15 de julho de 2017--- 11:14hrs
Dante
_Não, não vou trabalhar hoje.
Respondo ao parar em sua frente.
_Por que está me olhando assim?Seu rosto cora a deixando mais atraente. Continuo a olhando sentada em uma toalha em baixo da grande árvore que fica no centro do jardim. Seu pé está ainda enfaixado, no entanto está melhor. Toda vez que olho me lembro de como fui estúpido de não ter pegado a lata pra ela antes que seu orgulho a fizesse subir naquele maldito banco o qual eu mandei queimar, todos eles. Ela deixa o livro de lado.
_Para, Bryan.--quero dizer a ela que meu nome não é Bryan porque estou sentindo ciúmes desse cara. Quando eu a beijo ela geme e diz: "Bryan..." e isso já está comendo meu cérebro. Vou até ela, cubro seu corpo com o meu, mas tomo cuidado com seu pezinho.
_Dante.--Sussurro cheirando seu cabelo.
_O que?--ela pergunta confusa. Respiro fundo.
_Meu nome verdadeiro é Dante.--Falo baixo e espero sua reação. Daisy ofega e busca meus olhos, os fixo nos dela.
_Dante? Então mentiu pra mim esse tempo todo.--Sua voz sai magoada e eu só posso assentir. Seus olhos se fecham e quando ela abre estão estranhos, impassíveis.--Pode sair de cima de mim por favor, Dante.
Seu pedido me confunde. Franzo o cenho e me sento. Ela levanta, pega o livro e sai mancando até a casa me deixando para trás. Sinto meu estômago revirar e um troço estranho no peito.
Olho ao redor e vejo alguns seguranças a distância me observando e depois disfarçarem. Me deito na toalha e vejo a luz do sol através das folhas da árvore. Me sinto estranho. Doente por dentro...eu só senti isso uma vez em toda a minha vida e foi no dia que meu pai matou minha mãe.
Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto o cheiro dela e me ergo no mesmo instante. Mas ela não está aqui, não voltou. Me deito novamente e sinto o mesmo cheiro de novo, viro para o lado e levo meu nariz até a toalha. Está impregnada com o cheiro de lavanda que a minha mulher tem.
Fico com o rosto ali pensando por que estou tão confuso. Eu menti, eu faço muito isso e nunca me arrependi. Mas agora me sinto atipicamente arrependido por conta de uma mentira sem importância...Não devia ser assim. Nós nem transamos ainda, não posso gostar dela tanto assim.
_Não faz sentido...É só uma mulher. Um mulher bonita e jovem e delicada, bondosa, alegre, divertida e linda...e minha.
Ela é tudo mas é minha. Tenho que fazer alguma coisa para impedi-la de me deixar em outubro. Qualquer coisa... Uma idéia toma forma e me deixa feliz de repente.
_Isso...assim ela nunca vai poder me deixar. Seria vitalício.
Me levanto e sorrio. Fiz planos para nós dois, baby. E são para esse mês. Vou tentar me desculpar com a fera. Ela vai me entender, vou contar a ela um pouco mais sobre meu sórdido passado.
Sigo até a casa mas sou parado por Shem. Sua cara mal humorada me faz erguer a sobrancelha.
_Fiquei sabendo, enquanto o senhor brincava de papai e mamãe com a garotinha, que Frank Torlon está difamando-o no mercado. Ficar ausente tanto tempo é ruim para os negócios, chefe.--Sua voz ácida não me irrita mas me tenta a meter uma bala nele. Não posso matar alguém com Daisy tão perto. Faço um gesto que todos os seguranças sabem qual é. Chego mais perto dele, fico cinco centímetros de distância.
_Agradeça a minha garotinha por você ainda estar vivo, caro Shem Fontana. Ah, agradeça muito. Não me afronte nem tente me controlar. É impossível.--O vejo suar. Dou um puxão em seu camisa o assustando.--Eu estou me sentido péssimo hoje, amigo. Briga de casal, você me entende. Então quero que cuide do Frank, ponha o delegado British atrás dele, faça pensarem que Torlon é o Fer Farx. É um crédito pra ele que sempre quis ser eu e assim nos livramos dele por alguns anos. Faz isso pra mim, Shem?--olho em seus olhos e sorrio por meio segundo. Ele engole em seco e assente. Mando baixarem as armas e dou tapas nas costas do meu velho amigo.--Eu já ameacei você alguma vez, contando apartir de agora?
_Não, chefe.
_Já pus você em perigo alguma vez dentro desses 35 segundos, contados a partir de agora?
_Não, chefe.
_Então? Por que está suando tanto, homem?--ele ri e da de ombros.
_É só o calor, chefe. Está quente hoje.--Solto uma curta risada e olho para o céu nublado acima das nossas cabeças. Está pelo menos uns 22° graus agora. A temperatura cai muito rápido aqui. Cidadezinha fria.
_Concordo. Bem, quanto eu me ausentar do meu trabalho a sociedade eu só posso dizer que eu trabalho só quando eu quiser, eu faço meus horários. Compreende?--Ele assente novamente e sai da minha frente. --Ora, obrigada por sair da minha frente. É tão gentil.--sou cínico. Continuo meu caminho que me leva a procurar pela minha babyzinha magoada.
Procuro em quase todos os lugares mas não a encontro. O nervosismo já querendo me afogar no mar do medo mas eu não deixo. Não tem como fugir daqui...ela não conseguiria. Tento o último lugar que é o seu antigo quarto. Respiro fundo antes de entrar. Quando abro a porta a vejo deitada no chão perto da cama.
Assim já é demais. Chamo baixinho mas ela está dormindo. Me sinto o cara mais cretino da terra quando vejo seu rosto vermelho. Ela chorou até dormir. Meu peito aperta.
_Ah, baby. Me perdoa...
A pego no colo. Seu corpo se aninha em meus braços. Está quente. Beijo sua testa e caminho com ela até nosso quarto. A ponho na cama.
_Seu lugar é aqui. Na minha cama. Do meu lado.
Tiro suas roupas devagar, tiro tudo senão ela vai ficar se remexendo até acordar. Mas é uma tortura fazer isso, uma tortura que eu adoro fazer, mas quero fazer muito mais que apenas tirar suas roupas. Muito mais. Contemplo seu belo corpo nu e me pergunto por que esse anjo veio parar em minhas mãos. Mas logo em seguida me repreendo e me irrito. Nas mãos de outro ela não iria parar, nunca. É só minha. Posso ser um babaca com ela as vezes mas é a mim que ela pertence. A mim.
A cubro e vou fechar as portas da varanda, já que começou a chover. Fecho as cortinas e tiro minhas roupas. Ignoro meu celular que apita o tempo todo. Minha caixa de email está lotada. Olho pra ela mais um pouco e não resisto. Tiro uma foto. As que ficavam aqui no quarto eu guardei. Estão seguras até dos olhos da modelo. São só pra mim ver.
Deixo o celular de lado e apago as luzes. Deito do seu lado a puxando pra mim. Não é hora de dormir mas acordamos bem cedo hoje. Tento ignorar a sensação sublime de sua pele em contato com minha. Merda, preciso estar dentro dela o quanto antes ou vou enlouquecer!
Ela me abraça ainda em seu sono. Cheiro seu cabelo e quero esse cheiro pra sempre comigo, aqui. E já sei o que fazer para mante-lo. Ele e a dona, sobre tudo a dona. Esqueço da vida por um tempo e fecho os olhos.
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Dante : A história de um assassino (CONCLUÍDO)
RomanceEla só queria chegar em seu bloquinho de alvenaria do outro lado da cidade e descansar ouvindo um bom jazz, e teria feito se não fosse presenciar a morte de três pessoas no ponto de ônibus que ela senta toda semana para poder ir pra casa... se torna...