largas e musculosas dele.
Christopher se virou com uma toalha recém tirada do armário em sua mão.
A toalha foi deixada em cima da bancada da pia. Ele cruzou os braços. - Sabe que isso não me incomoda.
Assenti. - Mas você sabe que a mim sim.
- Quantos dias?
- Cinco ou seis.
Ele veio até mim. - Seis dias sem sexo. - Segurou meus braços, me erguendo até seu corpo. - Terei que aguentar.
Cruzei as pernas em torno do corpo dele. Apoiei meu queixo em seu ombro. - Teremos.
*
Diferente da Sede em San Diego que era um imóvel unitário, a filial da empresa Winston ocupava o quinto andar de um edifício de trinta pavimentos.
A Sede tinha três andares e a magnitude do tamanho da área era bem mais superior do que aquela.Como Evie prevera, Jhon havia ficado contente e ao mesmo tempo surpreso quando me viu chegar através das paredes de vidro do seu escritório. Me senti um pouco culpada por isso.
Jhon fez questão de me conduzir por um tour pelas dependências da empresa que eu ainda não conhecia e me apresentar aos novos funcionários contratados. Algo que durou uns quarenta e cinco minutos.
Depositei duas colheres de açúcar dentro da minha xícara de café que tínhamos pego na cafeteria do prédio.
Coloquei uma no café de Jhon antes de empurrá-la em sua direção.
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Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]
RomanceO ser humano é mutável e subjetivo. Mas até que ponto as transformações são capazes de nos fazer deixar de ser quem nós fomos? Nada mais é igual. O tempo passou e trouxe consigo muitas mudanças. O medo maior, agora não são mais as lembranças, mas si...