Capítulo 6 - Amparo

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- Eu já volto.

Desci do carro e entrei no prédio do meu apartamento. Peguei o elevador até o meu andar e abri a porta assim que cheguei em casa.

- Quem é você, intruso?

Apontou uma faca na minha direção.

- Deixa de maluquice!

- Ana É você? Caraca, não te vejo há séculos, garota.

Foi irônica, continuando a preparar seu sanduíche de pasta de amendoim.

- Eu só passei aqui pra trocar de roupa. Vou ao enterro do meu pai.

Fui até o quarto.

- Nossa, sério? Eu... eu não sabia. Sinto muito.

- Valeu.

Ouvimos uma buzina tocar lá embaixo.

- Hmmm, quem é?

Olhou pela janela.

- Ninguém.

- É o cara com quem você passou a noite passada?

Falou em um tom malicioso.

- Choveu ontem por aqui?

Mudei de assunto.

- Não.

- Não, não choveu ou não, eu não vi porque estava enfiada dentro do quarto, transando loucamente?

- Não, não choveu. Engraçadinha.

- Alguém reclamou do barulho? O pau do cara era grande? Fez oral nele? Vão voltar a se ver?

Voltei do meu quarto, ainda terminando de vestir a blusa. Foi a primeira que eu vi e estava começando a me arrepender por não ter escolhido melhor minha roupa, pois ela deixava os meus peitos espremidos. Nem sei como consegui vesti-la. Mas agora ela já estava no meu corpo e eu não tinha tempo de trocá-la por outra.

- Tchau, tá amiga. A sua carruagem à espera.

- Tchau, até mais tarde.

Sai rindo do apartamento.

- Desculpa a demora. Nós já podemos ir.

Entrei no carro e coloquei o cinto.

Percebi que Zeus mal estava colocando a chave na ignição por conta de que não parava de encarar -nada discretamente- os meus seios avantajados. Ele fingia estar olhando para o espelho do lado de fora, para ver se vinha algum carro atrás, mas eu sabia exatamente para onde ele encarava.

Me inclinei à sua frente e coloquei a chave por ele.

- Eu aceito sair com você.

O carro enfim ligou e eu voltei a ficar reta no meu assento.

- Sério?

Tentou esconder seu sorriso de felicidade.

- Eu marco o dia e a hora. O lugar é por sua conta.

Ele deu a partida e em seguida a ré.

- Acho que agora é o momento perfeito pra dizer que... ontem não estava chovendo. Era o sistema de irrigação automático. Eu só disse àquilo pra... ver se você ficava.

Cruzei os braços e olhei pra ele, com uma cara de zangada mas tentando conter o riso.

- Você não é nada espertinho, né!?

Ele deu uma piscadela.

***

Trazer o Zeus nessa viagem foi ótimo! Eu estava um pouco pra baixo e ele me animou conversando bastante comigo sobre várias coisas. Chegou um momento em que estávamos conversando sobre a vida e eu comecei a falar da minha. Contei tudo pra ele, desde os meus traumas vividos na infância, as dificuldades que eu passei quando decidi sair de casa até os dias atuais, ainda fortalecendo a mentira de que eu era dona de uma empresa.

O CHEFE - ZEUS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora