Saí do banho com a pele ainda rosada por conta da água quente. Liguei o secador na tomada e comecei a secar os fios de cabelos.
Meus planos para o domingo não incluía ir a nenhum desfile, festa, ou seja lá o que era. Ainda não tinha me regularizado devidamente a mudança de fuso horário. O apartamento ainda estava em fase de reorganização. Tinha muitas outras coisas para estar fazendo naquele momento.
Olhei meu reflexo no espelho. O meu cabelo estava completamente liso, como era o natural. Procurei o babyliss, movendo apenas os olhos pelo quarto, para deixá-lo ondulado como vinha usando nos últimos tempos.
Suspirei e me vi caminhando para a cama. Me joguei sobre ela e fechei os olhos.- O que você está fazendo aí deitada? Não acredito que você ainda está só de calcinha e sutiã. Achei que quando chegasse você já estaria pronta! - Abri um olho e vi Evie entrando no closet. - Já escolheu seu vestido, não é?
Sentei na cama, tirando o cabelo do rosto. - Está aí no cabide separado.
Evie reapareceu com o vestido longo vermelho. Era sem alças e de costas nuas. O corpete era todo em renda delicada, que ficava justo ao corpo. A saia longa esvoaçante do vestido era de um tecido vermelho transparente também coberto por renda. Por baixo tinha um mini forro de seda vermelho, que chegava até um pouco acima do meio das coxas, feito propositalmente para aparecer através da saia longa semi-transparente. Além disso também tinha uma abertura que iniciava da cintura até a barra. O vestido deixava as pernas expostas de um jeito discreto e sensual.
- Mel! Esse vestido é divino! Você vai ficar maravilhosamente sexy e elegante com ele. Você comprou na Alemanha? Preciso fazer umas compras por lá também!
- Você está poderosa, Evie.
Evie usava um vestido longo prata. As duas delicadas alças de seda pendiam sobre seus ombros. A barra do vestido era coberta por minúsculas pedras brilhantes. O colar e os brincos de esmeraldas eram um complemento perfeito. Seu cabelo escuro balançava solto em torno do pescoço.
Ela fez um breve desfile. - Pronta para roubar o emprego das modelos. E você também vai ficar quando cuidarmos da maquiagem, do seu cabelo e da sua roupa. Levante a bunda daí e venha se vestir.
Lily entrou logo em seguida usando um vestido curto de cetim preto com uma calda atrás, que ela mesma desenhou.
Preferi deixar meu cabelo solto em ondas sobre as costas. Lily fez em mim uma maquiagem de sombra preta esfumada, que segundo ela, realçavam os meus olhos, finalizada com um batom vermelho.
Tinha que admitir que o resultado foi melhor do que o esperado.
Escolhi um conjunto delicado de pequenas pedras de diamantes e uma sandália de salto prata para completar.Fomos os quatros no mesmo carro. A entrada estava lotada de fotógrafos, e flashes piscavam incessantemente para as pessoas que passavam pelo tapete vermelho de entrada.
As luzes das câmeras, ofuscaram a minha visão, quando foram direcionadas para nós.
Evie sorria e acenava para algumas câmeras com o braço enganchado ao meu. Talvez ela realmente fosse fazer o que dissera.O local estava lotado, parecia que toda a Nova York estava ali dentro. As mulheres passeavam com vestidos elegantes e de braços dados a homens de smokings. Algumas ostentavam demasiadas joias.
Mais adiante, uma comprida passarela se estendia no centro, rodeada por fileiras de cadeiras. As luzes brilhavam em torno de todo o palco. Também haviam mesas em um lugar mais reservado. O bufê e o bar borbulhavam de homens e mulheres.Pelo o cronograma do folheto, que nos entregaram na entrada, o desfile só começaria às onze. Eram dez e nove.
Os outros me apresentavam à incontáveis pessoas.
O Jim fazia referência ao próprio nome. Era um homem que fugia um pouco do convencional. O cabelo dele era um pouco maior do que o de Evie, preso em um rabo de cavalo baixo, a armação do óculos de grau era grande demais para o rosto oval, que era coberto embaixo por uma barba cheia. Ele não era feio, mas não me parecia fazer o estilo de Evie. Mas qual era o estilo dela, afinal? Ela dizia que não tinha.
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Rosas Partidas |Livro 2| [Concluído]
RomanceO ser humano é mutável e subjetivo. Mas até que ponto as transformações são capazes de nos fazer deixar de ser quem nós fomos? Nada mais é igual. O tempo passou e trouxe consigo muitas mudanças. O medo maior, agora não são mais as lembranças, mas si...