3 de julho de 2017
21:06hrs
Daisy_Seja minha?
O mundo para e meu coração também. Ah, eu acho que vou cair...
_Daisy? Ei, respira!
Sua voz mal chega em meus ouvidos pois o zumbido é mais alto. Respirar está difícil e sinto que minha alma sai do meu corpo. Nossa...sinto-o me agarrando e me pondo sentada. Droga!
_Daisy? Ei, baby? Está me ouvindo? Daisy!--Olho pra ele agora mais calma e recebo o olhar mais preocupado que já vi nos olhos de alguém...e é pra mim. Help God! Ele pediu pra eu ser dele? Não sei...-- Sim, eu pedi mas você não parece estar bem. O que está sentindo?--Suas sobrancelhas franzidas demonstram sua preocupação. Respiro fundo e tento me expressar sem desmaiar.
_ Não sei o que estou sentindo agora mas é algo estranho e...bom, talvez.--Falo olhando em seus olhos castanho-esverdeados claros sentindo o coração bater como um louco desvairado. Passo a mão no peito por cima do roupão.-- Eu...caramba! O que deu em você? Tinha que fazer uma pergunta dessas assim do nada? Quase me fez ter uma síncope!--Brigo me levantando da cadeira e o deixando confuso ainda agachado no chão. Aperto meu dedinho de nervoso e começo a andar de um lado para o outro.--Eu devo ter entendido errado, senhor Bryan...devo mesmo.
_Ah...entendi. Minha pergunta sutil desestabilizou você....isso é bom.--Ele se ergue passando as mãos no cabelo fazendo-os ficar uma bagunça bonita. Bryan se aproxima mas tento manter distância.--Você não entendeu errado, baby. Quero que seja minha. É simples, apenas diga sim e eu faço o resto acontecer.--Ah, que louco! Como pode brincar comigo desse jeito. Me chateio e desvio de seu toque.
_Senhor, por favor, não brinque comigo. Posso ser estranha mas não sou boba. Não me faça de idiota!--Ergo o tom de voz e sinto vontade de chorar. Droga! Por que ele está fazendo isso?
_Ei, calma. Daisy, eu não estou brincando.--suas mãos fortes e grandes me puxam pelos ombros me fazendo parar de rodar a mesa. Seu olhar é sério e claro, sem resquícios de blefes ou brincadeiras. Apenas decidido e sincero. Ah, não...--Ah, sim! Eu quero você. Muito. Estou quieto a muito tempo apenas para lhe respeitar mas cheguei ao meu limite. Não suporto mais não poder tocar em você toda vez que te vejo, não poder olhar pra você por mais de um minuto para não constrangê-la, não poder chegar perto de você e sentir o seu cheiro...--ele passa a ponta do nariz em meu pescoço enquanto as mãos apertam meus braços. Derreto feito sorvete no forno.--Eu quero muito você, quero desde que a vi naquele ponto de ônibus aquela noite. Seja minha, baby...--A voz rouca e grave sussurrando em meu ouvido, me seduzindo, me induzindo a dizer um sonoro sim, mas há muito em jogo aqui. Ofego quando sua mão agarra minha cintura...uau. Raciocina, Daisy! Raciocina!
_Bryan, eu...Você...pode por favor parar de...de fazer isso? Eu não estou conseguindo...ai...pensar. Por favor...--peço para que pare de beijar a pontinha da minha orelha assim. Porque sinto que estou quase alcançando a temperatura super nova. Muito quente...
_Quer que eu pare? Quer pensar?--Assinto e logo sinto falta de seus braços ao meu redor quando ele me larga e se afasta de mim a uma distância de cinco metros. Por que tão longe?--Porque senão vou atacar você. Vai, pensa aí que eu espero. Tem cinco minutos.--O que? Ele está determinado meu tempo pra pensar?! Idiota!-- Está perdendo tempo, baby.
_Você não pode exigir uma resposta assim! Eu tenho que pensar com calma e não vou fazer isso em míseros cinco minutos!
_Na verdade, agora você só tem quatro minutos e trinta e três segundos.--solto um grunhido de raiva e coço o nariz com força. Bryan permanece de pé com as mãos na cintura estreita, os cabelos arrepiados e a respiração ofegante de quem participou de um Iron-man. Puxo o laço do roupão e aperto mais dando as costas pra ele.--Não, não. Pode virar pra cá, quero vê-la de frente.--Mandão! Controlador! Sem noção! Finjo não ouvir e penso em seu pedido repentino e incrível.
Não é possível que ele me queira, eu jurava que morreria hoje vestida em um roupão e descalça, nunca pensaria que ele pudesse gostar de mim, logo eu! Eu, Deisy Boboca Estranha Ante-social Língua solta Paranóica Sem graça Birmanie! Nunca em um milhão de anos...ele é meu patrão assassino dissimulado e lindo. Ele mata pessoas. É rico e deve ter inúmeras mulheres por aí. E eu sou apenas eu: uma ignorante acomodada. Ele deve estar querendo um caso, é isso. Ele quer um caso comigo e depois que conseguir vai me dar um dolorido pontapé e me matar. Não!
_Daisy, para de pensar em besteiras. Você não é sem graça, eu não sou dissimulado, não tenho outras mulheres, não quero um maldito caso e nem seria capaz de machucá-la, não percebeu isso ainda?--Suas mãos me viram até que nossos olhares estejam um no outro. Estou confusa. É difícil de acreditar...--Eu sei, baby. Isso é a coisa mais louca que eu já fiz, acredite. Dizer que gosto de você e pedir pra ficar comigo vai contra tudo e todos...eu só quero que fique comigo, não me deixe sozinho.--Sua voz tem uma estranha agonia e meu coração amolece com seu pedido. Help God, me ajude a decidir pelo correto...--Deixo você pensar essa noite inteira e amanhã me dar uma resposta. Assim é melhor?--Seus dedos traçando os contornos do meu rosto com carinho. Quem é esse Bryan? O que aconteceu com o meu patrão implicante e rabugento?
_Haham. Vou pensar, mas espero mesmo que não esteja brincando comigo.--Aviso olhando-o ameaçadoramente. Ou tentando parecer ameaçadora. Ele revira os olhos.
_Não estou. Posso te beijar?--Arregalo os olhos. Ele já está dizimando a distância entre nossos lábios predatoriamente. Engulo em seco.--Vou encarar seu silêncio como um sim, baby.
E pressiona sua boca macia e quente na minha. Eu não sei beijar mas não consigo pensar nisso agora, tudo que me vem a mente é como eu gosto nos seus lábios corados nos meus. Meu estômago gela e meu corpo se arrepia com o contato de sua boca quente, molhada e macia. Quando eu penso que acabou sou surpreendida com sua língua pedindo passagem para encontrar a minha. Uau...isso é bom. Quente e úmido, bom demais. Estou fora de mim visualizando a cena que ao meu ver é romântica e perfeita para um primeiro beijo. Sou prensada contra o corpo forte e grande de Bryan, suas mãos percorrem meu corpo por cima do roupão e atingi a super nova outra vez. Me afasto porque o ar me falta mas me arrependo no mesmo instante ao sentir como o mundo é frio quando Bryan está longe de mim...
_Vem, vamos limpar isso.
Ele desencosta sua testa da minha e aponta para a mesa onde foi servido nosso jantar. Volto a terra e assinto começando a recolher os pratos e talheres. Fazemos tudo em um silêncio estranho mas não constrangedor. Quando termino de secar a louça que ele lavou dou um boa noite ligeiro e corro para meu quarto sem entender porque.
Entro e escorrego na porta fechada, um sorriso teimoso se insinuando e o coração batendo avidamente no peito. Toco minha boca.
_Sou dele mesmo que tente negar isso a mim mesma...sou dele. Ai Deus, estou apaixonada? Amo um assassino? Por quê?
Em um momento de lucidez lembro-me de quem é o verdadeiro Bryan. Um homem frio e inescrupuloso ou apenas incompreendido e carente? O mocinho ou o bandido? Que dilema...
Aperto o pobre dedinho em busca de realidade sem fantasia. Tenho que levar em conta todos os fatos. Os prós e contras da história do meu amado assassino, mas pra isso ele vai ter que me contar seu passado.
Deito no chão frio mesmo pensando em tudo que farei amanhã, no entanto vou pra cama quando o frio se torna doloroso. Tiro o roupão e me enfio debaixo dos lençóis me pergunto se o mundo sempre foi assim tão frio e solitário.
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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)
RomanceEla só queria chegar em seu bloquinho de alvenaria do outro lado da cidade e descansar ouvindo um bom jazz, e teria feito se não fosse presenciar a morte de três pessoas no ponto de ônibus que ela senta toda semana para poder ir pra casa... se torna...