O homem ficou na minha frente impedindo minha saída. Seu sorriso era largo em seu rosto simpático.
Ele estendeu a mão para mim. - Me chamo Marlow Huderman, Mel.
Apertei a mão dele com a testa franzida. - Devo me preocupar por você saber o meu nome?
- De maneira nenhuma. Ouvi suas amigas a chamarem assim quando passei por perto de sua mesa. - Indicou o banco de onde eu tinha levantado a pouco. - Estaria sendo inconveniente se pedisse para sentar com você, Mel?
Bem, como Evie disse, não havia mal em uma conversa qualquer, mas eu preferia não tê-la. Está ali induzida já era o bastante. Mas eu não seria indelicada ao ponto de negar.
- Acho que não há problemas, de qualquer forma, fui deixada sozinha.
Ele sentou no banco que antes era ocupado por Evie e eu sentei no meu lugar.
Marlow apoiou os cotovelos sobre a mesa e uniu as mãos embaixo do queixo com cavanhaque.
Foi só até então que notei sua tatuagem no braço direito exposta pela manga curta da camisa azul. Um lobo, talvez, com uma frase escrita em aramaico, cuja a tradução eu não fazia ideia.- Vi quando você chegou com aquela ruiva e foi impossível não notar sua beleza. Fez valer a pena minha vinda a este lugar.
Não enrubesci como possivelmente acontecia quando era elogiada daquele modo.
Inclinei brevemente a cabeça para o lado. Deixei meus braços sobre a mesa e cruzei as pernas. - Talvez eu tenha que decepcioná-lo.
Ele não se abalou com a minha rebatida, pelo contrário, seu sorriso se alargou ainda mais.
Tinha que admitir que o sorriso era cativante e o dono dele era bem bonito, mas minha admiração se limitava a isso.Com o canto do olho percebi um corpo grande se distinguindo dos outros.
Olhei para o lado e vi Heinz caminhar entre algumas pessoas. Os passos eram vagarosos, mas firmes. Seus olhos atentos e seus movimentos calculados eram o que o diferenciava dos demais. Além, também, do seu porte robusto.
A beleza severa dele combinava com sua expressão sempre concentrada e austera.
Sua vestimenta era uma calça jeans e uma jaqueta preta por cima de uma camisa verde musgo. Não muito diferente às das outras pessoas dali.Ele me olhou de relance por um curto instante e para meu companheiro de mesa quando passou ao nosso lado.
Acompanhei ele com o olhos e o vi se juntar à algumas pessoas no bar e sinalizar pedindo uma bebida.
- Provou o drink? - Marlow apontou para o copo esvaziado.
- Não tomo bebidas oferecidas por desconhecidos. Sabe bem como é, desculpe.
- Pelo menos você é sincera. Será que continuaria sendo se eu fizesse uma outra pergunta um pouco mais pessoal?
Despejei um pouco da Vodka no meu copo e ergui a garrafa na direção dele. Ele aceitou. - Depende de qual nível de pessoalidade estamos falando.
Marlow passou a mão ao lado de sua cabeça, na parte em que o cabelo era cortado mais baixo que a de cima. - Você é uma mulher comprometida de alguma forma com alguém ou está solteira?
Minha resposta foi categórica: - Não estou solteira.
- É uma pena. Realmente é uma pena para mim. - Tomou dois goles da Vodka. - Então, para você, isso representaria algum impedimento para uma diversão esta noite?
- Certamente é.
- Minhas chances são zero? Ou apenas poucas? Desculpe, mais você é uma mulher muito atraente para eu não insistir.
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Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]
RomanceO ser humano é mutável e subjetivo. Mas até que ponto as transformações são capazes de nos fazer deixar de ser quem nós fomos? Nada mais é igual. O tempo passou e trouxe consigo muitas mudanças. O medo maior, agora não são mais as lembranças, mas si...