Capítulo 41 - Bancando a detetive

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ANASTACIA vc RILEY

Os dias se passaram e eu e o Zeus continuamos nos falando normalmente. Aconteceu uma coisa aí que nos aproximou ainda mais : ele teve que provar sua inocência por conta dos abusos feitos contra as mulheres protestantes. Por um tempo a polícia não saiu do seu quarto... Eu testemunhei a seu favor, me lembrando dos rostos nas fotos do seu celular e reconhecendo cada uma.

Realmente haviam mulheres a mais, que depois tiveram de se explicarem na frente de um juíz, alegando ser tudo parte do plano da Pam, que as enganou dizendo que ganhariam o caso e uma boa graninha, já que o Zeus teria que pagar a cada uma. O mesmo só teve de pagar a fiança para o problema se resolver por completo.

Eu havia conseguido adicioná-lo à minha "agenda" super lotada, para lhe fazer uma visitinha : um dia antes preparava o jantar a noite, fazia minha marmita e daí, quando eu saía da faculdade, ia direto pra lá. Nós dois almoçavamos juntos -já que nossos horários batiam perfeitamente-. De vez em quando eu o levava para dar uma volta, e em seguida, ia trabalhar.

Voltei a frequentar a casa dos irmãos. Já tinha acertado as contas com a Jasmine e acabei fazendo o mesmo com o Jess, que me pediu desculpas. Esses dias pra trás até marcamos um almoço. Iria todo mundo, eu, a Rebecca, o Marcos. Tínhamos convidado até o Zeus se até lá o mesmo já estivesse fora do hospital. O motivo para essa socialzinha? A Jasmine iria nos apresentar sua nova namorada, Lorena Harielli.

Já a minha amizade com o Steve não mudou em nada. Ele continuou sendo um fofo e ao mesmo tempo o meu professor. Nós dois não deixamos de nos falarmos. Ele disse que tinha criado um perfil na internet num site de namoros e conhecido uma garota da sua idade. Ela se chamava Bettany, era divorciada e tinha dois filhos pequenos, homenzinhos.

- Oi. Voltei.

Adentrei a loja.

- Oi. Eai. Ele tá legal?

Perguntou um tanto preocupada.

- Está. Nossa, isso já tá me esgotando.

Debrucei-me sobre o balcão, fechando os olhos.

- Toda vez é a mesma coisa. "Ah, o doutor disse que eu já estou melhor. É provável que hoje eu receba alta". Quando vê... bum! Ele passa mal e os médicos decidem que é melhor ele ficar mais um dia para fazer exames e ver se está tudo bem mesmo.

Eu comentava com a Becca sobre o estado do Zeus.

- Eu não entendo. Ele já não está totalmente recuperado?

- É aí que está! Eu não sei. Mas é sério, isso está começando a ficar chato.

- Será que tudo não faz parte de uma brincadeira?

- E pra quê ele faria isso?

- Ou ele ficou mal acostumado e agora quer continuar sendo bem tratado!?

- Como se fosse gostoso ficar deitado o dia inteiro numa cama de hospital. Não faz sentido, toda vez que eu poso lá, ele não aparenta estar com nada, daí eu viro as costas por um segundo e o cara quase morre.

- Será de saudades?

- Já vai fazer quase um mês. Ele me falou que o quê mais quer é ir embora logo.

- A bruaca russa também fica correndo pra lá e pra cá como você pra socorrer as falsas emergências?

- Sei lá, já faz um tempo que não a vejo.

E eu acho até bom. Foi assim que eu e o Zeus ficamos próximos, só havia nós dois, ela não podia nos atrapalhar em nada.

- Ué, ela era tão chiclete no início.

Becca observou.

- É, só que agora ela está ocupada cuidando da empresa.

- É muita hipocrisia! A garota começa indo visitar o cara como uma amiga, daí vira o poderoso chefão e instantaneamente não tem mais tempo para ir ver o coitado. Mas aposto que deve ir lá pedir a senha e o cartão toda vez que o dinheiro cai na poupança do Ferraro, com desculpinhas do tipo "é tudo em nome da sua empresa, para que ela continue crescendo cada vez melhor".

Naquele hora eu reparei que a minha amiga tinha dito algo que fazia bastante sentindo. Sabe, nos desenhos, onde tem aquela coisa de acender uma lâmpadazinha acima da sua cabeça?

- Eu preciso dar uma saída. É rapidinho.

Passei pela porta.

***

Eu estava dentro de um táxi, olhando para a janela, bastante pensativa. Tive de parar um pouco para racionar e vi, que mesmo sendo uma hipótese, parecia encaixar perfeitamente.

A Shelly agora era substituta do Zeus na empresa e deve muito bem ter um papel com a assinatura dele, alegando isso. E tendo a marca registada do Ferraro, o que a impedia de falsifica-la para fazer cheques sem fundos, desviar dinheiro ou pior... passar a empresa todinha para o seu nome?

Eu não sei como era a vida dela em Michigan, muito menos se as suas intenções eram boas, só sei que qualquer um iria usufruir e aproveitar o quanto pudesse se o amigo coloca-se sua fortuna em suas mãos enquanto o mesmo está no hospital.

Mas é claro que se eu falasse isso pro Zeus, ele não iria acreditar porque ele confia de olhos fechados na Shelly e acharia que é implicância minha já que eu não gostei dela desde o início. Sinto muito em te dizer meu caro, mas todo mundo muda com o passar dos anos. Essa garota deve ter vindo pro EUA para... sei lá, subir na vida financeiramente e você ajudou ela a realizar esse desejo.

- Obrigado por abrir os meus olhos, Becca.

Sussurrei.

- É aqui, moço. Eu já venho.

Desci do carro e entrei no saguão da empresa do Ferraro. Fui até a secretaria e perguntei pelo Zeus, me fazendo de desentendida.

- O sr. Ferraro está fora no momento.

- E Shelly Bronx, ela está aí?

- Também não. A senhorita Bronx saiu. Quer deixar recado?

- Não, não. Obrigado.

Sai da agência e voltei para o táxi, pedindo ao motorista que fosse para o pronto socorro. Como eu disse, não estava esbarrando muito com a Shelly, isso significa que ela deve ir quando eu não vou, por exemplo quando estou na universidade ou durante o meu horário de serviço.

Eu estava começando a ficar assustada. Meus pensamentos estavam me levando para um caminho estreito e possivelmente perigoso.

_____

História Reta final

O CHEFE - ZEUS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora