Capítulo 5 - Desejo

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Nova Iorque

No dia seguinte acordei com a ajuda de um despertador, apintando as 6:00 da manhã. Achei estranho pois eu não me lembrava de ter posto.

Me levantei da cama e vesti o roupão que estava pendurado atrás da porta. Desci as escadas e senti cheirinho de café da manhã pronto.

- Bom dia!

Eu era quem estava prestes a dizer bom dia primeiro, mas na hora que eu vi aquela beldade só de cueca e roupão por cima, imediatamente engoli minhas palavras.

- B-bom dia.

Fui me sentar na mesa, tentando disfarçar o fato de que eu não parava de encarar aquele tanquinho.

- Nossa, me desculpa...

Deixou a caneca de café de lado, fechando o roupão.

- Não!

Quase gritei, na intenção de fazê-lo parar com a ação. E ele parou, por um instante e olhou pra mim, com um sorriso malicioso.

- N-não... se desculpe. A casa é sua e... você faz o que te der na telha.

Comecei a preparar o meu café da manhã, de cabeça baixa, já vermelha de tanta vergonha de mim mesma.

- Eu deveria saber me comportar melhor diante das visitas.

Por fim fechou o bendito do roupão, se sentando na minha frente.

- Você mora aqui sozinho?

Mudei de assunto.

- Moro. Eu sai de casa aos 19 anos quando fui pra faculdade. Dormia em república antes de arrumar um emprego numa padaria e começar a pagar alguns cursos online e o aluguel de um apartamentinho.

O cara trabalhava em uma padaria e hoje morava em uma mansão. Isso que é dar a volta por cima.

- E seus pais?

- Meus pais vivem em Londres e eu tenho uma irmãzinha de 13 anos. Vejo eles pelo menos duas, três vezes ao mês.

Eu já pretendia perguntar qual era seu trabalho, mas ele foi mais rápido.

- E você? Sei que a sua mãe suicidou-se e que hoje é o enterro do seu pai. Pelo visto você deve ser filha única porque até agora não mencionou ter irmãos ou irmãs.

- É, eu sou e... nossa, me desculpa por ontem. Eu fui ridícula chorando no seu colo e... me aproveitando da sua estadia.

- Tá brincando? Você estava frágil e precisava de um ombro amigo. Gostei de ter te ajudado e não foi incômodo nenhum.

Pousou sua mão por cima da minha por alguns segundos, tirando-a logo em seguida.

- Sinceramente nem sei como te agradecer.

- Sai comigo.

Disse naturalmente.

- O-oi?

Gaguejei, até porque eu não esperava por àquilo.

- Tô te chamando pra sair.

"Lembre-se do você disse ontem a noite antes de dormir."

- Não posso.

- E por que não?

- Sou... uma mulher muito ocupada.

- Eu também. Temos tanto em comum... Agora sim que nós devíamos sair mesmo.

- É sério. Eu... sou dona de uma empresa e vivo atarefada. Desculpa.

- Tá tudo bem, eu compreendo. Só queria te conhecer melhor.

Disse um pouco cabisbaixo.

- Eu dormi na sua casa e no momento estou tomando café da manhã com você! Se alguém nós visse agora, com certeza acharia que a gente se conhece bem até demais.

Respondi bem humorada. Ele permaneceu em silêncio, continuando a tomar seu café.

"Será que eu estava sendo uma tola por desperdiçar a chance de sair com um cara gato como o Zeus? Tipo, ele... podia ser diferente."

- Temos que passar em casa primeiro para eu me trocar.

Ele continuou sem dizer uma palavra. Àquilo estava acabando comigo.

- Posso... tomar banho aqui?

- Pode. Vai lá.

Eu não me importaria em tomar banho na minha própria casa, mas é que eu tive que perguntar, porque primeiro já estava ficando chato só eu falar e segundo, eu tinha que sair dali ou então acabaria aceitando sua proposta de encontro só para tornar a ver seu sorriso maravilhoso.

- Temos no máximo uma meia hora antes de pegarmos a estrada, então se puder já ir se arrumando, seria bom.

- Okay.

Ele me respondeu sem me olhar nos olhos.

- Okay.

Levantei-me e subi as escadas, retornando ao quarto.

***

- Zeus? Zeus?

Ouvi barulho de chuveiro e bati na porta.

- Já, já eu saio.

Sem ter mais o que fazer e não querendo só ficar de bobeira sentada em algum lugar, comecei a andar pela casa, pra conhecer tudo. Passei pela cozinha, pela sala, a área de lazer do lado de fora, admirei a piscina, o jardim bem cuidado e depois voltei pra dentro. Hora de olhar o andar lá de cima. Só continha quartos, todos com um estilo único e diferente. Não do tipo rosa para as meninas e azul para os rapazes. A cor da pintura nas paredes e no teto era a mesma, branca. Só que em uns tinha guarda-roupa, em outros gavetas. Os lençóis nas camas também não eram iguais, nem a quantidade de travesseiros.

O quarto do Zeus era o último e a porta estava aberta. Quando passei, vi que o cômodo se encontrava em uma completa escuridão. Fiquei curiosa, me perguntando o que poderia ser ao ver algo escondido embaixo de sua cama.

Parecia... um baú e era gigantesco. Acendi a luz e dei um passo em frente, apertando os olhos para ver de enxergava melhor. Já estava até curvando o meu corpo para poder me agachar.

- O que está fazendo?

- MEU DEUS!

Levei a mão ao peito, assustada.

- Oi. Ér...

Engoli em seco, tentando achar uma resposta.

- Ahn... nada. Só olhando.

- Desço em cinco minutos.

Passou por mim, me dando uma rápida e bela visão do seu peitoral quente, com o vapor ainda exalando e as gotículas de água escorrendo.

Estava tão concentrada que me assustei pela segunda vez, quando ele fechou a porta na minha cara.

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Morta e enterrada

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O CHEFE - ZEUS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora