Capítulo 11 - Machucada

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- Eu e o Marcos estamos saindo.

Becca começou.

- Ele é o cara que você levou lá pra casa depois daquela festa no outro dia?

Eu quis confirmar.

- Sim.

- Engraçado. Ele é justamente amigo do babaca que pegava no meu pé no colegial. Não é mesmo, Jess?

- Nós já estudamos juntos?

O próprio questionou.

- Primeiro ano. Você adorava infernizar minha vida, de tudo quanto é jeito.

- Tem certeza? Porque... e-eu não estou me record...

- Pamber, lembra? Você, o Jonny e a Marey viviam me chamando disso. Pegaram o "p" da palavra porco e juntaram com meu nome.

- Ai meu Deus!

Começou a rir, surpreso. Certamente havia acabado de se lembrar.

- É verdade.

- Que babaquice!

Becca cruzou os braços, balançando a cabeça negativamente.

- É com esse tipo de gente que você anda?

Me virei para o Zeus.

- Escuta, e-eu...

- Ah, já que estamos aqui, vamos jogar logo as cartas na mesa. Zeus aceitou uma aposta para te chamar pra sair. Pronto, botei a boca no trombone.

- Isso é verdade?

- Não! É-é claro que não.

- Não minta pra mim!

Meus olhos começaram a encher de água.

- Abre o bico, amigão. Porque pelo o que parece ela não vai mais cair na sua lábia.

Jess continuou a botar lenha na fogueira.

- Esse cara é um idiota. Ele não sabe do que está falando. Ana..não acredita nele.

Aproximou-se de mim, tocando meus braços.

- Me solta!

Afastei-me.

- O tipo dele são as gostosonas magrinhas que catamos todas as noites. Ele nunca iria querer um poço de banha como você, neném. Foi tudo fingimento.

- Você me da nojo! Todos vocês.

Lágrimas começaram a saltar sem parar dos meus olhos.

- Ana's, espera. Deixa eu explicar.

- Vem amiga, vamos.

Becca pegou no meu braço para me tirar logo dali.

- E você? Por acaso sabia dessa maldita aposta, já que estava envolvida com um deles?

Me virei para Rebecca.

- Não! E-eu não sabia de nada.

Gaguejou e em seguida engoliu em seco.

- Sim, você sabia!? Não acredito que me apunhalou pelas costas desse jeito. Era pra você ser minha amiga.

- Tá legal. Olha, o Marcos comentou comigo sobre isso, mas ele ocultou os nomes. E-eu não sabia que era você.

- Isso não é justificativa.

Limpei as lágrimas com as costas de uma das mãos.

- Quer saber? Pra mim já deu essa novelinha toda aqui. Estão vendo essa garota linda?

Exibi a Beck, mostrando-a para os meninos.

- Dêem uma boa olhada nela.

- Ana, o que está fazendo?

Se segurou para não começar a chorar.

- Acho que ela faz o tipo de vocês. Sabe, gostosona e magrinha. Por que não se juntam todos e fodem até morrerem?

Dei as costas para eles, indo embora.

***

Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. Peguei as malas encima do guarda-roupa, as joguei na cama e comecei a pôr minhas coisas dentro. Eu não tinha ideia do que estava fazendo, nem para onde iria, só precisava sair dali o mais rápido possível.

Minhas ações eram feitas através do impulso. Não estava pensando em absolutamente nada racional. Gostaria que tivesse outro jeito, mas aquele foi o único que achei.

O apartamento estava no meu nome, mas se fosse preciso eu saía de lá com os meus móveis e deixava todo o resto pra ela. Como eu pôde colocar um ser humano desses debaixo do meu teto? Traíra, duas caras!

Toda vez era a mesma coisa, desde os tempos da escola : eu conhecia um cara, começava a gostar dele e então acabava descobrindo que era tudo uma farsa.

- Sua burra, burra, burra, burra! É uma boba mesmo, tonta, besta quadrada, você nunca aprende?

Comecei a me estapear.

Terminei de arrumar tudo e chamei por um táxi. Confessei ao motorista que estava com bagagens e dei o número do meu quarto, fazendo questão de pedir para ele me ajudar a levá-las assim que ele chegasse. Trouxe minhas malas para o andar debaixo e deixei tudo perto da porta.

Desci até o saguão e entreguei minha chave para a recepcionista.

Retornei ao apartamento e dei de cara com a Beck, que olhava sem entender para a minha bagagem.

- Você vai embora!?

Seus olhos estavam vermelhos e inchados, provavelmente porque ela andou chorando.

- Com licença, é aqui que mora Anastacia Riley?

O motorista chegou na porta.

- É sim.

Dei umas duas malas pra ele levar e peguei as outras.

-Ana , por favor. Fica. Não faz isso. Vamos conversar, resolver tudo.

- Cala a boca, Rebecca. Cala essa sua boca!

E sai, me mandando daquele lugar.

__________________

Será que ela é amiga de verdade?

Ou não?

REBECA IS
PUTIANE

REBECA IS PUTIANE

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