Os pais de Anne e a mãe de Mark, deixaram os dois sozinhos, entendendo que eles precisavam de uma dose de privacidade. Ele sentou-se na cama com a ajuda de Anne e pareceu respirar aliviado por não estar mais deitado.
Alguns minutos atrás, apesar de aquele ambiente não ser o mais propício, Mark se apresentou oficialmente ao pai de Anne, pedindo, como formalidade, para namorar com sua filha.
Eles acabaram rindo da situação mas o Sr. Baker, pai de Anne, fez questão de fazer Mark jurar cuidar da filha.
- Anne - começou Mark quando já estavam sozinhos - eu não queria tocar nesse assunto agora, mas eu não quero que você fique correndo perigo por aí.
Anne se contraiu um pouco na poltrona, sabendo onde aquela história iria parar.
- Você sabe, - continuou Mark - Jake não é flor que se cheire e não vai te dar sossego.
- Acho que você não vai precisar se preocupar - disse Anne, sentindo, estranhamente, um peso no coração.
- A polícia já o pegou? - perguntou Mark se inclinando um pouco para a frente.
- Não, Mark. Não sei se você viu, mas... o carro dele capotou.
Nessa hora Anne colocou a mão no rosto e começou a chorar. Mark não se lembrava do ocorrido com o carro de Jake e julgou parcialmente o que Anne iria dizer em seguida, então ficou em silêncio.
- Apesar de tudo, eu não queria que acabasse assim - disse ela secando o rosto - Ele foi tão burro... tão idiota...
Mark baixou a cabeça e ficou pensativo. Ele também achava que não precisava ter acabado daquela forma, mas não tinha culpa pelas péssimas escolhas feitas por Jake.
- Agora ele está morto - disse Anne, somente para concluir seu raciocínio - Nunca mais terá a chance de ser melhor. Nunca mais.
***
Depois de descer do táxi, Mark entrou em sua casa, mancando um pouco, após ficar alguns dias em observação no hospital. Anne o ajudou a caminhar até o sofá e ele desabou ali, fazendo caretas de dor. Sua mãe já havia ido embora, após Mark insistir que Edward, seu padrasto, pudesse estar precisando muito mais da presença dela.
A mulher foi embora, relutante, prometendo que voltaria, assim que Edward pegasse uma folga maior. Paul, seu irmão, ligava todos os dias para saber como ele estava e também havia prometido ir a Jeanville no próximo final de semana.
O braço esquerdo de Mark estava engessado e nem ao menos poderia trabalhar. Sabia que perderia muito dinheiro, mas não havia opções para ele. Trabalhava só com Mary e ela era a secretária e não operadora de máquinas. Se não quisesse perder os clientes, teria que terceirizar todo serviço que entrasse e se preocuparia somente com as entregas.
Mary o visitara no hospital e havia ficado pasma com a história contada por Mark e Anne. Ela se prontificou a tomar conta da gráfica e enviar os relatórios diariamente para mark, o que ele agradeceu profundamente. Ela era o tipo de pessoa que se doava ao trabalho que fazia, mesmo não sendo dona do negócio e Mark reconhecia o talento da mulher.
Anne sentou se ao lado de Mark e beijou sua bochecha. Em seus olhos estava nítida a alegria por estar junto a ele. Depois de alguns minutos, ela foi para a cozinha, começou a preparar o almoço e Mark reconheceu o cheiro do molho de tomates.
Depois de alguns dias comendo comida de hospital, uma comida caseira cairia excepcionalmente bem. Em meia hora a mesa estava posta e Mark saboreou o prato como se não comesse há semanas.
- Está uma delícia - disse ele com a boca cheia.
Anne apenas riu dele, admirando o prazer com que ele comia um simples macarrão com molho.
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Um inverno entre nós (CONCLUÍDO)
Storie d'amore• 3° lugar no concurso "REVELAÇÕES DO WATTPAD" na categoria romance. • Menção honrosa no concurso "ESCRITORES DE OURO" na categoria romance. Após ser abandonado pela esposa, Mark passa um longo tempo se lamentando sem conseguir mudar de vida, até qu...