24 de outubro de 2017
7:55hrsDaisy
Shem para o SUV preto parecido com uma limousine bem na frente da entrada principal da universidade, atraindo olhares curiosos para nós. Meu marido fez questão de virmos no seu maior carro, para Dante a opressão da sua presença deve ser sentida no primeiro contato no local que se trata de um prédio grande e bonito nas cores azul e bege, moderno e todo de metal e vidro.
É claro que achei absurdo e quis argumentar mas ele não deu brechas para questionamentos, Hil encolhe os ombros em um claro sinal de desconforto. Aperto sua mão.
_Calma, ninguém irá constrangê-la. Aja naturalmente, ignore os olhares, imagine que tudo ao seu redor são árvores.--Me olha confusa, até Dante parece não entender. Sorrio.--Árvores, embora sejam seres vivos, não podem fazer absolutamente nada contra você. Essas pessoas ai fora que querem te ver mal não conseguiram. Confie em você e deixe o resto conosco.--Toco a coxa de Dante ao falar para ela que sorri ajeitando os cabelos.
_Ok. Obrigada.
_Vamos. Fique aqui.
Dante chama e diz para Shem que assente em concordância. Meu noivo-esposo sai primeiro e Hil abre sua porta também, Dante estende a mão para me ajudar a sair do carro. Logo de início as pessoas que ainda estão chegando e as que já estavam paradas na entrada nos olham sem disfarçar, algumas moças dão risinhos e cochicham entre si olhando para o homem de terno segurando minha mão.
Tudo bem, não sou uma pessoa ciumenta mas elas poderiam ao menos respeitar minha presença, certo?
O vento da manhã sopra meus cabelos que estão soltos. Ouço assobios e meu rosto todo esquenta, Dante já está todo tenso de ciúme. Pensa rápido!
_Venha, Hil.
A chamo, caminhamos lado a lado entre as pessoas, a faculdade é mesmo um lugar bem agitado para essa hora da manhã. Vejo o semblante impassível de Hil e me orgulho dela que ignora tudo e todos como se realmente não existissem. Entramos após nos identificarmos na portaria. Se lá fora tinha muita gente aqui dentro então...são muitas pessoas.
Os rosto que predominam são os de jovens adolescente com espinhas e óculos. A maioria de pele branca e roupas caras, nos fitam com desdém e os olhares direcionados para Hil são de raiva. Estas pessoas entendem o que é século XXI? Modernidade? Igualdade? Agregação? Respeito? Help God.
_Baby, essas crianças nem sabem o que é humildade imagine qualidades básicas que todo ser humano deve ter. Só conhecem a soberba.
Dante sussurra em meu ouvido me fazendo perceber que acabei de verbalizar meus pensamentos.
_Nosso filho não será assim. Diferentemente de você, eu sou pobre e sei o que significar essas coisas. Drew crescerá tendo como mãe uma ferrenhea defensora dos direitos humanos para todos.--Dante ri como se eu tivesse lhe contado uma piada. Fico sem entender e ignoro o sorriso largo de um menino pra mim. Santo Deus, eu sou casada e estou grávida, garoto. Reviro os olhos. O braço de Dante cerca minha cintura possessivamente.
_Filhos da pu...
_Dante!--Aperto seu braço para que não termine, sussurro pois para todos esse aqui do meu lado é Dylan.
_Odeio que olhem-na assim! Você é minha.--Rosna e meu corpo se arrepia em resposta. Beijo seu rosto.
_Eu sei. Hil, onde fica sua sala?--Chamo sua atenção que parece estar em um ponto inexistente a frente. Ela me olha piscando.
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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)
RomanceEla só queria chegar em seu bloquinho de alvenaria do outro lado da cidade e descansar ouvindo um bom jazz, e teria feito se não fosse presenciar a morte de três pessoas no ponto de ônibus que ela senta toda semana para poder ir pra casa... se torna...