O CHEFE - ZEUS ]

Capítulo 32 - Telefone celular

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ANASTACIA RILEY

- Fala sério!? Só pode ser brincadeira.

Zeus começou a buzinar, levemente enfurecido.

- Qual é, agiliza! Vamos logo com essa merda!

- Isso que da pegar a estrada no final de semana. Devíamos ter ido embora segunda de manhã. Tem gente que também viaja sábado e domingo e faz a mesma coisa que a gente, deixa pra ir embora de tarde. Daí forma o quê? Engarrafamento.

- Nós não vamos sair daqui nunca.

Coçou a testa, impaciente.

- Da pra pelo menos ligar o rádio?

- Tá na mão!

Desbloqueou o telefone, me entregando-o.

- Pra que isso?

- É de via bluetooth, controlado apenas pelo meu celular.

- Ah...

E foi aí que eu me lembrei do que o Jess havia me dito na última vez que conversamos. Encarei o Zeus e vi que ele estava com o vidro abaixado e a cabeça um pouco pra fora. Olhar sério e rosto apoiado no braço. Aquele era o momento perfeito, ele não estava olhando.

Será que eu devia mesmo? Eu e o Zeus estávamos finalmente nos acertando, eu não queria acrescentar falta de confiança ao nosso relacionamento quase falido. E se fosse só implicância do Jess? Vai que era mentira e eu e o Zeus acabassêmos brigando por bobeira?

Comprimi os lábios, já disposta a não mexer em nada.

Não! O Jess podia ser um idiota total, mas quando se tratava de algo sério, o mesmo não brincava. Se ele me disse uma coisa daquelas, era porque realmente tinha algo que ele queria que eu visse.

- Eu já tenho uma playlist montada, é só botar pra tocar. Tem algumas músicas bem da hora aí, você vai go... Anastacia , o que está fazendo?

Se virou para me encarar.

- Que merda é essa, Zeus? Sou eu nessas fotos?

Mostrei a tela do telefone pra ele.

- Por que estava mexendo no meu celular?

- Não muda de assunto! O que você estava pensando em fazer com essas fotos?

Comecei a aumentar o volume da minha voz.

- Nada.

- Então por que as têm? Pra que tirou elas? É uma espécie de troféu pra você?

- Anastacia, não. É só que...

- Já sei! Você se masturba pensando no sofrimento que causou nessas garotas, não é?

Ele ficou em silêncio.

- NÃO É?

- O que você quer que eu diga? Já admiti que tenho um problema.

- É, só que eu achei que você estivesse disposto a mudar. Mas depois de ter encontrado isso, tá na cara que você nem deve pensando na possibilidade. E não tem fotos só minhas, tem dessa garota, dessa, dessa...

Fui passando o dedo para o lado.

- Des...

De repente parei em uma foto depois de ter visto um rosto familiar.

- Jasmine?

O fuzilei com os olhos.

- Você a conhece?

- Sim, eu a conheço. Ela é uma menina doce e gentil que hoje é lésbica, possivelmente porque ficou traumatizada por conta do último homem com quem dormiu, que a propósito é um cretino sem escrúpulos.

- Anastacia , me escuta...

Coçou a cabeça.

- Não, me escuta você.

Peguei a minha bolsa no banco de trás e tirei a passagem dele de dentro.

- Essa foi a gota d'água.

Joguei o celular na direção dele e tirei o cinto de segurança. Peguei a chave e sai do carro.

- Anastacia , ficou doida? Aonde você vai?

- Cala a boca! Já estou cansada de você me usar e dos seus joguinhos doentios. Eu não vou mais me render aos seus caprichos, seu playboyzinho controlador, metido e egoísta.

Abri o porta-malas e peguei tudo o que me pertencia.

- Volta pro carro, Riley. Você tá fazendo o maior escândalo. Estão todos olhando.

Vi que ele também tinha descido.

- Tô pouco me lixando pra eles! É bom que o mundo inteiro saiba que Zeus Ferraro não passa de um crápula infeliz e manipulador.

- Anastacia ! Entra no carro. Vamos conversar civilizadamente.

- Vai se ferrar, monstro! É isso o que você é, um monstro.

Joguei a chave de volta pra ele.

- Seu lixo! Você precisa se tratar.

Comecei a andar por entre os veículos. Eu estava disposta a ir até o aeroporto nem que fosse de a pé. E foi exatamente o que eu fiz.

Assim que cheguei, comprei uma garrafinha de água e me sentei em algum lugar para descansar. O meu vôo partiria em menos de quinze minutos.

Fui até o balcão de informações do check-in e troquei minha passagem de primeira classe para uma econômica. Se eu fosse de primeira classe, com certeza ficaria do lado do Zeus, e eu não poderia mudar de lugar pois cada passageiro recebe um número da sua poltrona. Provavelmente daria o maior problema.

Fui para o portão de embarque e sentei-me no meu lugar. Fechei os olhos e respirei profundamente, desejando que eu chegasse logo em casa.

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VIXI