31. Dose dupla

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Mark ficou parado por alguns instantes olhando para Mary sem saber o que dizer. Em sua mente passava apenas o prejuízos que teria como a produção de seus materiais novamente e no transtorno com a transportadora.

- Quem era? - perguntou ele sem pensar que isso de nada faria diferença.

- Era Victoria, uma das atendentes da Speed transportes. A van está nesse local, mas a carga foi levada - disse Mary estendendo o papel para Mark.

- Só me faltava essa! - disse Mark desabando no banco - Isso nunca aconteceu antes.

- Quer que eu informe aos clientes que estavam nesses pedidos?

- Sim, por favor. E eu quero falar com o pessoal da Speed também. Depois que avisar aos clientes, ligue para a transportadora e transfira no meu ramal.

- Ok! - respondeu Mary virando-se para o computador.

Mark saiu da recepção e entrou na porta que dava para o galpão de produção da gráfica. Sua mente trabalhava a mil por hora, imaginando o que alguém poderia querer com aqueles materiais. Eram somente papéis impressos que, se não servissem para o cliente, não serviria para mais ninguém. O destino alternativo para aquilo era somente a reciclagem e Mark achava está opção bem improvável.

Talvez a transportadora ainda não tivesse conferido a carga e seus materiais ainda estivessem lá, afinal, a van não levava só as entregas dele, mas a Speed não ligaria avisando do roubo se não tivesse certeza. Alarmar um cliente dessa forma era algo totalmente irresponsável.

Mark pegou o celular para mandar uma mensagem para Anne, mas nessa hora, o seu ramal tocou e ele colocou o celular no bolso novamente e atendeu a chamada.

- Mark - disse Mary ao telefone - é da Speed.

- Pode passar Mary.

***

Mark ficou por quase meia hora na ligação com a Speed. No fim das contas, a transportadora iria ressarcir o valor da nota fiscal e Mark ficaria apenas com o prejuízo da produção de novos materiais. Apesar de ser um prejuízo pequeno, teria o transtorno com os clientes, além de ter que remanejar toda a sua grade de produção para encaixar novamente os serviços perdidos.

Quando Mark fechou a gráfica, já eram quase sete e meia da noite. Parte dos problemas já estavam resolvidos e agora ele só teria que correr com todos os serviços para evitar algum atraso com os clientes.

Quando chegou em casa, jogou suas coisas sobre o sofá e foi direto para a cozinha. Estava tenso e faminto e qualquer coisa comestíveis seria um banquete naquela hora. Sua tensão melhorou quando se deparou com um bilhete de Anne sobre a mesa.

"Querido, tomei a liberdade de preparar algo para seu jantar. Está em duas panelas na geladeira. Espero que não se importe. Vou para casa depois do trabalho, pois tenho que fazer uma faxina lá. Me ligue mais tarde. Já estou com saudades. Te amo. Anne."

Mark leu o pequeno bilhete por três vezes, incapaz de conter o sorriso no rosto. Ele abriu a geladeira e viu que ela estava um pouco diferente do que o de costume e duas panelas pequenas estavam na prateleira mais alta. Pegou as duas, levou até o fogão e tirou as tampas. Em uma havia macarrão com molho de tomates, milho, ervilhas, azeitonas com uma folhinha de salsa por cima e salpicado de queijo ralado. Na outra havia um pedaço de lombo suíno que, certamente, havia sido assado e colocado na panela somente para ser aquecido.

Mark ligou o fogo para aquecer a comida, que em menos de um minuto começou a exalar um cheiro delicioso pela cozinha.
Após a refeição que ele praticamente devorou, agradecendo a cada segundo por Anne ter tido o trabalho de preparar, Mark foi para o banheiro e tomou um demorado banho quente.

Um inverno entre nós (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora