Capítulo 9 - Arrependido

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11:27

Apartamento da Anastasia .

Eu estava na cozinha, preparando um lanche natural pra mim antes de ir para a sessão de fotos.

- Bom dia!

Becca apareceu pra tomar café. Acreditem se quiserem, mas ela tinha acabado de acordar. Também era uma pessoa despreocupada, sua própria patroa, podia chegar a hora que quisesse no serviço. Ela passou por trás de mim, para chegar até os armários, e acabou tocando minha barriga, como um cumprimento.

- Bom dia. Ai!

Me contorci.

- O que foi isso?

Reparou no que eu tinha feito, indo em direção a geladeira.

- Isso o que?

- Você reclamou de dor. Por que?

-Ah! N-não é nada demais. É que eu... dormi de mal jeito. Meu corpo todo está dolorido.

- Ou será que o bonitão de ontem mandou tão bem que agora você não está nem conseguindo nem se mexer direito? Han? Han? Me conta aí o que aconteceu, detalhadamente. Vamos lá! Eu quero saber de tudo.

Veio pra cima de mim, brincando, com uma carinha de sapeca e levando seus dedos indicadores até a minha barriga, me cutucando.

- Não, Becca. É sério, para.

Afastei suas mãos.

- Que foi? Acordou de mal humor, é isso?

- Eu já disse qual é o meu problema.

Voltei a me concentrar no meu sanduíche.

- Tá tudo bem?

Perguntou, meio desconfiada, como se soubesse que eu escondia algo. Eu era péssima em esconder as coisas dela.

- Tá. Por que não estaria?

- O seu encontro de ontem a noite foi péssimo?

- Não.

- Ele não te tratou bem?

- Becca, não.

- Ai ó, viu? Ele não te tratou bem.

- Ele foi ótimo, um perfeito cavaleiro. Na maior parte do tempo.

Sussurrei a última parte. Por Deus ela não ouviu.

- Tá decepcionada porque... no final das contas ele era transgênero?

- O que? Não!

Passei um plástico no meu lanche e fui pra sala.

- Então me conta o que está acontecendo.

Veio atrás.

- Não tá acontecendo nada, Beck. Agora para de se intrometer tanto na minha vida e vai cuidar da sua.

Peguei minha bolsa e sai de casa.

***

Antes de ir para a sessão, acabei passando na farmácia, pra ver se achava alguma coisa que melhorasse os meus ferimentos. Passeei pelos corredores e achei algo parecido com uma pomada. Quando estava indo para o caixa, vi que um policial havia entrado e estava na minha frente. Fui pra trás dele e esperei minha vez.

- Bom dia.

Virou-se para trás e me cumprimentou gentilmente.

- Bom dia.

O CHEFE - ZEUS ]Onde histórias criam vida. Descubra agora