Capítulo 34 - É ele!

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ANASTACIA RILEY

Encontramos a garota no chão, encolhida e com os olhos arregalados.

- É ele! É ele, eu tenho certeza que é ele.

Jessie se agachou para abraçar a irmã.

Olhei para a televisão e vi que ainda estavam transmitindo a reportagem das mulheres em frente a casa do Zeus. Do lado, tinha uma foto dele e seu nome e sobrenome logo abaixo.

- O que ela tem?

- Há uns anos atrás minha irmã trabalhava de bartender em uma boate de stripper e disse que tinha conhecido um rapaz no final da noite. Algumas semanas depois, os dois começaram a sair. Jasmine era discreta. Eu perguntava as coisas sobre ele e nem o nome do cara ela queria revelar. Desisti de querer saber já que... o importante é que ela estava feliz. Certo dia, ela saiu com esse mesmo cara e voltou pra casa assustada, chorando e cheia de marcas. Minha irmã nunca mais foi a mesma. Eu paguei anos de terapia pra ela, mas a pobrezinha nunca se recuperou. Pelo contrário, parecia que só piorava. Ela não trabalhava mais por causa disso mesmo. Jasmine ficou paranóica, nenhum estranho pode chegar de surpresa perto dela, quem dirá tocá-la. A coitada ainda tem pesadelos a noite. Ela não se recordava do nome, porque tentava se esquecer da lembrança, mas dizia que se o visse, reconheceria na hora. Agora eu sei bem quem é.

- Jessie, nós ainda precisamos ver se o Zeus está b...

- Vá pro inferno, você e o seu namoradinho. Já causaram danos demais na minha irmã.

A televisão começou a tocar uma musiquinha que indicava notícias instantâneas, do tipo de última hora.

"Estamos ao vivo aqui no local onde acabou de acontecer um acidente entre dois carros. Atrás do volante estava o agricultor rural Pedro Varsola e no outro veículo, altamente embriagado, o empresário Zeus Ferraro. Os dois já foram levados, ainda com vida, para o hospital. Ambos apresentavam graves ferimentos".

- Não quero que ele saía com vida dessa, Jessie. Eu não quero.

Jasmine chorava, trêmula da cabeça aos pés.

- Tá tudo bem, maninha. Fica calma. Pessoas como Zeus Ferraro tendem a levar fins bastante cruéis.

- Não vou ficar aqui, escutando vocês falarem mal de alguém que não pode se defender porque está internado no hospital.

Sai daquela casa e fui pra minha, mas só para trancar a porta. Agora que eu sabia aonde o Zeus estava, tinha que pelo menos ir ver seu estado.

Meu celular começou a tocar e eu o atendi na hora, nem vendo que nome piscava na tela.

- Alô?

- Anastacia , sou eu, o Marcos. Você viu a matéria que estão passando na televisão? Do Zeus?

- Ai Marcos... Sim, eu vi.

- Eu tô saindo de casa agora, pra ir até o hospital.

- Será que tem como você passar na minha casa? A minha moto voltou a pifar.

- Claro! A gente chama o Jessie também?

- Não sei, não. Algo me diz que ele não quer mais saber de Zeus Ferraro.

***

Chegamos ao hospital e fomos direto perguntar na recepção qual era o quarto do Zeus. A atendente nos deu o número e nós continuamos a correr.

Parei rapidamente diante de uma janela só para olhar o outro homem, Pedro Varsolla. Ele tinha umas das pernas com gesso e o pescoço com um colar cervical Estava desacordado e respirando com a ajuda das máquinas. Sua família -uma mulher e duas meninas- o olhava e chorava de tristeza, provavelmente pensando "por que você?" ou "por favor, sobreviva".

O CHEFE - ZEUS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora