Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)

Brilhante

17 de outubro de 2017
20:21hrs

Daisy

Espero que ele continue. Me ajeito na cama ainda confusa com tudo que está acontecendo. Sinto como se tudo fosse um sonho estranho. Dante senta ao meu lado, pega minha mão e começa.

_Depois que você fugiu de mim aquela noite eu virei a cidade inteira atrás de você, ainda não sabia o motivo pelo qual havia ido.--Sinto, pelo tom da voz, que ele sofreu tanto quanto eu. Aperto mais sua mão.--Shem me convenceu a voltar pra casa para procurar pistas de onde você poderia estar. Eu fui e...vi a carta que você deixou. Porra Daisy, você quase me matou com palavras. Sabia que tudo que estava escrito ali era verdade, eu entendi isso mas nada me preparou pra uma despedida dessas...

Dante para e esfrega o rosto com a mão livre, e quando volta a me encarar seus olhos estão marejados. Morde o lábio inferior. Meu coração se aperta.

_Eu sou tudo o que você disse, eu admito isso. Sou louco, destrutivo, egoísta, obsessivo, mentiroso, cretino e enfim...sou tanta coisa ruim que as vezes me pergunto o que fez você se apaixonar por mim.

_Eu não sei...--Sou sincera, eu realmente não sei porque o amo mas eu amo. Essa é toda minha explicação.--Mas amo você. Muito.

_É uma verdade absoluta, eu sei. Mas mesmo sendo esse projeto de ser humano eu te amo e te quero mesmo não merecendo você. Ninguém me conhece melhor que você, baby. Sabe os meus defeitos e ainda sim me olha como se eu fosse alguém muito especial e único. Eu gosto disso.--Ah, meu bem. Sorrio já toda quente.

_É porque você é único e especial pra mim.

_É disso que eu estou falando! Você é tão...verdadeira e boa. Que as vezes me irrita.--Me assusto com ferocidade da sua voz.

_Por que isso te irrita?

_Porque. Eu. Tenho. Medo. De.  Perder. Tudo. Isso!--E aponta pra mim parecendo vencido. Me sinto transbordar por dentro. Sinto vontade de chorar.--Está vendo? É desse seu jeito, do seu sorriso, de você toda que eu fiquei dependente. Preciso de você!--Rio pra não chorar, ele está desesperado. O puxo para um abraço.

_Não precisa mais ter medo. Você me tem para sempre, mas que isso. Agora você tem a nós dois.--Ponho sua mão em minha barriga emocionada. Ele sorri.

_Ainda é difícil de acreditar que vou ser pai...

_Eu sei que é, mas depois a ficha cai e você percebe que é real.--Assentindo Dante volta a conversa inicial.

_Depois que li achei que tudo estava acabado pra mim. Senti dor, saudade...eu senti tudo de uma vez só e aquilo me derrubou. Passei umas semanas trancado tentando imaginar uma vida sem você, não consegui. Não tem vida sem você, Daisy.--A intensidade das palavras aliada a do olhar me fascina.--Shem era quem estava levando comida pra mim, acredite. Então, após duas semanas afundado na minha própria angústia, ele me disse algo que me reanimou.

_O que? O que ele disse?--Pergunto já quase o sacudindo pela camisa.

_Curiosa. Disse que os mercenários, contratados pelo meu padrinho morto para me matar, estavam vindo atrás de mim. E que eu tinha fazer alguma coisa se quisesse continuar vivo para te ver novamente. Isso foi uma injeção de adrenalina.

_Ah, meu Deus! Eles te ameaçaram?--Me apavoro. E uma coisa me vem a mente. Engulo meu espanto.--Foram eles que incendiaram a casa, não foi?--Sinto raiva desses caras.

_Ei, ei calma. Não se altere. Respira fundo senão vou parar de contar.-- Respiro fundo controlando minha cólera. Eu poderia...argh. Dante me observa ainda em alerta.--Isso...respira. Não foram eles quem incendiaram a casa, fui eu.