17 de julho de 2017
19:05hrsDaisy
Falo o que sinto. Não me importo mais com nada, eu precisava dizer isto a ele. E eu disse. Dante está paralisado, nada diz, apenas me encara. Há um misto de emoções perpassando por seus olhos agora. Eles brilham intensamente, como estrela incandescentes.
Tiro uma mecha de seu cabelo que cobria o olho direito e ponho atrás de sua orelha. Como poderia não amá-lo se até quando estou prestes a morrer eu vejo seu rosto. Suspiro e falo agora uma pouco mais calma.
_Enquanto eu estava lá debaixo da água tentando subir eu só conseguia pensar em você e no quanto eu gostaria de dizer que te amo. Via você, a única pessoa que eu realmente sinto que é minha. Eu não tinha ninguém, Dante. Não havia alguém pelo qual eu faria qualquer coisa até eu conhecer você. Eu sei quem você é e não me importo, eu não me importo porque eu simplesmente te amo. Amo incondicionalmente. Com tudo que você é e com tudo que vem com você. Eu te amo. E não estou te cobrando absolutamente nada em troca. Independente de tudo eu vou continuar te amando para sempre.
Desabafo me expondo por inteira, falo tudo que queria dizer e me sinto leve. Reprimir esse sentimento é muito desgastante. Ele parece muito comovido com tudo e respira rápido. Parece encontrar sua voz. Ela sai baixa e emocionada.
_Incondicionalmente?
Rio um pouco nervosa e assinto.
_Pra sempre?
_Sim. Você é meu primeiro e único.
Estou sendo cem por cento sincera. Nunca vou amar alguém como eu o amo. Ele será o único na minha vida, mesmo que eu não seja sua única.
Ele solta um riso estrangulado e me aperta em seu abraço. Beija minha cabeça várias vezes e depois volta a me fitar.
Fico confusa com a pequena gotinha que rola do seu olho esquerdo e desce até o queixo._Tive medo de te perder. Não saberia o que fazer se...se Shem não estivesse te tirado de lá. E você ainda vem e diz tudo isso assim pra mim...me destrói. Eu posso ser cruel mas eu tenho sentimentos por você, Daisy.
Não devia, no entanto é impossível não te amar.Ah, Jesus. Ele me corresponde! Ele me ama. Meu coração se alvoroça no peito e tudo que consigo fazer é beijá-lo. O agarro com braços e pernas, beijo com tudo de mim. Me entrego e repito um milhão de vezes o quanto o amo. Agora parece impossível para de dizer. E pra minha incredulidade total Dante também diz que me ama a cada beijo. O sinto andar comigo no colo mas não presto atenção para onde estamos indo, somente quando sinto a maciez do colchão sei que estamos na cama.
_Faz amor comigo?
Ah, quantas vezes eu sonhei com ele dizendo isso. Suspiro encantada com o beijo que ele dá em meu dedo anelar esquerdo.
_Sempre.
E fazemos, lento e gostoso. Sem pressa mas com a intensidade ainda mais latente que das outras três primeiras vezes. Nos perdemos um no outro e eu percebo que esta é a forma mais crua de se demonstrar amor. Dante me levou ao céu e veio junto comigo.
Me aconchego em seu corpo sentindo seu cheiro pungente e gostoso. Ganho um beijinho na testa e carinho nos cabelos. Suspiro satisfeita e completa. Ficamos assim por minutos, horas talvez até ele falar.
_Eu trouxe algo pra você.
Ergo a cabeça para fitá-lo.
_Pra mim? É comida?--Dante ri e assente.
_É. Bolo de chocolate, para ser mais preciso.--Me sento na cama eufórica. Amo bolo de chocolate!--Eu sei. Por isso trouxe. Eu vou lá buscar.
Ele se ergue me dando um beijo e eu também levanto procurando alguma coisa pra vestir.
_Onde vai?
_Vou com você, não é bom trazer comida para o quarto. Vamos comer lá na cozinha.--Visto um roupão de microfibras cinza. Sinto seu olhar atento em mim me viro e ele já está de cueca.
_Qual é a sua obsessão com esses roupões, baby?
Rio e amarro o cabelo que estão muito compridos.
_Não sei, eles são muito práticos e macios acho que é por isso que gosto tanto.
Vejo pela portas da varanda que começou a chover. Vou andando até a porta.
_Vem, meu bem.
Arrisco um apelido carinhoso. Dante pega minha mão sorrindo e diz:
_Gostei disso.
Caminhamos até a cozinha e no caminho vemos Febi. Paro para fazer carinho nele.
_Oi, lindinho. Estava se sentindo sozinho?--O cãozinho abana o rabo e se derrete com o carinho que faço em suas orelhas muito macias e peludas.--Você é um doce, Febinho.
Sinto as mãos de Dante em meus quadris, Febi lati imediatamente, me assusto.
_O que? Não posso tocar nela?--Ele pergunta indignado com o gesto inesperado do cachorro. Dante põe a mão novamente em mim e febi volta a latir. Sorrio.--Ela é minha não sua.
E para provar isso ele me agarra por trás, mas Febi está realmente com ciúmes de mim. Gargalho.
_Parem, vocês dois.
Os deixo lá e vou até ilha vendo um pequeno bolo coberto de calda de chocolate e com chantilly. Fico com a boca cheia d'água. Retiro a tampa transparente e sinto o cheiro muito gostoso. Que indecência!
_Você gosta mesmo disso.
_Faz tempo que não como bolo de chocolate, você gosta?
Ele franzi o nariz.
_O único doce que eu gosto realmente é jujuba.--Disso eu já sabia. Dante é fascinado em jujubas verdes, em todo os cômodos da casa há sempre um pontinho de vidro cheio delas, principalmente no seu escritório. Pego um prato, uma colher de sobremesa e uma espátula.
_Eu sei. Afinal sou eu quem separa elas pra você.--Sorrio cortando uma fatia. Help God, está escorrendo calda.
_Ei, vai com calma ai. Nada de comer muito esse negócio.--O ignoro e como me deliciando no prazer que é comer chocolate.--Quando você come assim com tanta vontade também me faz querer comer um pedaço.--Sua voz sai rouca e baixa. Está parado ao meu lado segurando minha cintura. Tenho uma ideia.
Pego um pouco da calda no dedo indicador e passo em meus lábios como se fosse um batom, Dante acompanha cada gesto hipnotizado. Me viro pra ele e o faço me beijar.
Segundos depois já estou sentada na bancada e com ele entre minhas pernas. O bolo foi momentaneamente esquecido mas a calda serviu outro propósito. O de lambuzar meu corpo para a boca quente de Dante poder limpar.
Foi incrível.
Intenso.
Cru.Tudo que pude pensar foi no quanto Dante me faz bem e no quanto eu o amo.
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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)
RomanceEla só queria chegar em seu bloquinho de alvenaria do outro lado da cidade e descansar ouvindo um bom jazz, e teria feito se não fosse presenciar a morte de três pessoas no ponto de ônibus que ela senta toda semana para poder ir pra casa... se torna...